Semas destaca potencial do Pará na liderança da bioeconomia na Amazônia
Evento destacou iniciativas do Governo do Pará, como o Plano Estadual de Bioeconomia, Plano de Recuperação da Vegetação Nativa e Programa de Territórios Sustentáveis, que fortalecem preservação e geração de renda
O potencial da bioeconomia paraense foi o destaque do webinar de lançamento do estudo “Impactos Econômicos de Investimentos em Bioeconomia no Pará”, nesta terça-feira (25). O evento, promovido pela WRI Brasil, debateu a importância de impulsionar a bioeconomia no Estado, tendo como fomentador o Plano Estadual de Bioeconomia (PlanBio), desenvolvido pelo Governo do Pará.
Foram apresentados os resultados do estudo, que revelam o grande potencial do Estado para liderar o desenvolvimento do setor na Amazônia. Também foram abordados aspectos importantes do PlanBio, estratégia fundamental na transição para uma economia de baixo carbono, aliando preservação dos ativos florestais, crescimento econômico, geração de empregos e respeito à realidade das comunidades.
O webinar contou com a participação da secretária-adjunta de Bioeconomia da Semas, Camille Bemerguy; da diretora interina do Programa de Florestas e Uso da Terra na WRI Brasil, Mariana Oliveira; do economista sênior da WRI Brasil, Rafael Feltran-Barbieri, e do coordenador do Programa de Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal do Pará (UFPA), Danilo Araújo Fernandes.

Pioneirismo - A secretária-adjunta da Semas explicou que dois aspectos relevantes impulsionam a bioeconomia: atração de investimentos e inovação (tecnológica ou social), que potencializam a geração de renda e emprego por meio da economia verde local e do aproveitamento sustentável dos insumos da floresta. Ela também ressaltou a importância que o resultado do estudo traz no âmbito da atração de financiamento, e seu impacto na geração de renda.
“O Pará foi pioneiro na criação de um Plano Estadual de Bioeconomia. Esse estudo auxilia na revisão do Plano, permitindo sua convergência com outros programas, como o 'Territórios Sustentáveis' (TS) e o Plano de Recuperação da Vegetação Nativa (PRVN), para fortalecer ainda mais a bioeconomia. Todos esses programas estão inseridos no Plano Estadual Amazônia Agora (PEEA), e são estratégicos na transição para uma Estado carbono neutro”, afirmou Camille Bemerguy.
Ela destacou a necessidade de avançar nas ações para transformar a bioeconomia em um ecossistema econômico e sustentável, gerando renda e emprego para as populações tradicionais da floresta. “O objetivo é fazer da bioeconomia uma agenda econômica. O estudo é essencial para fornecer dados que auxiliem na alavancagem dessa agenda no Pará. Além disso, estamos trabalhando na construção do Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, que oferecerá um ambiente estimulante para negócios e irá promover inovação”, acrescentou.
Conhecimento - O economista Rafael Feltran-Barbieri destacou que o estudo se baseia em décadas de conhecimento acumulado na UFPA, especialmente no Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (Naea), o que proporciona uma visão aprofundada da dinâmica setorial da bioeconomia no Pará. “Isso contribui para que sejam tomadas decisões assertivas no investimento de recursos para fomentar a bioeconomia no Estado, desde a produção até a industrialização e comercialização. Além disso, ao demonstrar os impactos econômicos e sociais positivos, o estudo desperta o interesse do setor privado em investir e fortalecer ainda mais o segmento”, explicou.
Ele também ressaltou que o tripé de políticas ambientais do Pará — Plano Estadual de Bioeconomia, Plano de Recuperação da Vegetação Nativa e Programa Territórios Sustentáveis — incentiva a bioeconomia paraense. “O PlanBio serviu de inspiração para esse estudo. A bioeconomia no Estado já é um setor expressivo. Com o Planbio, o PTS e o PRVN atuando de forma integrada, podemos levá-la a outro patamar, mantendo a floresta em pé e valorizando o conhecimento local. A bioeconomia tem o potencial de transformar a vida de milhares de pessoas, garantindo a preservação da cultura, dos recursos naturais e dos serviços ecossistêmicos que beneficiam diversos setores da economia”, concluiu Rafael Feltran-Barbieri.
Texto: Lucas Quirino e Jamille Leão - Ascom/Semas