ADEPARÁ faz 1º reunião técnica online sobre a Vassoura de Bruxa da Mandioca
A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (ADEPARÁ), por meio da Gerência de Pragas Quarentenárias, realizou nesta terça-feira (18/02), a 1ª Reunião Técnica sobre a vassoura de bruxa da mandioca.
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Intitulada "Conhecendo a Vassoura de Bruxa da Mandioca", a reunião foi online e contou com a participação de mais de 90 servidores das 20 unidades regionais da ADEPARÁ, que abrangem 144 municípios paraenses.
O evento teve como convidado o Dr. Adilson Lima, pesquisador da Embrapa Amapá, que abordou os sintomas e as medidas de prevenção à doença.
O pesquisador, que atua na área de controle biológico, com ênfase no isolamento, caracterização e avaliação de agentes fúngicos para o controle biológico e promoção do crescimento vegetal, detalhou a situação da doença no Amapá e o trabalho dos pesquisadores que percorreram áreas de difícil acesso para chegar às aldeias do Oiapoque, onde foram identificados os primeiros registros da doença.
De acordo com Adilson Lima, os sintomas da doença nas plantações de maniva devem ficar mais evidentes em março e abril com a intensidade do período das chuvas.
Para evitar a disseminação da praga, o pesquisador orientou que deve-se evitar o uso de maquinários agrícolas de áreas infectadas em locais de cultivo sem a presença da doença, higienizar as ferramentas para eliminação de plantas doentes e multiplicar as manivas sementes resistentes ao patógeno - uma das principais medidas que tem sido estudadas para barrar a entrada do fungo.
A gerente de pragas quarentenárias da ADEPARÁ, Maria Alice Thomaz, disse que essa é primeira atividade direcionada aos servidores do campo e em breve serão feitos treinamentos para que eles possam atuar na defesa do território paraense contra essa praga.

“Nesse primeiro momento, nós queremos nivelar os conhecimentos sobre essa praga com todos os nossos servidores. Em uma próxima reunião que faremos, já será para apresentar aos nossos servidores nosso plano de ação para prevenção e controle caso essa praga adentre nosso Estado, pois atualmente só ocorre em 6 municípios do Amapá”, explicou a gerente Maria Alice Thomaz.
Vassoura de bruxa da mandioca - É a mais nova doença que está afetando a cultura da mandioca, no Amapá. A praga não tem qualquer relação com a vassoura de bruxa do cacaueiro. Trata-se de uma doença nova, detectada oficialmente em julho de 2024 em aldeias indígenas do Oiapoque, no Amapá. O fungo não é capaz de causar mal nenhum para a saúde humana, apesar de ser altamente destrutivo para as lavouras de mandioca. A praga encontra-se presente, até o momento, apenas no Amapá. O Mapa decretou emergência fitossanitária para a doença nos estados do Amapá e do Pará.
"O Pará foi incluído pois, como a doença segue avançando dentro do Amapá, nosso estado possui divisa terrestre com esse Estado, além do Pará ser o estado com maior produção de mandioca do Brasil”, explicou a gerente.
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Desde que foi declarada emergência sanitária para a praga quarentenária, a Adepará construiu em conjunto com a Superintendência Federal de Agricultura (SFA/PA), um plano emergencial de combate à vassoura de bruxa da mandioca , que irá realizar primeiramente levantamentos emergenciais para detecção da praga em 28 municípios escolhidos pela proximidade com o Amapá e pela produção expressiva de mandioca.
A reunião foi uma oportunidade para os servidores de diversas regiões do estado se atualizarem sobre o tema. “Conhecer a praga é importante porque quando fizermos a inspeção de campo, vamos ter certeza que a praga não está no Pará. Sem conhecer, sem saber identificar a praga, pode gerar dúvida. Então, ficar atualizado sobre onde essa praga está presente hoje, faz com que a gente fortaleça a inspeção e a vigilância nos municípios na divisa com o Amapá” , disse o fiscal agropecuário Cássio Polla.
Para os servidores que atuam no campo como agentes fiscais agropecuários, a reunião técnica esclareceu o assunto. "Nós tivemos muitas informações sobre a presença da praga e como devemos nos preparar e agir, caso ela chegue ao nosso território, com ações preventivas, levantamentos e educação sanitária nas unidades produtivas da mandioca", disse Andressa Bentes , agente fiscal agropecuária.