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Sespa intensifica vacinação contra a febre amarela em Breves

Ação conjunta busca conscientizar comunidades ribeirinhas e ampliar a imunização na região do Marajó

Por Ascom (Governo do Pará)
12/03/2025 15h24

O Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), em parceria com o Ministério da Saúde (MS) e a Secretaria Municipal de Saúde de Breves, intensificou a vacinação contra a febre amarela em comunidades rurais e ribeirinhas do município. A iniciativa do Estado, que enviou 10 mil doses de imunizantes contra a doença para o município e o trabalho da Sespa, que auxiliou na aplicação e no lançamento dessas doses no sistema do MS, a comunidade não apresentou mais casos graves da doença. Conforme a efetividade da ação, a situação está controlada na localidade.

A febre amarela é uma doença infecciosa causada pelo arbovírus do gênero Flavivirus, transmitido por mosquitos. A principal forma de prevenção é a vacina, disponível gratuitamente na rede pública de saúde. No entanto, a baixa procura pela imunização tem preocupado as autoridades, especialmente após a confirmação de 15 casos da doença e cinco mortes em Breves.

Mobilização

A mobilização se intensificou após a morte de um adolescente de 16 anos, no último dia 20 de fevereiro. Morador da comunidade do Rio Jacarezinho, ele estava hospitalizado desde o dia 13, no Estado do Amapá, onde teve a doença confirmada por exames laboratoriais. O caso acendeu um alerta na Vigilância Epidemiológica, que rapidamente acionou um plano emergencial para conter a disseminação do vírus.

Entre as primeiras ações, a Sespa mobilizou equipes para vacinar os moradores da comunidade do jovem, além de investigar a situação epidemiológica na região. Um alerta foi emitido para toda a Rede Cievs, a Rede Nacional de Vigilância Epidemiológica Hospitalar (Renaveh) e os Centros Regionais de Saúde, reforçando a necessidade de monitoramento intensivo.

Estratégias para conter o avanço da doença

Além da intensificação da vacinação, o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Pará (Cievs-PA) recomendou medidas preventivas, como:

 • Monitoramento de casos suspeitos e epizootias em primatas não humanos (macacos doentes ou mortos);
 • Notificação imediata de casos suspeitos de febre amarela em até 24 horas;
 • Treinamento de profissionais para detecção precoce da doença e coleta ágil de amostras laboratoriais.

A coordenadora estadual de Arboviroses, Aline Carneiro, destacou que a Força Nacional do SUS foi acionada para auxiliar no treinamento de profissionais de saúde sobre o manejo de pacientes com febre amarela, especialmente nos casos mais graves.

Já a diretora de Vigilância em Saúde, Liliane Ferraz, ressaltou que as principais ações em andamento incluem cobertura vacinal total nas áreas rurais, controle de vetores e identificação de primatas infectados.

A febre amarela é transmitida por mosquitos e pode ocorrer em dois ciclos:

 • Silvestre: O vírus circula entre macacos e mosquitos silvestres (Haemagogus e Sabethes), podendo infectar humanos que entram em áreas de mata sem proteção.
 • Urbano: O Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika, pode espalhar o vírus entre humanos, tornando o controle da doença ainda mais urgente.

Prevenção e combate à doença

A vacinação continua sendo a melhor forma de prevenção. Além da imunização, especialistas recomendam uso de repelentes, roupas longas, instalação de telas em portas e janelas e proteção de áreas de mata.

O Cievs-PA emitiu um alerta para que todos os municípios da região do Marajó intensifiquem a vacinação, visando alcançar uma cobertura mínima de 95% da população a partir de nove meses de idade.

De acordo com Jaíra Ataíde, coordenadora estadual de Imunizações, até o momento já foram aplicadas mais de quatro mil doses em comunidades como Jacarezinho, São Raimundo, São Brás, Lúcia Alves, Nossa Senhora de Nazaré, Porto Cacique e Vila Muniz. “Seguimos avançando pelos rios para imunizar quem ainda não foi vacinado. Quem perdeu o cartão de vacinação é considerado não vacinado e deve tomar a dose”, explicou.

Marinha apoia vacinação em áreas isoladas

Para garantir que as vacinas cheguem às comunidades mais remotas, a Marinha do Brasil está oferecendo suporte logístico à operação. A embarcação Aviso Auxiliar Soure partiu na manhã desta terça-feira (12) transportando 10 mil doses da vacina para Breves.

A bordo, estão 33 profissionais, entre militares e equipe de saúde, que irão imunizar populações ribeirinhas nos rios Limão, Jacarezinho, Taujari e Jaburu. A missão deve durar de 15 a 16 dias, garantindo que mesmo os locais mais isolados sejam atendidos.

O apoio da Marinha reforça a importância da cooperação entre as Forças Armadas e os órgãos de saúde para ampliar a cobertura vacinal e impedir o avanço da febre amarela no Marajó.