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Santa Casa do Pará é referência nos cuidados com a saúde dos rins na infância

Hospital disponibiliza o Serviço de Terapia Renal Substitutiva Pediátrica (STRSP), oferta consultas e realiza transplantes, entre outros procedimetos

Por Samuel Mota (SANTA CASA)
13/03/2025 12h25

Entre as funções dos rins estão as de regular a pressão arterial, filtrar o sangue, eliminar as toxinas do corpo, controlar a quantidade de sal e água do organismo e ainda produzir hormônios que evitam a anemia e doenças ósseas, entre outras.

As causas mais comuns da insuficiência renal crônica em crianças estão as malformações congênitas do trato urinário, que podem ter origem em fatores genéticos, infecciosos ou ambientais; as doenças hereditárias; e as glomerulopatias, doenças que afetam os glomérulos renais, que são as estruturas responsáveis pela filtração do sangue e produção de urina.

Érika Costa de Moura, nefrologista pediátrica da Fundação Santa Casa, com atuação no Serviço de Transplante Renal Infantil, diz que a campanha do Dia Mundial do Rim, deste ano, reforça a importância do diagnóstico precoce e o acesso a toda população para o tratamento da doença renal crônica.

“Lembrando sempre que a doença pode ser prevenida quando a gente consegue diagnosticar de forma precoce, ou seja, a gente pode controlar para evitar que chegue em um estágio final, que é uma lesão dos rins”, destaca a doutora Érika Moura. 

A nefrologista informa, também, que, "de acordo com os dados do Ministério da Saúde, cerca de 10% da população brasileira têm algum tipo de doença dos rins. E, como a gente não tem sintomas, é uma doença, digamos assim, silenciosa. Não tem como a pessoa descobrir se ela não fizer alguns exames para detectar. E, entre esses exames, a creatinina é um dos principais para detectar se a pessoa já tem algum tipo de lesão renal que possa progredir para a doença renal crônica”, disse a médica.

A Sociedade Brasileira de Nefrologia coordena no Brasil a Campanha do Dia Mundial do Rim,  com o objetivo de disseminar informações sobre as doenças renais, para a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado.

José Moura Neto, presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia, reitera em sua apresentação da campanha que o tema atual é necessário, ao ratificar a busca por uma política de saúde inclusiva que garanta a equidade e permita o acesso ao diagnóstico e tratamento. “Ainda temos, no Brasil e no mundo, iniquidade na assistência à saúde renal, com regiões onde há barreiras no acesso ao diagnóstico e tratamento, especialmente à terapia renal substitutiva. Estima-se que, no Brasil, cerca de 50 mil pessoas por ano com doença renal morrem precocemente antes de ter acesso à diálise ou ao transplante”.

Atenção Redobrada - A médica nefrologista Érica de Moura ressalta que em adultos, é importante lembrar que as causas principais que levam à doença renal crônica são diabetes, hipertensão arterial, além da questão da obesidade e doenças cardiovasculares. “Os idosos têm mais risco, principalmente os que apresentarem essas doenças e aqueles que têm histórico familiar de doença renal. Em crianças, a gente já tem outras causas. É importante lembrar que a principal causa de doença renal crônica são as malformações congênitas dos rins e as doenças glomerulares. E, assim, os exames principais para a gente diagnosticar a doença renal crônica seriam a dosagem da creatinina no sangue e o exame de urina”.

Em relação às dicas de cuidados com os rins, a especialista reforça que a prevenção passa por cuidados com a diabetes, hipertensão arterial, além de  evitar a obesidade. “É importante evitar excessos de comidas com conservantes, hipersódicas, com excesso de sal, temperos de pacote, o uso indiscriminado de anti-inflamatórios. Sempre lembrar que esses anti-inflamatórios com uso prolongado, indiscriminado, sem indicação médica, também podem levar a lesão renal”.

“A atividade física também é importante, porque ajuda prevenir que a pessoa tenha uma evolução para o estágio de obesidade. E com atividades físicas vai melhorar o condicionamento corporal, inclusive até aumenta a quantidade de ingestão de água, que é um fator importantíssimo para a gente prevenir as doenças, com uma hidratação adequada. Quando a gente faz atividade física, a gente acaba suando mais e aí acaba ingerindo mais líquido, e isso ajuda o bom funcionamento dos rins”, afirma a médica Érica de Moura.

Transplante Renal: Em 2024, a Fundação Santa Casa do Pará fortaleceu a rede estadual de transplantes, com a expansão do programa de transplante renal. Agora, em 2025, foram realizados três transplantes renais pediátricos e no ano passado foram realizados 14 transplantes renais pediátricos, ampliando o acesso a esses procedimentos essenciais para pacientes em situação crítica. 

Além disso, a instituição realizou no último ano 373 consultas, pré e pós transplante, e promoveu 4.486 ações relacionadas à doação e captação de órgãos, englobando capacitações, visitas de busca ativa, entrevistas com familiares e acompanhamento de doações. 

Atualmente 28 crianças com doença renal crônica recebem acompanhamento no Serviço de Terapia Renal Substitutiva Pediátrica  (STRSP) da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMPA), necessitando de diálise e outros tratamentos.

Essas iniciativas evidenciam o compromisso permanente da Fundação Santa Casa em salvar vidas e oferecer cuidados especializados em transplantes, reforçando sua dedicação à promoção da saúde por meio da doação de órgãos, como informa Norma Assunção, diretora Técnica Assistencial da instituição. “Nós somos um hospital transplantador. Em 2018, nós conseguimos a autorização para começarmos o transplante renal pediátrico.Em 2019, fizemos o nosso primeiro transplante renal pediátrico”.

“Hoje somos referência no estado nessa área. E para isso a instituição vem investindo ao longo desses anos para buscar fazer sempre o melhor nesse cuidado, nesse olhar para a nossa população”, destaca a doutora Norma Assunção.