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TRANSPLANTES

Ophir Loyola participa do I Congresso Amazônico de Transplante 

Especialistas debateram gestão, desafios e evolução das práticas e políticas de saúde na medicina transplantadora do Estado, no Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia

Por Leila Cruz (HOL)
09/04/2025 17h18

Profissionais do Hospital Ophir Loyola (HOL), referência em transplantes no Pará, participaram do I Congresso Amazônico de Transplante, integrado à 4ª edição do Congresso da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde (Sespa). O evento reuniu especialistas, profissionais e acadêmicos da área médica, com o tema "Gestão e Educação em Transplante", abordando avanços e desafios do procedimento na Região Norte.

Durante a mesa-redonda "Avanços Técnicos", o nefrologista João Marildo destacou a segurança do transplante com doador intervivo e ressaltou a experiência de 25 anos do HOL com transplantes renais. "O procedimento é muito seguro, com uma taxa de complicações graves de apenas 2% e uma mortalidade pós-operatória de 0,03% após três meses.  Há 25 anos, o Hospital mantém um programa de transplante renal com um altíssimo nível de competência técnica e precisão, realizando, além das cirurgias com doador falecido, procedimentos intervivos – abrangendo parentes até o 4º grau ou cônjuge", disse.

Responsável Técnico pelo Banco de Tecido Ocular do HOL, Alan Costa

Outro destaque foi a palestra "Fila Zero – Utopia ou Objetivo Alcançável?", ministrada por Alan Costa, responsável técnico pelo Banco de Tecido Ocular (BTO). Ele discutiu estratégias para reduzir a fila de espera por transplantes de córnea, como parcerias com o Instituto de Medicina Legal (Imol) e o Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), da Polícia Científica do Pará.

"De janeiro a março deste ano, tivemos 127 novas inscrições na fila de espera e captamos uma média de 60 a 70 córneas por mês. Antes, os pacientes precisavam esperar mais de 48 meses por uma córnea; agora, eles podem receber uma córnea tectônica de forma imediata ou em até 1 mês, ou ainda, de forma imediata a 6 meses, uma córnea óptica. Essa evolução no tempo de espera reflete os avanços significativos na captação e distribuição de tecidos, proporcionando aos pacientes uma chance muito mais rápida de recuperação e qualidade de vida", destacou o especialista.

Ricardo Tuma

Na palestra "Transplante Renal no Pará", o urologista Ricardo Tuma, chefe do Serviço de Transplante Renal do HOL, apresentou os avanços do estado nas cirurgias renais, destacando a infraestrutura completa da instituição e sua equipe multidisciplinar. "Temos uma equipe altamente qualificada, incluindo serviços de patologia, enfermagem, médicos e cirurgiões vasculares. A estrutura está bem organizada e equipada, e não deixamos a desejar em relação a nenhum centro transplantador do Brasil. Conseguimos resolver todos os problemas relacionados ao transplante, sem limites quanto ao número de procedimentos ou horários. Estamos sempre disponíveis para realizar os transplantes, seja com doador falecido ou vivo", disse Tuma.

Tuma apontou como principal desafio o receio das famílias em autorizar a doação de órgãos, mesmo diante da morte encefálica. "Mesmo com a confirmação de morte cerebral, algumas pessoas ainda têm o desejo de manter o corpo 'íntegro'. No entanto, é importante que a sociedade entenda que, quando um paciente já faleceu, a doação de órgãos é uma possibilidade que pode salvar vidas. As campanhas de conscientização estão sendo intensificadas para esclarecer e combater esses tabus, ajudando as pessoas a entenderem a importância da doação", concluiu.

O I Congresso Amazônico de Transplante promoveu o debate sobre inovações na área e reforçou a importância da troca de conhecimento e das parcerias entre instituições para aprimorar os serviços de transplante no Pará e na região amazônica.

Serviço - O Hospital é um dos expositores da programação que segue até esta quarta-feira (10). No local, os participantes poderão conferir um estande com a divulgação dos serviços de excelência como parte da rede de assistência do SUS. E também os avanços significativos na área de pesquisa, além das oportunidades de residência nas diversas áreas médicas, multiprofissional e uniprofissional em enfermagem.