Secult avança na digitalização do acervo do Museu da Imagem e do Som
Filmes em película foram enviados para laboratório de São Paulo e serão entregues em alta qualidade

Nesta semana, técnicos de película e de som do Museu da Imagem e do Som (MIS) chegaram a São Paulo para acompanhar o início dos trabalhos na empresa Cinecolor, em que 163 filmes em película do museu começaram a ser digitalizados em alta qualidade.

É a primeira vez que o acervo passa por um processo de digitalização em larga escala. A iniciativa é da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), responsável pelo museu, que faz parte do Sistema Integrado de Museus e Memoriais. O investimento é de cerca de R$ 500 mil, por meio da Lei Paulo Gustavo (LPG).
Majoritariamente em película, o acervo do MIS exige cuidados técnicos específicos que, muitas vezes, implicam em limitação do acesso direto do público ao conteúdo. A diretora do museu, Indaiá Freire, destaca que a digitalização é um passo importante para ampliar a circulação desse material, sobretudo em pesquisas, documentários e outras produções.
"A digitalização dá acesso à população a registros filmográficos da história que ficou no passado, mas que aconteceu. Estamos falando da salvaguarda dessa memória imagética, do legado desses filmes para uma geração que desconhece a realidade cultural e social de outras épocas. Pesquisadores, realizadores de audiovisual e o público poderão ver, rever e ressignificar os processos pelos quais Belém, o Pará e a Amazônia passaram ao longo do século XX", afirma Indaiá.

Em São Paulo, os técnicos Ronaldo Bitencourt e Rodrigo Alves acompanharam a primeira etapa da digitalização e ainda realizam visitas a instituições ligadas ao audiovisual.

"Nós visitamos o laboratório onde os filmes estão sendo trabalhados, a Cinemateca Brasileira e o Museu da Imagem e do Som aqui de São Paulo. Estamos conhecendo a estrutura deles, os processos que utilizam, vendo o que podemos aprender, incorporar e melhorar no nosso trabalho. Está sendo uma experiência bem enriquecedora", conta Rodrigo Alves.
Atualmente, o MIS possui um total de 594 películas, e o lote atual que está sendo digitalizado representa cerca de 30% desse acervo. No início dos anos 2000, menos de 10% do acervo do MIS foi digitalizado, em resoluções inferiores. Agora, além do volume maior, os materiais serão entregues em alta qualidade — nos formatos 4K, 2K e 1K.
O MIS guarda um acervo rico e diverso, fundamental para preservar a memória da produção audiovisual paraense, valorizar os profissionais da área e difundir a história e a cultura do estado.
Texto: Juliana Amaral, Ascom Secult