Pacientes da UTI Adulto da Santa Casa do Pará ganham sarau musical
A ação está inserida no projeto de humanização implantado pela instituição, dentro do contexto da Política Nacional de Humanização do SUS
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Ao longo dos anos a Santa Casa implementou em todo o hospital várias iniciativas para o acolhimento e humanização do cuidado com o paciente, entre essas ações está o sarau musical que vem sendo oferecido na Unidade de Terapia Intensiva, com o objetivo de transformar a jornada do paciente num momento mais acolhedor. E nesse ambiente que é tenso e desafiador, a equipe que atua na UTI Adulto, vem buscando várias informações para promover momentos de leveza e conexão, para transformar a experiência desse paciente, dessa família e mesmo dos profissionais que estão envolvidos no cuidado.
Nelma Machado, médica intensivista, gerente da UTI Adulto, relata que esse propósito de fazer essa ambiência mais acolhedora humana é uma iniciativa de acolhimento e humanização para fortalecer esses vínculos entre a equipe, os familiares e o paciente. “Durante esse dia a gente pergunta para os pacientes e para os familiares sobre a música que eles queiram ouvir, que seja significativa para eles. Aí a equipe da UTI, que é composta por médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, técnicos de enfermagem, uma equipe bem, faz a execução prática”.
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“A gente se une e canta para compartilhar esse momento especial com eles. Além da música, a gente também faz um lanche para criar um espaço de interação e afeto. Para nós é mais que um evento musical. O sarau representa aquele momento de pausa desse cotidiano intenso do hospital. E com isso tentamos resgatar essa individualidade dos pacientes e reforçar a importância do cuidado integral com a equipe. E isso é executado com a presença afetuosa de todos nós.Trazendo luz, esperança, um sorriso às vezes no rosto que está sofrendo e angustiado. E quando a gente vê aquele sorriso é algo curador. O nosso corpo fica mais leve e feliz. Então, a gente torna essa jornada na UTI mais humanizada e acolhedora”, enfatiza a médica.
Eloísa Sena Rosa, agricultora, moradora da zona rural do município de Bujaru, nordeste do Estado, está com sua mãe internada na UTI Adulto desde o início de janeiro e aprova essa ação dos profissionais na UTI. “Olha, a gente se sente mais acolhido. A gente fica apreensiva nesse ambiente e quando a gente recebe esse acolhimento, essa atenção toda assim, 24 horas, em prol daquela pessoa ali, então a gente se sente acolhido. É aconchegante esse momento, e a gente não se sente triste pelo fato de ver a nossa mãe nesse lugar, sabendo que estão olhando por ela. É um lugar onde Deus habita completamente, onde a gente olha assim e reconhece que está tudo bem, graças a Deus”.
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Romualdo Bahia, técnico de enfermagem da Santa Casa, durante sua apresentação no Sarau da UTI, fez uma fala sobre a importância desse momento: “Após a gente estar pensativo, às vezes escutamos uma música, e é aquela música que consegue entrar no nosso coração de uma forma que faz com que ela nos alegre. Eu imagino que seja um momento difícil para quem está aqui internado ou acompanhando seu parente ou amigo. Acredito que a primeira coisa que passa na cabeça do paciente é essa dúvida se a gente vai retornar para casa ou não. E neste momento a música ajuda muito. E aqui é um momento em que o paciente pode pensar no alívio. Pensar nas músicas que se gosta. Pensar nas letras que se gosta”.
“Todas as músicas são elaboradas para que se consiga fixar na cabeça e consiga despertar qualquer tipo de sentimento. Às vezes a gente escuta uma música, e chora de tristeza; depois escuta a mesma música e acabamos chorando de alegria. E isso faz com que saibamos que é muito importante esse momento. Isso faz levantar o astral. E eu espero que esse momento aqui seja um momento de grande valia na recuperação dos pacientes”, destaca o músico Romualdo.
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Sobre o Sarau - Lançado no ano passado, o Sarau da UTI Adulto da Fundação Santa Casa do Pará está inserido no projeto de humanização implantado pela instituição. Esse processo está dentro do contexto da Política Nacional de Humanização do SUS (PNH), que tem como objetivo garantir ao paciente acesso ao seu ciclo social, o que juntamente com o acesso aos serviços de saúde contribui com o bem estar mental e saúde do paciente.
O hospital tem regras por conta de doenças que lá são tratadas, mas essa atividade do sarau musical é de fundamental importância na humanização, assim como na recuperação de um paciente.
“Somos uma família muito grande e cada dia vem um parente acompanhá-la nesse momento complicado. E, por ser um momento tão delicado, a música que estão cantando vai lá no coração da gente. As lágrimas de emoção correm na gente. Eu acho lindo. Gostaria que ela estivesse escutando, mas infelizmente ela não tá, né? Mas aí mexe muito com a gente. Eu gostei muito dessa ação. Música que eu posso cantar para ela e tudo isso é muito confortante”, relatou Maria de Lourdes da Silva Santos, dona de casa, moradora de Belém, presente na UTI por conta da internação e tratamento de sua prima.
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Nelma Machado, gerente da UTI Adulto, relata que na unidade existe o ‘prontuário afetivo’, e que iniciou esse projeto com uma parte da equipe da Santa Casa, na época do auge da Covid. “A gente dá continuidade a esse projeto agora, com essa comissão de cuidados paliativos da unidade, que foi criada em janeiro passado, e essa comissão vem ficando, vem trabalhando, educando, tornando mais robusto esse processo”, conta.
“A gente pretende, com essa comissão, otimizar a utilização desse prontuário afetivo, onde a gente coloca ela na unidade, junto com a família, os gostos, os saberes, como esse paciente gosta de ser chamado, qual música que gosta, qual o desenvolvimento que gosta, que se for possível a gente providencia. É realmente transformar essa jornada em uma jornada humana, serena e significativa, para tirar toda essa tensão e medo que muitas vezes o leito de terapia intensiva causa nos pacientes e familiares, assim como na própria equipe, que está ali dentro 24 horas”, destaca a médica intensivista.