OSTP e AJB surpreendem público com versão de samba-enredo da Grande Rio
Apresentação ocorreu na noite desta quarta-feira (19), durante concerto extra de aniversário do Theatro da Paz
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A Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz (OSTP) e a Amazônia Jazz Band (AJB) apresentaram, na quarta-feira (19), mais uma noite de “Jazz Sinfônico”. No palco do Theatro da Paz, os grupos repetiram o sucesso da primeira apresentação, realizada no último sábado (15). Na ocasião, que marcou o aniversário do Theatro da Paz e do maestro Waldemar Henrique, os ingressos se esgotaram em tempo recorde, levando à abertura desta segunda sessão para atender à grande demanda.
Desta vez, os ingressos se esgotaram em apenas uma hora. E o público foi surpreendido ao ouvir, já no bis, uma versão especial do samba-enredo da escola de samba carioca Grande Rio, que homenageia o Pará no Carnaval de 2025. A composição, assinada pelos paraenses Mestre Damasceno, Ailson Picanço, Davison Jaime, Tay Coelho e Marcelo Moraes, exalta a cultura, a musicalidade e a encantaria do Pará e da Amazônia.
“Essa relação com a Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz e a Amazônia Jazz Band é algo muito novo. Temos a possibilidade de agregar uma obra com uma linha melódica muito perfeita aos nossos ritmos, como o carimbó. E ter essa representação no Theatro da Paz é surreal para a gente”, disse o compositor Marcelo Moraes, que esteve presente para assistir à apresentação especial.
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O maestro Miguel Campos Neto, regente do concerto, também destacou a fusão entre o clássico e o popular. “Nós estamos aqui justamente para mostrar que a cultura é plural. A diversidade já está intrínseca nela. Então, sim, é uma versão inusitada, porque não é todo dia que você ouve uma orquestra sinfônica tocando um samba-enredo, mas é muito importante. E o mais interessante é que o samba-enredo da Grande Rio subiu ao palco do Theatro da Paz antes mesmo de chegar à Sapucaí”, comentou o maestro.
Além dos músicos, as cantoras Andréa Pinheiro e Gigi Furtado também se apresentaram, interpretando composições de Waldemar Henrique, um dos grandes nomes da música paraense, que dedicou sua vida à arte e ao Theatro da Paz, onde atuou como diretor. O programa incluiu tanto sucessos quanto obras menos conhecidas do compositor.
“Fico emocionadíssima quando sou lembrada como artista para participar de eventos e datas importantes como essa, que celebram o Theatro e os intérpretes. Eu não tive a sorte de conhecer o maestro Waldemar Henrique, mas tenho o privilégio e a honra de cantar suas composições nesta casa, que faz parte da nossa memória”, compartilhou Gigi Furtado.
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A noite também foi de valorização dos talentos locais. “É lindo e muito importante trazer o público para assistir a esse espetáculo e mostrar que aqui no Pará temos excelentes músicos, uma orquestra incrível e a Amazônia Jazz Band. É uma noite de muita alegria para nós”, disse a professora Clara Nogueira, que esteve na plateia.
Em 2025, além de comemorar seus 147 anos, o Theatro da Paz celebra a oficialização da candidatura à lista de Patrimônio Mundial da Unesco. Organizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a candidatura inclui também o Teatro Amazonas, sob o título de “Teatros da Amazônia”.
Como parte das celebrações, até o dia 23 de fevereiro as visitas guiadas ao Theatro da Paz serão gratuitas, com exceção da sexta-feira (21), quando o espaço estará fechado para manutenção.
Texto: Juliana Amaral/ Ascom Secult