Curro Velho abre inscrições para oficinas do Núcleo de Produção Cultural
Cursos profissionalizantes e práticas sustentáveis são destaque na programação de março de 2025
O Núcleo de Produção Cultural do Curro Velho, em Belém, abre inscrições no próximo dia 6 de março para sete oficinas que buscam aprofundar técnicas artísticas e práticas sustentáveis. Com início das aulas marcado para o dia 17 do mesmo mês, as oficinas têm carga horária de 45 horas e são direcionadas a alunos com experiência prévia em artes visuais ou práticas de ofício, oferecendo uma porta de entrada para a profissionalização no mercado cultural.
Entre as oficinas oferecidas estão "Do Papel ao Produto", "Estamparia Amazônica com Serigrafia", "Utilitários com Madeira", "Acessórios de Moda com Reaproveitamento de Sombrinha", "Confecção de Mascotes da Amazônia em Tecido", "Embalagem Criativa" e "Design de Bolsa com Banner". Cada oficina tem 10 vagas e é ministrada por instrutores especializados, como André Teixeira, Lucilene Carvalho e Juliana Lebrêgo.
Ana Luz, técnica em gestão cultural do Curro Velho, explica que o núcleo de produção é um espaço onde os alunos podem aprofundar suas técnicas e se preparar para o mercado. "Quando o aluno passa por várias etapas, como serigrafia, desenho e pintura, e quer algo mais, ele se inscreve nas oficinas do núcleo de produção, onde vai aprofundar a técnica e trabalhar com o mais próximo do que o mercado pede", afirma.
As oficinas também têm um forte viés sustentável. Na oficina "Do Papel ao Produto", por exemplo, os alunos aprendem a reciclar papel e a adicionar fibras naturais, como a pupunha e o curauá, para aumentar a resistência do material. Além disso, o núcleo tem experimentado com papel-semente, uma inovação que permite que o papel germine após o uso. "Quando o aluno coloca a primeira camada do papel no tanque, ele joga as sementes desidratadas dentro do papel. As sementes podem ser de maracujá, cheiro verde, ou outras que estamos testando. Quando o papel é rasgado, as sementes ficam expostas e, se colocadas em um lugar úmido, germinam. É um processo simples, mas muito interessante", explica Ana.
Outro destaque é a oficina "Acessórios de Moda com Reaproveitamento de Sombrinha", onde os alunos transformam sombrinhas usadas em bolsas, mochilas e outros acessórios. Já a oficina "Confecção de Mascotes da Amazônia em Tecido" também chama a atenção por sua abordagem inclusiva, com bonecas que representam cadeirantes, pessoas com deficiência visual, autistas e crianças com membros amputados. Com uma proposta que une arte, sustentabilidade e profissionalização, o Núcleo de Produção do Curro Velho se consolida como um espaço de transformação, onde a cultura amazônica ganha vida através das mãos de seus alunos.
A Fundação Cultural do Pará (FCP), responsável pelo Curro Velho, reforça seu papel na promoção da cultura paraense ao oferecer essas oficinas. Além de capacitar artistas e artesãos, a FCP fortalece a identidade cultural da região, promovendo práticas sustentáveis e inclusivas que refletem a riqueza e a diversidade do Pará.