Seminário na Sespa lembrará o Dia Mundial da Tuberculose
A doença pode ser prevenida, tratada e curada gratuitamente pelo SUS.

Em celebração ao Dia Mundial da Tuberculose, lembrado em 24 de março, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) realizará nesta segunda-feira (24), em seu auditório, em Belém, um seminário com o tema "Detectar, tratar e curar: unidos contra a tuberculose". O evento procura reunir profissionais para debater informações sobre a doença, que pode ser prevenida, tratada e curada com medicamentos distribuídos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Entre os tópicos da programação do seminário, destacam-se a prevenção, os sinais e sintomas da tuberculose, o que fazer em caso de suspeita e a importância de realizar o tratamento até o final para garantir a cura. Tanto a prevenção quanto o diagnóstico e o tratamento da tuberculose estão disponíveis gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) da rede do SUS. Além dos exames para detectar a doença, o SUS também oferece a vacina BCG, que protege crianças contra as formas mais graves, e disponibiliza tratamento preventivo para pessoas com maior risco de adoecimento.
"É fundamental que o paciente diagnosticado seja acompanhado durante os seis meses de tratamento com o esquema básico, preferencialmente por meio do tratamento diretamente observado (TDO), para garantir o êxito e a cura do caso", explica Lúcia Helena Monteiro, coordenadora estadual do Programa de Controle da Tuberculose. O serviço está implantado nas UBS dos 144 municípios do Estado, com ações voltadas para o diagnóstico, acompanhamento e tratamento dos casos.
Durante o seminário, também serão certificados os Centros Regionais e municípios que alcançaram metas do Ministério da Saúde relacionadas ao diagnóstico, tratamento e prevenção da doença em 2023.
No combate à tuberculose no Pará, a Sespa capacita profissionais, promovendo eventos como este seminário, e presta assessoria técnica aos municípios, que são os principais responsáveis pela execução das ações de diagnóstico e acompanhamento dos casos.
Mantida pelas prefeituras, a Atenção Básica busca implementar as ações do Protocolo de Controle da Tuberculose, oferecendo tratamento nas unidades de saúde, incluindo a estratégia do Programa Saúde da Família (PSF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS).
A Sespa, por meio do Programa de Controle da Tuberculose e em parceria com o Ministério da Saúde, através do programa "Brasil Saudável", trabalha constantemente no monitoramento dos programas municipais, disponibilizando medicamentos e insumos para o diagnóstico e tratamento da doença. A iniciativa também incentiva a busca ativa de novos casos, a investigação de contatos de pacientes diagnosticados, o diagnóstico e tratamento precoce, além da oferta de oficinas para manejo e controle da doença. Essas ações visam interromper a cadeia de transmissão e reduzir o número de casos e óbitos por uma doença que é prevenível e curável.
De acordo com uma nota técnica da Coordenação do Programa de Controle da Tuberculose, outra estratégia recomendada é o tratamento preventivo da doença, priorizando a análise dos contatos de pacientes com tuberculose, assim como grupos vulneráveis, como pessoas vivendo com HIV/AIDS. “Considera-se que uma pessoa saudável, quando exposta ao bacilo da tuberculose, tem 30% de chance de se infectar, e, dentre esses, 10% podem desenvolver a doença ao longo da vida. Para pessoas vivendo com HIV, esse risco é anual. O tratamento preventivo desses infectados (ILTB) reduz esse risco entre 60% e 90%”, destaca o documento.
Os dados da doença no Estado indicam uma progressiva busca por tratamento, impulsionada pelo diagnóstico precoce. Em 2022, foram registrados 4.982 casos da doença; em 2023, 5.084 casos; e, em 2024, já foram confirmados 5.598 casos. Até 18 de março deste ano, mais 644 ocorrências da doença foram contabilizadas no Pará.
Quanto ao número de óbitos por tuberculose, foram registradas 340 mortes em 2022; 318 em 2023; e 336 em 2024. O perfil epidemiológico da doença no estado revela que ela afeta predominantemente homens jovens, especialmente na faixa etária de 25 a 34 anos. Do total de casos notificados, 67% ocorreram entre o sexo masculino.