Jovem inventor paraense participará do programa Caldeirão do Hulk
O jovem paraense Edivan Alves, natural de Moju, viajou nesta quarta-feira, 23, às 9h, do Aeroporto Internacional de Belém rumo ao Rio de Janeiro, para participar da gravação da 4ª edição do quadro “Jovens Inventores” do programa Caldeirão do Hulk, da Rede Globo. O estudante apresentará em rede nacional o filtro de água desenvolvido a partir do carvão ativado obtido na queima do caroço de açaí. A invenção foi desenvolvida em 2013, no Clube de Ciências da Escola Estadual Ernestina Pereira Maia, em Moju, e rendeu ao estudante o primeiro lugar da 17ª edição do Prêmio Jovem Cientista na modalidade Ensino Médio, prêmio que foi entregue pela presidente Dilma Roussef no mesmo ano.
A produção do Caldeirão do Hulk visitou, em junho, os municípios de Moju e Abaetetuba para gravar algumas cenas na casa da família de Edivan e no Clube de Ciências, com o intuito de mostrar os caminhos percorridos pelo estudante até a conclusão do projeto científico. O jovem inventor terá a chance de ganhar um prêmio no valor de R$ 30.000,00, no quadro “Jovens Inventores”.
O trabalho “Carvão de caroço de açaí (Euterpe oleracea) ativado quimicamente com hidróxido de sódio (NaOH) e sua eficiência no tratamento de água para o consumo” tem como objetivo usar o caroço de açaí para desenvolver um tipo de carvão capaz de filtrar a água e torná-la apropriada para o consumo da população que não dispõe de sistema de água tratada, melhorando a qualidade de vida em áreas onde o saneamento básico ainda é precário.
Na época do estudo, a pesquisa revelou que 64% das pessoas afirmaram ter contraído algum tipo de doença pela ingestão de água não tratada e 57% manifestou diarreia infecciosa, seguida de verminoses, cólera, leptospirose e hepatites, confirmando que o líquido não é potável. Assim, o resultado desse trabalho, que é o carvão resultante do caroço de açaí, submetido a vários experimentos químicos, pode contribuir para a prevenção de inúmeras doenças e, consequentemente, para a melhoria da qualidade de vida da população local.
Além disso, o caroço de açaí representa uma nova alternativa de matéria-prima na fabricação de carvões ativados, movimentando a economia na região e promovendo também a sustentabilidade na produção de açaí, já que o fruto é muito consumido pela população da região.
Em 2013, quando ganhou o prêmio, Edvan Alves era aluno do 2º ano do Ensino Médio da Escola Ernestina Pereira Maia, onde começou a realizar a pesquisa e desenvolver a parte teórica do projeto. Na época, ele foi convidado pelo seu professor orientador Valdemar Carneiro para desenvolver a parte prática do projeto no Clube de Ciências do município de Abaetetuba, a 25 Km de Moju, que funciona em regime de convênio com a Secretaria de Educação do Pará (Seduc) e onde são desenvolvidos inúmeros projetos científicos de alunos de escolas públicas da região.
Atualmente, com 21 anos, Edivan é aluno do curso de Engenharia Química da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Uniffesp), estuda no campus de Marabá e integra o programa de Iniciação Científica da Universidade, onde pretende aprimorar sua pesquisa e contribuir ainda mais para o desenvolvimento científico da região norte e do Brasil.
O jovem inventor fala da importância de sua participação em um programa nacional. “É uma honra apresentar o meu trabalho e poder representar o meu estado, o meu município, Mojú, e a Região do Baixo Tocantins que sempre nos impressiona com a quantidade de projetos e pesquisas científicas desenvolvidos. Eu quero que essa participação em programa de visibilidade nacional sirva de incentivo a outros estudantes do estado”, destacou Edivan Alves.