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No Hospital Galileu, paciente que estava há cinco 5 meses sem falar se recupera após cirurgia torácica e emociona equipe

Agradecimento ocorreu durante uma roda de conversa que reúnem a equipe para ouvir sugestões, críticas e elogios dos usuários da unidade

Por Ascom (Governo do Pará)
14/02/2025 14h34

A escuta ativa é indispensável quando se busca construir um relacionamento mútuo entre o usuário e a instituição. E no setor de saúde não é diferente. Ouvir as sugestões dos pacientes e acompanhantes, fortalece a confiança e traz melhorias nos processos.

Para fortalecer esse vínculo, mensalmente, o Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), na Grande Belém, promove rodas de conversa para sanar dúvidas e ouvir o usuário. Nesse mês de fevereiro, a equipe foi impactada com o depoimento de um paciente, que voltou a falar depois de 5 meses, após uma cirurgia torácica feita na unidade. 

Morador do município de Rondon do Pará, Cicero Alves Vieira, de 62 anos, chegou ao HPEG quase sem esperança de recuperação. Ao passar por diversas instituições de saúde públicas e privadas, ele não apresentava nenhuma melhora significativa em seu quadro clínico. Ao sofrer um acidente, o usuário teve várias fraturas e ficou 5 meses sem falar, se comunicando por meio da escrita e de gestos. Ao ser internado no Galileu, Cícero iniciou um tratamento e passou por uma cirurgia torácica, na qual, o resultado foi, aos poucos, a retomada da fala.

Emocionada com o avanço do pai, Alaine Costa Vieira, de 34 anos, agradece aos profissionais que atenderam Cícero. "Parabenizo o hospital pela excelente equipe desde a portaria até os médicos pela assistência humanizada. Falo isso pois tenho experiência. Andei por diversos hospitais públicos e particulares no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Ceará e até aqui no Pará e nenhum foi como o Galileu. É um hospital público de excelência, com profissionais nota 10", parabenizou a acompanhante.

Tratamento - A volta da fala de Cícero, foi após uma cirurgia de estenose na traqueia. "Ele teve um trauma direito na traqueia. Tem 62 anos e é ativo, com voz firme tanto nas articulações das palavras, quanto nas suas atitudes. Esse paciente teve esse trauma, o qual evoluiu para estenose grave e extensa. Ficou 5 meses sem falar, mas hoje está descanulado (retirou a cânula, dispositivo que se encontrava no pescoço), feliz, com a voz restabelecida, já falando bem", detalhou o cirurgião torácico Ajalce Janahú.

O tratamento ainda não acabou. Porém, a equipe já comemora o avanço. "Estamos nos ajustes finais, já que não é uma cirurgia que se faz de uma vez. Os pacientes vão algumas vezes ao centro cirúrgicos, fazem exames, trocam uma cânula. Esses são pacientes que passam algum tempo conosco, são de longa convivência com a equipe multiprofissional. O seu Cícero, agora, fará o acompanhamento regular, com as consultas e avaliações periódicas", explicou o médico.

Referência - As cirurgias das vias aéreas do HPEG, que tratam de lesões na laringe, na traqueia e nos brônquios, se tornaram referência em todo o País, e até, internacionalmente, diante de sua especificidade dentro da especialidade de cirurgia torácica e, sobretudo, pela sua realização por meio do Sistema Único de Saúde Pública (SUS).

O HPEG conta com o Programa de Cirurgia de Traqueia, que iniciou as intervenções em 2016. Ao total, cerca de 300 procedimentos já foram feitos em uma temporada dando voz aos silenciados em consequência de avarias e sequelas da intubação e por outras mazelas.

O cirurgião torácico lembra que o programa nasceu para aliviar cerca de 20 pacientes. A previsão era de seis meses de duração, com provável prorrogação para mais seis. "Dos nossos pacientes, cerca de 1/3 são de Belém. Atendemos pessoas de diversas regiões do Estado, devido nossa referência. Por mês, chegam cerca de 4 casos novos, e damos vazão com rapidez à demanda, tendo uma fila de cerca de 5 pessoas para os procedimentos", ponderou Ajalce Janahú.

Roda de conversa - As rodas de conversa é uma estratégia que está pautada diretamente nas diretrizes da Política Nacional de Humanização- PNH, baseada na escuta qualificada do usuário.

"O encontro também é o momento de ouvir sugestões, críticas e elogios ao trabalho realizado na unidade. Dessa forma, os profissionais têm a oportunidade de explicar os processos internos do hospital aos usuários, esclarecer dúvidas, e até detectar possíveis fragilidades que precisam ser melhoradas. Tudo para prestar a melhor assistência aos pacientes. Ficamos muito felizes com a recuperação do seu Cícero, e emocionados com os agradecimentos. Vemos, assim, que estamos no caminho certo", observou Susane Pires, supervisora do Serviço de Atendimento ao Usuário (SAU) da unidade.

Serviço - O Hospital Galileu tem o perfil de média e alta complexidade e funciona como retaguarda cirúrgica para pacientes de traumas ortopédicos, além de atender usuários urológicos e da cirurgia torácica, sendo referência em reconstrução de traqueia da Rede Pública Estadual.

A unidade é pública e administrada pelo Instituto de Saúde e Social da Amazônia – ISSAA, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). Fica localizada na avenida Mário Covas e dispõe de 104 leitos de internação.

Texto: Roberta Paraense