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Bibliotecas escolares incentivam jovens estudantes ao aprendizado

Por Redação - Agência PA (SECOM)
24/09/2015 16h36

Como deve funcionar uma biblioteca escolar? Esta pergunta expõe o desafio permanente para educadores em estabelecimentos públicos e particulares de ensino. No caso da rede de 1.054 escolas públicas estaduais nos municípios paraenses, sob responsabilidade da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), o funcionamento das bibliotecas públicas é encarado como algo fundamental no processo ensino-aprendizagem. É a partir da leitura de textos sobre conteúdos variados, do acesso a informações em suportes diferenciados e da integração dos estudantes neste espaço escolar, que o gosto pelos estudos, pelo saber, e a trajetória de cada estudante ganham impulso.

“Estar na biblioteca da escola é sempre um incentivo a querer aprender mais. Eu e amigos costumamos vir aqui, para pesquisar, ler e também conversar”, afirma estudante Anny Celeste Costa, 17 anos, do 2º ano do Ensino Médio. Anny pretende cursar Direito ou Publicidade e Propaganda. A jovem estuda na Escola Estadual Visconde de Souza Franco, no bairro do Marco, um dos colégios mais tradicionais da rede pública estadual.

A presença dos estudantes no local é incentivada pelos professores para atividades extraclasse e para lazer no intervalo das aulas. Na biblioteca do Souza Franco os alunos são recepcionados pelas professoras Cristiane Caetano e Adalcinda Éleres. Esta realidade da biblioteca do Souza Franco se expande por muitas outras escolas da rede estadual, indicando que há sempre vida nas bibliotecas escolares.

Mas, o desafio de aperfeiçoar o funcionamento destes espaços requer o compromisso e dedicação dos profissionais nas escolas, como demonstra a bibliotecária e professora da Faculdade de Biblioteconomia da Universidade Federal do Pará (UFPA), Telma Sobrinho. Ela proferiu recentemente palestra sobre o tema “Biblioteca Escolar: qual é a sua missão?” para gestores e professores de escolas públicas estaduais da Grande Belém, no auditório do próprio Souza Franco.

Acesso - “Uma biblioteca escolar deve contribuir com tudo o que é feito dentro da escola, para concretizar as metas pedagógicas propostas pela comunidade escolar. Ela contribui, principalmente, com a formação do leitor, porque sendo a biblioteca escolar o primeiro contato que o aluno tem com uma biblioteca formal ela é decisiva no aspecto de formar o leitor. Ali é o nascedouro dele como leitor e como usuário de bibliotecas”, afirma Telma Sobrinho.

A bibliotecária defende a tese de que “a biblioteca escolar deve quebrar as suas paredes e ir para a sala de aula”, no sentido de não ser apenas um espaço na estrutura física da escola, mas dialogar permanentemente com as salas de aula para que os estudantes possam ganhar o hábito de leitura, da pesquisa.

O funcionamento de uma biblioteca em escola não se restringe, como alguns gestores e educadores ainda pensam, a aulas e conteúdos de Língua Portuguesa. “É preciso que estudantes e professores de disciplinas variadas utilizem o acervo de informações nas bibliotecas escolares”, afirma Telma. Ela observa que essa prática, sob orientação de uma equipe interdisciplinar nas bibliotecas, contribui em muito para que seja evitado o famoso “recorta e cola” de conteúdos na internet por estudantes.

“A biblioteca escolar deve funcionar como um espaço em que o aluno pesquisa e produz conhecimentos, e aí tem de ser um espaço saudável, acolhedor, a partir da integração da equipe multidisciplinar relacionada a este espaço na escola”, afirma Telma Sobrinho. Um aliado dos gestores de bibliotecas escolares é o Sistema Estadual de Bibliotecas Escolares (Siebe), da Seduc.

“Estamos em contato permanente com as escolas e os profissionais responsáveis pelas bibliotecas, para ver de que forma podemos melhorar o atendimento aos estudantes. Para isso, entre outras ações, promovemos a troca de experiências e explanações e debates sobre temas relacionados às bibliotecas das escolas”, afirma a coordenadora do Siebe, Arilene Piedade.