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Reunião discute dupla afetação no Parque Estadual Charapucu

Encontro contou com participação de membros do Ideflor-Bio, MPPA, UFPA e Cáritas Brasileira

Por Vinícius Leal (IDEFLOR-BIO)
08/04/2025 19h24

O Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio) promoveu, na segunda-feira (7), uma reunião de alinhamento de ações para discutir a coexistência do Parque Estadual Charapucu com um assentamento agroextrativista do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, ambos localizados no município de Afuá, no Arquipélago do Marajó, em áreas que se superpõem. 

O encontro contou com a participação de representantes do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), Universidade Federal do Pará (UFPA) e Cáritas Brasileira. Na reunião, foi sugerida a aplicação da tese da dupla afetação como alternativa jurídica para garantir a conservação ambiental das espécies presentes no Parque, junto do agroextrativismo sustentável na região. 

Para o presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto, “a identificação de instrumentos que garantam a coexistência do parque e do assentamento representa um avanço significativo na busca por soluções que conciliem a conservação ambiental com os modos de vida tradicionais da região. Ao integrar esforços com instituições como o Incra, o Ministério Público, a UFPA a Cáritas e a comunidade fortalecemos o diálogo interinstitucional e reafirmamos nosso compromisso com uma gestão ambiental participativa e sensível às realidades locais”, afirmou.

Sobre a UC - O Parque Estadual Charapucu é uma das 29 Unidades de Conservação (UC) do Ideflor-Bio e foi criada em novembro de 2010. O espaço se encontra no município de Afuá, no Arquipélago do Marajó, e é lar de espécies da fauna e flora que são ameaçadas de extinção, como a ucuúba vermelha (Virola surinamensis).

Com uma área de 651,8194 Km2 ou 65.181,94 ha e as características biológicas do Parque Estadual Charapucu destacam-se pela sua diversidade e singularidade. Apresenta grande beleza natural, com rios de água branca e rios de água preta. O principal Bioma protegido é o Amazônico. A vegetação é constituída por três principais fitofisionomias: Floresta Ombrófila Densa Aluvial, Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas e Campos. 

As florestas ombrófilas densas aluviais, são formadas por várzea baixa e várzea alta. Destaca-se a presença de espécies como a andiroba (Carapa guianensis), açaí (Euterpe oleracea), pracuúba (Mora paraensis), pau mulato (Calycophyllum spruceanum), seringueira (Hevea brasiliensis). A diversidade da fauna inclui espécies endêmicas, ameaçadas de extinção e também novas espécies. Destaca-se a presença de onça pintada, peixe-boi, urubu rei e o macaco caiarara.

Texto em colaboração com Sinval Farias (Ascom/Ideflor-Bio)