Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
ECONOMIA

Audiência pública no Hangar discute os rumos da cadeia do cacau no Pará

Por Redação - Agência PA (SECOM)
20/09/2015 14h55

Os desafios e as ações da cadeia produtiva do cacau no Pará mobilizaram agentes políticos e públicos, produtores e industriais do setor, na audiência pública proposta pelo senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), à frente do evento, ao lado da senadora e presidente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado, Ana Amélia (PP-RS). O evento fez parte da terceira edição do Festival Internacional do Chocolate e Cacau da Amazônia e a Flor Pará 2015, que se encerra neste domingo (20). A audiência foi transmitida ao vivo pela TV Senado.

A discussão revelou a força da produção do cacau na Transamazônica, onde Medicilância, no sudoeste do Pará, já é considerado o município campeão em produtividade, mas também mostrou as dificuldades do segmento, que vem apresentando queda na produção industrial desde o ano de 2012. A reunião também deixou claro o protesto de diversos representantes do setor produtivo contra o sucateamento da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), órgão com longo histórico no desenvolvimento da cacauicultura brasileira.

Estima-se que a produção do cacau no Pará, este ano, será de 110 mil toneladas, o que o deixa no segundo lugar do ranking nacional, atrás somente da Bahia, com uma produção de mais de 150 mil toneladas por ano. No entanto, a Ceplac Pará acredita que o Pará superará a estimativa até o fim do ano.

“O Estado está coeso na busca da verticalização das atividades econômicas agrícolas, e o cacau é um dos nossos focos, a exemplo do açaí’’, disse o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia, Adnan Demachcki. O  Pará detém duas pequenas indústrias e cinco marcas e avança na perspectiva de industrialização do setor.

Adnan Demachki lembrou que no último dia 25 de agosto o governador Simão Jatene desonerou de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) as máquinas e equipamentos necessários à industrialização do chocolate no Pará. Ele afirmou ainda que esta foi apenas uma primeira iniciativa, já que o governo estadual está disposto a verificar os demais instrumentos necessários para se criar um ambiente seguro para empresários e empreendedores interessados em investir no ramo do cacau.

Secretário de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca, Hildegardo Nunes apresentou o  Programa Estadual de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Cacau, elaborado em parceria com a Ceplac e Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), entre outras instituições afins. A execução do programa tem o apoio do Fundo de Apoio à Cacauicultura do Pará (Funcacau), segundo ele, um fundo inédito em todo o país.

Hildegardo Nunes disse que a meta é fazer com o que o Pará chegue ao ano de 2023 como líder da produção de chocolate no Brasil. O Estado vem registrando um crescimento de 13% ao ano na produção. O secretário defendeu a Ceplac, que em sua opinião vem sendo vítima de um crime de lesa-pátria por parte do governo federal, por falta de investimentos e de valorização dos servidores.

Outro ponto crítico levantado foram as recentes quedas na produção de chocolate na indústria brasileira. Representante da Associação das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), Valter Tegani lamentou as recentes baixas, informando que o primeiro semestre deste ano terá queda de 6%. Os senadores Flexa Ribeiro e Ana Amélia reiteraram a disposição de defender a cadeia produtiva do cacau paraense no Senado e Congresso Nacional.  Entre as autoridades presentes no evento estiveram ainda o vice-governador Zequinha Marinho, a deputada federal Júlia Marinho e o vice-reitor da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), Paulo de Jesus Santos.