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 Ophir Loyola busca multiplicar captadores de doadores de sangue

Unidade hospitalar, integrante da rede pública estadual, possui uma das maiores demandas transfusional da região Norte

Por Leila Cruz (HOL)
11/02/2025 17h25

Em uma ação estratégica para aumentar o número de doações de sangue, o Hospital Ophir Loyola (HOL), em parceria com a Fundação de Hemoterapia e Hematologia do Estado do Pará (Hemopa), promoveu uma capacitação de profissionais de saúde para o processo de captação de doadores. A ação estratégica visa aumentar o número de doadores para a unidade hospitalar diante de um cenário que exige uma maior conscientização sobre a importância da doação regular.

O Hospital é reconhecido por ser um dos principais centros de tratamento e referência em oncologia, nefrologia e transplantes. Com cerca de 1,2 milhão de atendimentos ao ano, a unidade enfrenta uma das maiores demandas transfusionais da região Norte, com cerca de 800 transfusões mensais. A necessidade contínua em manter os estoques abastecidos torna a colaboração com a Fundação Hemopa ainda mais essencial.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ideal é que entre 3% e 5% da população de um país seja doadora de sangue. No entanto, no Brasil, esse índice está bem abaixo da meta, atingindo apenas 1,6% da população. No Estado do Pará, apenas 1,2% da população é registrada como doadora de sangue, o que representa um desafio contínuo para garantir a reposição das bolsas necessárias para atender a demanda dos hospitais.

Camila Medina,  assistente social da Gerência de Captação de Doadores (Gecad), do Hemopa,

A capacitação abordou, em detalhes, o processo de doação de sangue, desde a coleta até os testes sorológicos e a liberação das bolsas para os pacientes. A capacitação visou esclarecer as etapas do processo transfusional e a importância da gestão eficaz de cada fase, com a participação ativa das unidades hospitalares na captação de doadores.

Camila Medina,  assistente social da Gerência de Captação de Doadores (Gecad), do Hemopa, ressaltou que os principais obstáculos enfrentados para aumentar o número de doadores. "Esses entraves incluem o envelhecimento da população, mitos e medos em relação à doação, e hábitos de vida que favorecem doenças como diabetes, hipertensão e infecções sexualmente transmissíveis. Além disso, a falta de uma cultura de doação de sangue enraizada na sociedade, aliada à carência de informações sobre o processo, agrava ainda mais a situação", alertou.

Camila destacou também a corresponsabilidade das unidades hospitalares na gestão do processo transfusional, enfatizando a importância de se garantir a reposição dos estoques de sangue de forma eficaz, com foco na reposição das bolsas de sangue fornecidas e na capacidade de atender às demandas transfusionais de forma contínua.

Capacitação de profissionais de saúde para o processo de captação de doadores

Entre as metas traçadas pelo Hemopa, destaca-se o aumento das doações de reposição, principalmente por parte dos colaboradores das unidades hospitalares. A ideia é estimular a doação regular dentro dos próprios hospitais e alcançar, pelo menos, 50% de reposição das bolsas de sangue fornecidas. Esse esforço é essencial para atender à alta demanda de transfusões e garantir que os pacientes recebam o tratamento necessário sem desabastecimento.

Mestre em virologia e especialista em Gestão e Controle de Qualidade, o coordenador da Agência Transfusional (AT) do HOL, Rodrigo Barros, ressaltou que a maioria dos pacientes atendidos pelo hospital vem de municípios distantes da capital. Isso gera uma grande dificuldade na mobilização de doadores, especialmente porque ainda existe uma parcela significativa da população que só se dispõe a doar sangue para conhecidos.

“Essa tarefa exige um esforço constante na conscientização da sociedade em geral e na mobilização para que mais pessoas se tornem doadoras regulares. A criação de uma cultura de doação de sangue, pautada pela responsabilidade social e cidadania, é fundamental para engajar a população e fortalecer a rede de doadores no Estado. A conscientização sobre o impacto positivo que cada doação pode ter na vida de pacientes é um passo crucial nesse processo”, destacou o coordenador que atua há 12 anos com hemoterapia e banco de sangue.

O coordenador da Agência Transfusional do HOL, Rodrigo Barros

Barros destacou ainda que o “Ophir Loyola” vive uma demanda transfusional que exige constante vigilância e ação na captação de doadores de sangue. “A parceria com a Fundação Hemopa e a promoção da educação continuada dos servidores são essenciais para garantir que os estoques de sangue sejam mantidos. A colaboração entre as instituições de saúde e a sociedade civil é um caminho imprescindível para salvar vidas e garantir que os pacientes recebam o tratamento necessário em momentos críticos.”

Requisitos e cuidados para a doação de sangue:

As restrições, para garantir a segurança tanto dos doadores quanto dos receptores, incluem casos como dengue, chikungunya ou zika (nos últimos 30 dias), vacinas recentes (como febre amarela, rubéola, sarampo, entre outras), gripe, resfriado, covid-19. Pessoas que tenham feito tatuagem ou piercing nos últimos seis meses, ou passado por exame de endoscopia recentemente.

Podem doar pessoas entre 16 e 69 anos, que estejam em boas condições de saúde e pesem a partir de 50 kg. Menores de 18 anos precisam de autorização dos responsáveis. Também é necessário apresentar um documento oficial com foto.