Governo do Pará orienta população sobre prevenção e cuidados com a meningite
Doença grave pode ser evitada com vacinação e medidas simples de proteção
A meningite é uma doença séria que, nos estágios iniciais, pode ser confundida com um simples resfriado. Diante disso, o Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), reforça o alerta para a população sobre os sintomas e medidas preventivas. Os principais sinais incluem dor de cabeça, febre e vômitos, especialmente quando acompanhados de cansaço extremo, irritação, rigidez na nuca ou convulsões.

Segundo explica o médico infectologista da Sespa, Paulo Henrique Farias, existem diferentes tipos da doença. “As meningites virais são comuns na infância e, na maioria dos casos, evoluem de forma leve, exigindo apenas tratamento sintomático. No entanto, algumas formas mais agressivas, como as causadas pelo vírus da varicela, podem deixar sequelas significativas. Já as meningites bacterianas exigem atenção redobrada, especialmente as provocadas pelo meningococo, responsável pela meningite meningocócica, que pode evoluir, rapidamente, para quadros graves. Outra forma preocupante é a meningite pneumocócica, também frequente e perigosa”, alerta o especialista.
A meningite é uma doença endêmica no Brasil, ou seja, pode ocorrer em qualquer época do ano. Porém, segue um padrão sazonal: as meningites bacterianas são mais comuns no inverno, enquanto as virais predominam no verão. Conforme dados divulgados pelo Ministério da Saúde, entre 2010 e 2024, foram registrados 356.877 casos suspeitos da doença no país. Desse total, 234.569 foram confirmados, com a meningite viral liderando os números (104.645 casos), seguida da bacteriana (79.847 casos).
Diante desse cenário, a secretária de Estado de Saúde Pública, Ivete Vaz, enfatiza a necessidade da imunização e da adoção de medidas preventivas. “A vacinação é a forma mais eficaz de proteção. Além disso, é fundamental reconhecer os sintomas e buscar assistência médica o quanto antes”, destaca.
O que é meningite?
A meningite é uma inflamação das meninges, membranas que protegem o cérebro e a medula espinhal. Pode ser causada por vírus, bactérias, fungos e até protozoários, sendo que as formas bacterianas são as mais graves. A transmissão varia conforme o agente causador, mas, no caso das meningites virais e bacterianas, ocorre principalmente pelo contato com gotículas de saliva e secreções respiratórias de uma pessoa infectada.

Como se prevenir?
A melhor forma de prevenção é a vacinação. O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza vacinas para diversas faixas etárias e grupos prioritários, incluindo:
1 - Meningocócica C – Protege contra o sorogrupo C;
2 - Meningocócica ACWY – Abrange os sorogrupos A, C, W e Y;
3 - Haemophilus influenzae tipo B – Previne meningite por Haemophilus influenzae;
4 - Pneumocócica 10-valente – Protege contra o Streptococcus pneumoniae.
Além disso, na rede privada, há a opção da vacina contra o meningococo do grupo B, ainda não incluída no calendário do SUS.
Outras medidas essenciais também alertam para evitar contato próximo com pessoas infectadas, higienizar as mãos com frequência, não compartilhar objetos de uso pessoal, como copos e talheres, e manter os ambientes bem ventilados.
Em caso de diagnóstico positivo de meningite, é fundamental que todas as pessoas que tiveram contato próximo ao paciente procurem um serviço de saúde. O infectologista Paulo Henrique Farias explica que “a vigilância epidemiológica do município identifica esses contatos e adota medidas específicas. Em casos de meningite meningocócica e por Haemophilus, há protocolos definidos para a administração de antibióticos em contatos próximos”. Com informação e prevenção, é possível reduzir os riscos e proteger a população dessa doença grave.