Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
CONSCIENTIZAÇÃO

Projeto Detran nas Comunidades inicia ações educativas com indígenas e quilombolas

Iniciativa objetiva reduzir acidentes em trajetos das comunidades tradicionais

Por Leidemar Oliveira (DETRAN)
12/03/2025 10h44

Nos últimos cinco anos, o Departamento de Trânsito do Estado (Detran) vem ampliando as ações educativas a todos os segmentos sociais com o objetivo de orientar e conscientizar condutores e pedestres sobre os riscos de sinistros de trânsito. Na segunda-feira, 10, a Coordenadoria de Educação de Trânsito iniciou, de forma inédita, o Projeto Transitando nas Comunidades. Pela primeira vez, as ações estão voltadas especificamente para comunidades indígenas e quilombolas. 

Neste mês, as primeiras atividades estão ocorrendo na comunidade Rural do Campo Verde, no município de Concórdia do Pará, na região de Integração do Guamá. As ações são conduzidas pelas servidoras Surama Soares e Luiza Helmer, vinculadas à Gerência de Cultura de Trânsito e idealizadoras do projeto.

Segundo elas, o Detran percebeu que ainda não havia um trabalho direcionado para essas comunidades, que requer um método de abordagem e linguagem mais direcionados para as populações tradicionais. “As ações educativas que o órgão já desenvolve contempla outros setores de forma mais abrangente ou focado em empresas, escolas e trabalhadores do trânsito, por exemplo. Faltava uma atuação mais voltada para esses segmentos, que são parte considerável da população do Estado e que também são vulneráveis no trânsito”, explica Surama.

Em Concórdia do Pará existem 76 comunidades e, neste primeiro momento, cinco delas receberão a equipe do Detran, entre elas, Campo Verde, Galho, São Benedito II, Cravo e Trevo. “Os moradores destas comunidades se deslocam para o centro da cidade e no trajeto acontecem sinistros porque são pessoas com uma outra dinâmica de vida, pouco acostumadas com a agitação do trânsito dos centros urbanos. Por isso, queremos fazer esse trabalho de orientação, para que elas conheçam os fatores de risco e evitem acidentes com vítimas”, enfativa a servidora. Segundo ela, recentemente uma estudante de uma comunidade quilombola morreu atropelada após descer do ônibus escolar.

O Projeto Transitando nas Comunidades conta com a parceria da prefeitura, por meio das secretarias de Meio Ambiente e Educação. As dinâmicas e conteúdos utilizam recursos do cotidiano das comunidades, a exemplo da teia de aranha e balangandãs (adereço de origem africana que eram usados por mulheres negras escravizadas), a fim de facilitar a aprendizagem sobre comportamento seguro no trânsito. Atravessar na faixa de pedestre, saber a preferencial de veículos e pedestres, uso do capacete, observação do semáforo, transporte de crianças e de carga estão entre os fatores de risco ensinados à comunidade.

As ações em Concórdia seguem até o dia 14 de março. Em seguida, o Projeto acontecerá em Tomé-Açu, nas comunidades indígenas Turiwara, Tembé e Pituan, e na zona rural de Forquilha e Nova Esperança do Opitinga.