Qualidade do cacau paraense atrai investidores internacionais ao Estado
Um grupo empresarial que atua na intermediação de oportunidades de negócio em Dubai, Hong Kong e Londres quer implantar uma indústria de processamento de cacau na Amazônia. A prioridade é o Pará pelo potencial da cultura no Estado e qualidade da amêndoa. O anúncio foi feito neste sábado (19), durante o Fórum do Cacau e Chocolate, que discutiu as tendências do agronegócio, no Hangar.
O diretor executivo da QSE Suporte Empresarial, Merandolino Quadros, informou que a proposta será formalizada até o fim deste ano. A ideia é verticalizar a cadeia produtiva em parceria com os produtores e ajudar na identificação do cacau paraense. A notícia animou os produtores e autoridades presentes no fórum porque confirma a vocação do Estado para grandes empreendimentos.
Ivaldo Tontini, secretário de Agricultura de Medicilândia, maior produtor de cacau do Brasil, também anunciou a intenção do governo municipal de instalar uma unidade de processamento para produzir licor de cacau, além da fábrica de chocolate que já existe no município, a Cacauway. A prefeitura já está com projeto de gestão de propriedade no Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e está em fase de consulta às empresas interessadas em investir na região.
O secretário de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca, Hildegardo Nunes, e o Superindentente da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), Jay Wallace, vão à Brasília nesta segunda-feira (21) levar a proposta de implantar pequenas e médias unidades processadoras em cada região produtora de cacau. Pelo projeto, o Ministério da Agricultura compra as máquinas que serão operadas em gestão pública e privada, em parceria com os produtores. Diante da diversidade da produção cacaueira a proposta pretende destacar as características das amêndoas e identificar os diferentes tipos de cacau paraense.
As novas tecnologias para incubação de plantas para processamento coletivo da produção de cacau foram apresentadas pelo empresário Adriano Sartori, da Jaf Inox, fabricante de máquinas de chocolate. A isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) concedida pelo governo do Estado vai facilitar a aquisição do equipamento.
Os avanços da indústria compacta de chocolate foram apresentados pelo casal indiano Andal Balu e Mannarsamy Balasubramanian. A máquina, que pesa apenas 30 quilos, oferece uma série de oportunidades de negócios, especialmente para o mercado doméstico. A indiana citou exemplos do Pará, como a família Sicília, que hoje tem a própria marca de chocolate, e as bombonzeiras, que usam os ingredientes locais, como o cupuaçu.
A grande preocupação da cacauicultura mundial hoje é com a Monilíase, tão devastadora quanto a Vassoura de Bruxa. A doença não existe no Brasil, mas infesta a plantação de países vizinhos, como a Colômbia. É de lá que veio a engenheira agrônoma Yairme Jaimes para falar da experiência colombiana de combate à Monília. O objetivo da Sedap e Ceplac foi repassar aos produtores informações sobre como identificar os sintomas da doença nas plantas e frutos.