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Laboratório Central do Estado capacita profissionais para coleta de amostras de água

Iniciativa tem conteúdo teórico e prático sobre a coleta de amostras de meio ambiente e de consumo humano

Por Roberta Vilanova (SESPA)
20/03/2025 12h56
Profissionais na aula prática sobre coleta de amostra de água

O Laboratório Central do Estado (Lacen-PA) está realizando até esta quinta-feira (20), a Capacitação em Coleta de Amostras de Águas Ambientais e de Consumo Humano com vistas à da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30), que ocorrerá em novembro deste ano em Belém.

Organizado pela Divisão de Rede de Laboratórios (DRLab) do Lacen-PA, o objetivo da capacitação é preparar os profissionais da Rede de Laboratórios do Estado de alguns municípios prioritários, para a execução correta de todo o processo de coleta de amostras de águas do meio ambiente e de consumo humano para análise laboratorial, no período antes da COP 30.

Simulação da entrega da amostra no Laboratório Central do Estado (Lacen)

O Lacen-PA, órgão vinculado à Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) é uma das instituições mais importantes na organização do setor saúde para a COP 30 porque é o Laboratório de Vigilância em Saúde que vai realizar as principais análises em casos de doenças e agravos em saúde pública durante a Conferência da ONU.

Vigilância em saúde e controle de qualidade das análises

A vice-diretora do Lacen-PA, Valnete Andrade, que é diretora técnica da instituição, ressaltou aos participantes da capacitação que o Laboratório Central faz controle de qualidade das análises que executa nas amostras que recebe, seja de humanos, animais, ambiente, produtos, para diagnóstico ou fechamento de uma investigação de vigilância.

A vice-diretora, Valnete Andrade, ressaltou a importância do Lacen-PA para a área de Vigilância em Saúde

“Somos um Laboratório de Vigilância em Saúde, o laboratório oficial do Estado e temos cumprido o nosso papel colaborando com informações técnico-laboratoriais, as quais a gente prima para que sejam de excelência e confiáveis, por meio da participação em ensaio de proficiência e controle interno de qualidade garantindo a credibilidade dos nossos laudos”, afirmou a vice-diretora, Valnete Andrade.

Segundo a diretora do DRLab, Cristiane Ikeda, entre as ações previstas, estão as capacitações de técnicos de Vigilância Ambiental dos Centros Regionais de Saúde da Sespa e das Secretarias Municipais de Saúde, em especial dos municípios prioritários que são Belém, Ananindeua, Salinópolis e Santarém. “Estamos realizando as capacitações voltadas prioritariamente para esses municípios. Além do 1º CRS, envolvemos municípios do Marajó, do Tapajós e da região do Salgado, em função de serem pontos turísticos do estado e abranger Capanema, que dispõe de um laboratório de provas básicas”, informou.

Cristiane Ikeda, chefa da Divisão da Rede de Laboratórios

“Também já realizamos capacitações on-line sobre orientações específicas voltadas para alguns agravos e sobre como acessar o Sistema Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL), por exemplo, para cadastrar as amostras e inserir informações, principalmente porque houve mudança nas gestões municipais em função das eleições do ano passado”, acrescentou Cristiane Ikeda.

Ela disse, ainda, que com esses treinamentos, o Lacen-PA espera melhorar a qualidade das amostras recebidas e dos laudos emitidos para instituições, pacientes e população afetada por algum agravo ou doença. “Além disso, temos programadas visitas a alguns laboratórios do município de Belém, que já realizam determinados diagnósticos”, concluiu a diretora do DRLab.

Nailda Pantoja, chefe da Divisão de Análise de Produtos e Meio Ambiente

Conteúdo - A diretora da Divisão de Análise de Produtos e Meio Ambiente (DAPMA), Nailda Pantoja, informou que a capacitação é uma demanda da Coordenação Estadual de Vigilância Ambiental (Visamb) da Sespa, e está abordando a coleta de amostras de água de meio ambiente, água para consumo humano, efluentes e balneabilidade.

Nailda Pantoja disse que o principal cuidado que os técnicos têm que ter é planejar antecipadamente a coleta. “Se eu vou a um estabelecimento, preciso me certificar do horário de funcionamento, saber, por meio dos sistemas, qual é a água que aquele estabelecimento fornece, se é de algum poço, se é da concessionária, saber se ela está dentro do Sistema Vigiágua etc. Essa coleta deve estar dentro de um plano amostral da Vigilância em Saúde Ambiental”, explicou a diretora.

Participantes satisfeitos com os conteúdos ministrados pelos técnicos do Lacen-PA

COP 30

De acordo com Nailda Pantoja, o Lacen-PA vem se articulando tecnicamente, desde setembro de 2024, com o município de Belém, sobre o monitoramento dos pontos de água para fins da COP 30. E uma das decisões tomadas foi intensificar o monitoramento nos pontos de distribuição de água. “O município de Belém mapeou os estabelecimentos que estão nas proximidades da Estação das Docas, Hangar e Parque da Cidade e os incluiu no programa mensal do Vigiágua.

Nailda Pantoja ressaltou que esse treinamento é importante porque as análises de água podem produzir indicadores relevantes para a saúde da população. “Esses indicadores servem como base para a prevenção de doenças e promoção da saúde, já que é primordial para a saúde da população ter acesso a uma água de qualidade para ser consumida. Além disso, com a divulgação desse trabalho, as comunidades e as instituições ficam sabendo que a água que consomem está sendo monitorada”, concluiu.

Participante coleta água da torneira para análise

Simulação de coleta - Na parte prática do treinamento, na quarta-feira (19), os participantes simularam a coleta de amostra de água no próprio Lacen-PA. Aprenderam a identificar o saco coletor, a higienizar a torneira, a coletar a amostra, a fechar a embalagem e até como entregá-la ao Lacen-PA para a análise. Nesta quinta-feira (20), a coleta seria feita na praia do Outeiro, Distrito de Icoaraci.

A participante Adriana Gama, técnica de Laboratório da Visamb-Belém, a capacitação deixa os técnicos mais bem preparados para atender as demandas de urgência porque possibilita um amplo conhecimento sobre as outras Vigilâncias e suas necessidades. “Capacitada, eu tenho condições de observar detalhes e situações em um surto, por exemplo, e contribuir para chegar a um resultado mais eficaz em tempo hábil. A gente passa a ter uma visão mais ampla, passa a ter o conhecimento do outro para complementar o nosso trabalho”, opinou.

Profissional aprende a identificar a embalagem da amostra de água

Adriana Gama ressaltou, ainda, que é fundamental conhecer os trâmites administrativos e burocráticos do processo de coleta e análise de amostras. “É importante saber como se faz um registro e como incluir, junto com a amostra, essas informações que podem ajudar a esclarecer o que aconteceu, tais como sinais e sintomas apresentados pelos afetados pela doença ou agravo, o que eles comeram e o que eles beberam, tudo isso ajuda para o resultado final”, concluiu a participante.