Workshop discute desafios e oportunidades da mineração sustentável no Pará
O objetivo foi promover um debate sobre diversos aspectos que possam embasar diretrizes, conciliando questões técnicas com ênfase nas ações sustentáveis

"Mineração no Pará: Tendências para a Sustentabilidade" foi o tema do workshop realizado nesta sexta-feira, 14 de março, data em que se celebra o "Dia Estadual da Mineração no Pará". O evento foi promovido pelo Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), e aconteceu no Salão de Eventos da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa). A iniciativa contou com a parceria da FIEPA, do Centro das Indústrias do Pará (CIP), do Sindicato das Indústrias Minerais do Estado do Pará (Simineral) e do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram-PA).
O objetivo foi promover um debate sobre diversos aspectos que possam embasar diretrizes, conciliando questões técnicas com ênfase nas ações sustentáveis, além de mapear os projetos e iniciativas de sustentabilidade desenvolvidos pela indústria extrativa e de transformação mineral.
O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia, Paulo Bengtson, realizou a abertura do evento junto ao presidente da Fiepa, Alex Carvalho; ao diretor-executivo do Simineral, Emerson Rocha; ao gerente executivo do IBRAM Amazônia, Anderson Santos; ao deputado estadual Fábio Freitas; e demais autoridades e representantes de mineradoras.

Durante sua fala, Bengtson destacou a importância da consolidação de parcerias para o desenvolvimento de ações conjuntas, conciliando crescimento e sustentabilidade em território paraense. “Precisamos, mais do que nunca, falar sobre sustentabilidade. Não somente por conta da realização da COP 30, mas pela urgência que o mundo vive hoje. As mudanças climáticas são reais; já as sentimos no nosso dia a dia, e elas afetam todos os setores da sociedade”, enfatizou.
Ele ressaltou ainda que o setor mineral representa um dos pilares fundamentais da economia paraense, pois a extração e transformação de minerais exigem uma ampla cadeia de serviços, insumos e mão de obra, impulsionando o desenvolvimento de empregos e renda no estado.
“É essencial reunir os diferentes atores da mineração e a sociedade para discutir as boas práticas de sustentabilidade, além de refletir, em conjunto, sobre soluções para o futuro. Este estado tem um ponto de convergência voltado para o amanhã, e não há futuro sem uma consciência voltada para a conservação ambiental. Apesar dos desafios em busca de economicidade, competitividade e equilíbrio, em pautas que também merecem a atenção desta casa, do governo e da sociedade em geral, dar protagonismo às questões de sustentabilidade ambiental se torna, não apenas pela COP 30, mas também pela sua relevância, um grande momento e uma oportunidade de assumir o papel de liderança”, afirmou Alex Carvalho, presidente da FIEPA.

O deputado federal Keniston Braga (MDB-PA) também participou do encontro e destacou a importância da Agência Nacional de Mineração (ANM) para promover a transformação com foco na sustentabilidade. "Precisamos de um ambiente jurídico mais seguro para garantir um cenário socioeconômico produtivo. É fundamental modernizar o nosso código minerário, e já temos um projeto em tramitação. O mundo clama por uma economia de baixo carbono e uma transição energética mais abrangente. Não há transição energética sem minerais críticos. Neste ano de COP 30, vamos mostrar ao mundo que queremos ser protagonistas dessa transição, aproveitando nossas enormes reservas de minerais como cobre, alumínio e bauxita. Somos autossuficientes e podemos transformar o mundo aplicando esses minerais na transição energética."
Durante o workshop, representantes de empresas que operam no Pará apresentaram ações sustentáveis aplicadas à mineração no território paraense. A conferência contou com a apresentação de quatro painéis, e os debates abordaram temas relacionados a minerais como cobre, alumínio, ouro e minerais industriais. As discussões conciliaram aspectos técnicos com ênfase nas ações sustentáveis, destacando e mapeando os projetos de sustentabilidade desenvolvidos pela indústria extrativa e de transformação mineral, alinhados às boas práticas ESG (ambiental, social e de governança).

O painel de Alumínio contou com a participação de representantes das mineradoras Alcoa, Hydro e Mineração Rio do Norte. O debate trouxe para o centro da discussão o processo de mineração, que envolve atividades como pesquisa, extração, transporte, processamento, transformação mineral, oportunidades de negócios e, principalmente, as práticas sustentáveis adotadas ao longo de todo o processo. O evento buscou conciliar os aspectos técnicos com ênfase nas ações sustentáveis, mapeando as iniciativas e projetos de sustentabilidade desenvolvidos pela indústria extrativa e de transformação mineral.
O painel de Ouro contou com a participação de Poliana Gualberto, coordenadora de Projetos Estruturantes da Diretoria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral (DIGEM/SEDEME), como mediadora, além da presença das mineradoras Brazauro Recursos Minerais, Magellan, Serabi Gold e North Star. Durante o painel, Poliana reforçou a importância do debate para o fortalecimento das ações conjuntas, com ênfase na sustentabilidade
Conforme o Cadastro Estadual de Controle, Acompanhamento e Fiscalização das Atividades de Pesquisa, Lavra, Exploração e Aproveitamento de Recursos Minerários (CERM/Sedeme), em 2024, o estado teve uma produção de 178.035.091,53 toneladas de ferro, 29.876.071,38 (Ton.) de Bauxita, 944.726,30 (Ton.)de Cobre, 795.432,09 (Ton.) de Manganês, 1.995.658,44 (Ton.) de Calcário para uso industrial e 690.900,25 (Ton.) de níquel.
Participaram do workshop representantes de empresas Vale, Mineração Rio do Norte, Alcoa, Magellan, Brazauro, Hydro, North Star, Serabi Gold, OZ Minerals, Bravo, Artemyn Rio Capim, Caulim e Eros.