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Alunos de escolas técnicas, em Belém, comemoram vitória tripla nos listões dos aprovados 2025

Assim como Daniele e Tiago, quase 75% dos aprovados são oriundos de escola pública, de acordo com o reitor da instituição

Por Raiana Coelho (SECTET)
31/01/2025 22h32
Foto: Divulgação

Disciplina, luta e muito estudo cruzam as histórias de Daniele Caroline da Fonseca e do Tiago Cruz Soares, ambos alunos de Escolas de Ensino Técnico da capital paraense, e que comemoraram, nesta sexta-feira (31), a terceira aprovação em vestibulares desde a última semana. Liberado logo nas primeiras horas de hoje, o listão dos aprovados da Universidade do Estado do Pará fez a alegria de centenas de calouros de Belém e mais 22 municípios de 11 regiões do Pará. Assim como Daniele e Tiago, quase 75% dos aprovados são oriundos de escola pública, de acordo com o reitor da instituição. 

Com apenas 17 anos, Daniele já carrega no currículo da vida três aprovações de vestibular numa mesma tentativa. A jovem foi aprovada em Engenharia Ambiental e Energias Renováveis, na Universidade Federal Rural da Amazônia, também em Direito, na Universidade Federal do Pará e, há algumas horas, pôde ouvir o nome na rádio com a tradicional leitura do listão dos aprovados da UEPA, no curso de Engenharia Ambiental e Sanitária. Estudante da Escola de Ensino Técnico do Pará Vilhena Alves, ela contou sobre a emoção de tamanha conquista. 

“Meu Deus, eu estou sentindo um misto de emoções. Eu entrei na EETEPA em 2022, perdi a minha mãe recentemente, então foi um período muito difícil, mas graças ao acolhimento da EETEPA, ao preparatório que a gente tem aqui, eu consegui passar em três universidades públicas, eu estou muito feliz”. Declarou a caloura

Foto: Divulgação

Ela também resumiu como era a rotina de estudos para alcançar os objetivos definidos ao longo de 2024. “Eu chegava na EETEPA 7 horas, saía 18h, chegava em casa umas 20h30, aí eu estudava um pouco, revisava o que aprendia no dia. Na escola também participava de simulado, de feira temática, uma rotina intensa que valeu muito a pena”.

Representando a EETEPA Deodoro de Mendonça, também localizada em Belém, o tricalouro se chama Tiago Cruz Soares, aprovado nos vestibulares de Medicina da UFPA, UEMA (Universidade do Estado do Maranhão) e agora da UEPA. Sem dúvida sobre a profissão que quer seguir, ele conta da onde vem a vontade de ser médico.

“Eu não tenho nem palavras para descrever esse momento que eu estou vivendo desde sexta-feira passada, quando saiu o resultado da UFPA.  Eu estou vendo esse sonho que é a aprovação, que eu e minha família sempre sonhamos com isso, sempre foi o sonho deles e o meu, desde pequeno eu falava que eu queria ser médico”

Foto: Divulgação

Assim como Daniele, Tiago precisou enfrentar uma perda familiar, por isso, dedica tanta vitória ao avô falecido.

Foto: Divulgação

“Esse ano foi muito complicado, foi um ano de muito foco e muitas abdicações para poder conseguir realizar esse sonho, a minha rotina era todo dia eu acordar 5 horas da manhã e colocar no celular vídeo aulas, ir para academia vendo aula, depois ir para escola, de tarde estudar e de noite estudar de novo. Isso todo santo dia, eu acordava e dormia estudando, as vezes, batia o cansaço, às vezes eu me encontrava esgotado, mas nessas horas que eu me lembrava o por que de eu estar fazendo tudo aquilo, que era pela minha família, meu pai, minha mãe, meu irmão, minhas avós, principalmente o meu avô falecido, que hoje não pode estar aqui para comemorar comigo e ele é um dos principais motivos dessa história aqui, sempre foi um dos que mais me apoiou a estudar, a ir atrás do meu sonho e que com certeza sem eles eu não conseguiria nada disso. O apoio da escola também foi fundamental para realizar esse sonho”.

A vitória dos alunos irradia o corpo docente. Mara Campelo é vice-diretora da EETEPA Vilhena Alves e não segurou as lagrimas ao falar sobre o significado do dia de hoje. “O sentimento primeiro é de arrepiar. O segundo é você se ver nesse momento, é uma escola pública que tem uma a trica loura, é um sentimento que não cabe no peito porque é de família humilde e tá aí provando que é possível. O Vilhena Alves é uma escola acolhedora, inclusiva, e aí a gente vem apoiando de todo jeito, de todas as formas, do modo que a gente pode. Nenhum salário paga a gente vê hoje essa festa, alegria desses meninos, e eles são protagonistas dessa história. Então, a gente só tem nesse momento é alegria mesmo, festejar, brincar com eles e, já dissemos para eles, retornem para contribuir com esse conhecimento que vocês estão buscando lá fora”.