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FORÇA FEMININA

Mulheres que transformam o HOL: histórias de coragem e dedicação na saúde

Elas representam cerca de 70% da força de trabalho e 60% dos pacientes assistidos na instituição

Por Leila Cruz (HOL)
08/03/2025 12h16

Em um cenário onde a dedicação, o cuidado e a resiliência são essenciais, mulheres que atuam no Hospital Ophir Loyola, em Belém, desempenham um papel fundamental na vida de pacientes e colegas de trabalho. Médicas, enfermeiras, psicólogas e tantas outras profissionais que trabalham na administração e na assistência com competência, coragem, empatia e enfrentam desafios diários para garantir o bem-estar e a recuperação daqueles que buscam ajuda na instituição de saúde.

A presença feminina no ambiente hospitalar não é apenas uma questão de número, mas de impacto profundo na qualidade do atendimento e no acolhimento humanizado. Ao todo, são 1.456 mulheres entre os 2.087 servidores HOL, o que representa cerca de 70% da força de trabalho da unidade hospitalar. Mas elas não são as únicas que inspiram com histórias de superação e paixão pela profissão. A maioria do público atendido é composta por mulheres, totalizando cerca de 5.500 pacientes, o que corresponde a 60% do número geral de usuários atendidos.

Joyce Cardoso, paciente do Hospital.

Pacientes como a enfermeira Joyce Cardoso, de 40 anos, que há 12 anos recebeu um diagnóstico no dia 8 de março de 2013, Dia Internacional da Mulher, que mudaria sua vida para sempre: câncer de mama. Essa data, repleta de simbolismos, passou a ter um significado ainda mais profundo para Joyce, que, apesar de no atual momento enfrentar um câncer metastático, manteve o entusiasmo pela vida. Hoje, ela faz parte da Comissão de Representantes de Pacientes (Corepa), que auxilia e orienta outras pessoas sobre os direitos, deveres, e a transformar o hospital em um ambiente mais acolhedor e humano.

Naquele ano, ela estava recém-aprovada na faculdade de enfermagem, mas conseguiu se formar. "Desenvolvi metástase no pulmão e, infelizmente, não consegui trabalhar na minha área, mas nunca desisti de ajudar o próximo", contou Joyce, que, mesmo diante dos desafios, seguiu firme no propósito de contribuir com a saúde e bem-estar dos outros, inspirando outras mulheres com sua história de resiliência.

"Não é somente sofrimento, apesar de mexer não só com o paciente, mas também com toda a estrutura familiar. O câncer não é uma sentença de morte, também existe vida, celebrações. Não devemos nos entregar à doença, chore o que tiver de chorar, mas no outro dia levante a cabeça e vá para a luta. É preciso cuidar da saúde física e mental, comparo a uma luta de videogame, em que precisamos lutar para vencer o adversário", disse Joyce.

Silvia Cruz, superintendente do Instituto de Nefrologia

A médica Silvia Cruz iniciou a trajetória no hospital há 25 anos. Ela fez parte do desenvolvimento do projeto que viria a se configurar mais tarde no atual Serviço de Nefrologia do Hospital. "Naquela época, era necessário transportar os pacientes para outras unidades de diálise, pois não havia uma clínica de nefrologia aqui. Juntamente com a direção, foi desenvolvido um projeto para iniciar esse serviço, que passou a oferecer diálise, hemodiálise e transplante renal", afirmou.

"Foi extremamente empolgante para toda a equipe perceber que, em uma cidade como Belém do Pará, conseguimos implementar um serviço de transplante renal que muitos duvidavam ser possível. Formamos uma equipe cirúrgica e uma equipe clínica dedicadas, e, a partir daí, já realizamos com sucesso o transplante de 790 pacientes", destacou a nefrologista e ainda expressou com orgulho que integrou a equipe que tornou o hospital o primeiro da região Norte a fazer transplante renal com doador falecido.

Silvia precisou equilibrar a carreira na medicina, o papel de professora universitária e a maternidade, especialmente devido à exigência de estar 24 horas à disposição da Central Estadual de Transplantes. "É uma missão que demanda total disponibilidade. Assim que somos notificados sobre um doador, precisamos acompanhar todo o processo, seja de manhã ou à noite, ou até por 48 horas seguidas, sem interrupções. Meu filho era pequeno e se queixava quando eu recebia uma ligação e precisava correr para o hospital. Hoje também é médico, mas na área da ortopedia", recordou.

Carmen Dora, tesoureira.

Do século de existência do Hospital Ophir Loyola, a metade foi acompanhada bem de perto, ou melhor, vivenciada intimamente – por Carmen Dora Alves, 84 anos. Ela é a servidora mais antiga do hospital, onde começou a trabalhar no ano de 1962, aos 19 anos. Carmem iniciou no setor de estatística do extinto Hospital dos Servidores do Estado, e, em 1965, tornou-se tesoureira da instituição, cargo que exerce até agora.

"São 65 anos me dedicando ao hospital, não penso em me aposentar. Acompanhei toda a evolução do hospital até o momento atual, e isso é realmente gratificante. Trabalhar aqui me traz ânimo, e é realmente muito prazeroso. Tenho o hospital como um local cheio de memórias, onde me desenvolvi profissionalmente", declarou Carmem, que é um exemplo de longevidade no serviço público, sendo parte fundamental da história do Hospital Ophir Loyola.

Com uma trajetória de mais de 40 anos de HOL, Rosa Sales, é a enfermeira mais antiga do hospital. Em 1975, aos 25 anos, começou a trabalhar no hospital e agora vê a instituição como o segundo lar e a segunda família. "A minha relação com a profissão está no sangue, a minha avó era parteira em Paragominas e sempre a ajudei nos partos. Eu também me tornei parteira muito respeitada e trouxe muitas vidas ao mundo, comecei a trabalhar no posto de saúde e daí veio a vontade de fazer faculdade de enfermagem", contou.

Casada e mãe de três filhos, Rosa sempre contou com o apoio e incentivo da família para exercer a profissão, porque trabalhar com saúde requer muita renúncia e dedicação. "Atualmente tiro plantação em todas as clínicas, passei a me dedicar muito mais ao trabalho depois que fiquei viúva. Amo o que faço e sou muito grata a Deus pelo privilégio de continuar trabalhando e ajudar a cuidar de todas essas pessoas que precisam do Hospital", expressou.