Laboratório Central do Estado capacita profissionais para coleta de amostras de água
Iniciativa tem conteúdo teórico e prático sobre a coleta de amostras de meio ambiente e de consumo humano

O Laboratório Central do Estado (Lacen-PA) está realizando até esta quinta-feira (20), a Capacitação em Coleta de Amostras de Águas Ambientais e de Consumo Humano com vistas à da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30), que ocorrerá em novembro deste ano em Belém.
Organizado pela Divisão de Rede de Laboratórios (DRLab) do Lacen-PA, o objetivo da capacitação é preparar os profissionais da Rede de Laboratórios do Estado de alguns municípios prioritários, para a execução correta de todo o processo de coleta de amostras de águas do meio ambiente e de consumo humano para análise laboratorial, no período antes da COP 30.

O Lacen-PA, órgão vinculado à Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) é uma das instituições mais importantes na organização do setor saúde para a COP 30 porque é o Laboratório de Vigilância em Saúde que vai realizar as principais análises em casos de doenças e agravos em saúde pública durante a Conferência da ONU.
Vigilância em saúde e controle de qualidade das análises
A vice-diretora do Lacen-PA, Valnete Andrade, que é diretora técnica da instituição, ressaltou aos participantes da capacitação que o Laboratório Central faz controle de qualidade das análises que executa nas amostras que recebe, seja de humanos, animais, ambiente, produtos, para diagnóstico ou fechamento de uma investigação de vigilância.

“Somos um Laboratório de Vigilância em Saúde, o laboratório oficial do Estado e temos cumprido o nosso papel colaborando com informações técnico-laboratoriais, as quais a gente prima para que sejam de excelência e confiáveis, por meio da participação em ensaio de proficiência e controle interno de qualidade garantindo a credibilidade dos nossos laudos”, afirmou a vice-diretora, Valnete Andrade.
Segundo a diretora do DRLab, Cristiane Ikeda, entre as ações previstas, estão as capacitações de técnicos de Vigilância Ambiental dos Centros Regionais de Saúde da Sespa e das Secretarias Municipais de Saúde, em especial dos municípios prioritários que são Belém, Ananindeua, Salinópolis e Santarém. “Estamos realizando as capacitações voltadas prioritariamente para esses municípios. Além do 1º CRS, envolvemos municípios do Marajó, do Tapajós e da região do Salgado, em função de serem pontos turísticos do estado e abranger Capanema, que dispõe de um laboratório de provas básicas”, informou.

“Também já realizamos capacitações on-line sobre orientações específicas voltadas para alguns agravos e sobre como acessar o Sistema Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL), por exemplo, para cadastrar as amostras e inserir informações, principalmente porque houve mudança nas gestões municipais em função das eleições do ano passado”, acrescentou Cristiane Ikeda.
Ela disse, ainda, que com esses treinamentos, o Lacen-PA espera melhorar a qualidade das amostras recebidas e dos laudos emitidos para instituições, pacientes e população afetada por algum agravo ou doença. “Além disso, temos programadas visitas a alguns laboratórios do município de Belém, que já realizam determinados diagnósticos”, concluiu a diretora do DRLab.

Conteúdo - A diretora da Divisão de Análise de Produtos e Meio Ambiente (DAPMA), Nailda Pantoja, informou que a capacitação é uma demanda da Coordenação Estadual de Vigilância Ambiental (Visamb) da Sespa, e está abordando a coleta de amostras de água de meio ambiente, água para consumo humano, efluentes e balneabilidade.
Nailda Pantoja disse que o principal cuidado que os técnicos têm que ter é planejar antecipadamente a coleta. “Se eu vou a um estabelecimento, preciso me certificar do horário de funcionamento, saber, por meio dos sistemas, qual é a água que aquele estabelecimento fornece, se é de algum poço, se é da concessionária, saber se ela está dentro do Sistema Vigiágua etc. Essa coleta deve estar dentro de um plano amostral da Vigilância em Saúde Ambiental”, explicou a diretora.

COP 30
De acordo com Nailda Pantoja, o Lacen-PA vem se articulando tecnicamente, desde setembro de 2024, com o município de Belém, sobre o monitoramento dos pontos de água para fins da COP 30. E uma das decisões tomadas foi intensificar o monitoramento nos pontos de distribuição de água. “O município de Belém mapeou os estabelecimentos que estão nas proximidades da Estação das Docas, Hangar e Parque da Cidade e os incluiu no programa mensal do Vigiágua.
Nailda Pantoja ressaltou que esse treinamento é importante porque as análises de água podem produzir indicadores relevantes para a saúde da população. “Esses indicadores servem como base para a prevenção de doenças e promoção da saúde, já que é primordial para a saúde da população ter acesso a uma água de qualidade para ser consumida. Além disso, com a divulgação desse trabalho, as comunidades e as instituições ficam sabendo que a água que consomem está sendo monitorada”, concluiu.

Simulação de coleta - Na parte prática do treinamento, na quarta-feira (19), os participantes simularam a coleta de amostra de água no próprio Lacen-PA. Aprenderam a identificar o saco coletor, a higienizar a torneira, a coletar a amostra, a fechar a embalagem e até como entregá-la ao Lacen-PA para a análise. Nesta quinta-feira (20), a coleta seria feita na praia do Outeiro, Distrito de Icoaraci.
A participante Adriana Gama, técnica de Laboratório da Visamb-Belém, a capacitação deixa os técnicos mais bem preparados para atender as demandas de urgência porque possibilita um amplo conhecimento sobre as outras Vigilâncias e suas necessidades. “Capacitada, eu tenho condições de observar detalhes e situações em um surto, por exemplo, e contribuir para chegar a um resultado mais eficaz em tempo hábil. A gente passa a ter uma visão mais ampla, passa a ter o conhecimento do outro para complementar o nosso trabalho”, opinou.

Adriana Gama ressaltou, ainda, que é fundamental conhecer os trâmites administrativos e burocráticos do processo de coleta e análise de amostras. “É importante saber como se faz um registro e como incluir, junto com a amostra, essas informações que podem ajudar a esclarecer o que aconteceu, tais como sinais e sintomas apresentados pelos afetados pela doença ou agravo, o que eles comeram e o que eles beberam, tudo isso ajuda para o resultado final”, concluiu a participante.