‘Bailinho’ no Oncológico Infantil leva Carnaval aos pacientes internados
Iniciativa promoveu momentos de entretenimento e descontração para pacientes em tratamento oncológico na unidade de saúde do Pará

O Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (Hoiol) promoveu, na tarde da última quinta-feira (6), uma programação especial para usuários assistidos na unidade. Realizado na brinquedoteca do 2º andar, o Bailinho de Carnaval contou com a mobilização de colaboradores e voluntários, que se fantasiaram, entraram na brincadeira e promoveram momentos de entretenimento e descontração para crianças e seus familiares.
De acordo com a coordenadora de Humanização do Hoiol, Natacha Cardoso, o Bailinho de Carnaval já é uma tradição e vai além da diversão. “O brincar tem a sua importância e é muito significativo no ambiente hospitalar pois ajuda na adesão ao tratamento, além de fortalecer as relações interpessoais. Por meio do entretenimento, os profissionais conseguem aproximar-se ainda mais das famílias e dos usuários, melhorando suas experiências na unidade.

A festa contou com decoração carnavalesca, brincadeiras e apresentações das bandas Balada Kids e da Banda Tapiokids. Fantasiados de diversos personagens, colaboradores e voluntários interagiram com os foliões. A artesã Vera Lúcia Siqueira, integrante do voluntariado da instituição, destacou a emoção de fazer parte da celebração. “O que me motiva é a vontade de fazer algo que melhore o momento pelo qual os pacientes estão passando e que possam sorrir e se sentirem acolhidos. Vi uma menininha que, mesmo com o braço com curativo, pegou um pandeiro e começou a balançar. Isso foi emocionante, pois notei, naquele momento, que ela esqueceu da dor e se divertiu a festa toda.”
Entre os pacientes, o clima era de empolgação. Ana Júlia Gaia, de 9 anos, se encantou com a programação. “Hoje foi muito legal, gostei muito do Bailinho, foi muito divertido e animado. Ganhei brinde porque disputei a melhor fantasia”, contou. Sua mãe, Edilma Gaia, destacou a importância da iniciativa para o bem-estar da filha. “Durante a internação, os pacientes ficam muito no quarto. Então, é muito legal para eles terem uma noçãozinha de como foi o Carnaval lá fora. Você percebe diferença no humor e na disposição deles depois desses eventos”, disse a dona de casa.

A pediatra Talissa Cunha, que acompanha os foliões em suas jornadas de tratamento, ressaltou a importância de tornar o ambiente hospitalar mais acolhedor. “Muitos dos nossos pacientes estão em internações de longa permanência e mesmo quando estão em suas casas, são privados, ou pelo menos restritos, dos espaços de convivência social, como festinhas de aniversário, shoppings ou parques. Um ponto importante para adesão ao tratamento é fazer do espaço onde ele é realizado um lugar agradável e esse tipo de iniciativa devolve a essas crianças a oportunidade dessa vivência. Acredito que no contexto da oncologia infantil é crucial experimentar algo fora do cotidiano. O Bailinho desmistifica a imagem mais séria dos profissionais e permite a melhor convivência e comunicação”, explicou.
O evento também promoveu a interação entre os próprios profissionais do hospital, reforçando o conceito de humanização no atendimento. “É um privilégio poder alegrar um pouquinho o dia deles e é impossível não se emocionar com esse momento. O sentimento é de gratidão”, afirmou a enfermeira Talita Lopes, que se inspirou na personagem Chiquinha, do seriado Chaves, para marcar presença no evento. “A participação dos colaboradores e das médicas torna tudo ainda mais especial. Isso nos dá um respiro, um alívio em meio à rotina do tratamento”, elogiou a avó de uma das pacientes, a corretora de imóveis Jeane Tavares, 59 anos.

Para Natacha, a presença dos voluntários e a participação ativa da equipe fazem toda a diferença na experiência dos pacientes. “Ter a presença e a participação dos colaboradores nos eventos influencia positivamente o ambiente de trabalho. A humanização também é isso: fortalecer laços e tornar o tratamento mais acessível e ameno para a criança”, concluiu.
Serviço: Credenciado como Unidade de Alta Complexidade em Oncologia, o Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo é referência no diagnóstico e tratamento especializado do câncer infantojuvenil na região amazônica, atendendo pacientes de 0 a 19 anos incompletos. Gerenciado pelo Instituto Diretrizes (ID), por meio de contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde do Pará (Sespa), o hospital recebe crianças e adolescentes dos 144 municípios paraenses e de estados vizinhos, oferecendo assistência integral e humanizada.
Texto: Ellyson Ramos - Ascom Hoiol