Ideflor-Bio e UFPA avançam em parceria para pesquisa em biotecnologia em Unidades de Conservação
O trabalho conjunto pode abrir caminho para novas frentes de pesquisa e trazer avanços significativos na valorização da biodiversidade amazônica
O fortalecimento da cooperação entre o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio) e Universidade Federal do Pará (UFPA) na área de biotecnologia foi discutida nesta semana pelo presidente do Instituto, Nilson Pinto, e o professor titular da UFPA e chefe do Laboratório de Engenharia Biológica do Parque de Ciência e Tecnologia Guamá (PCT), Artur Luiz da Costa da Silva. A reunião contou, ainda, com a participação de gestores e técnicos de diferentes órgãos envolvidos na pesquisa científica e conservação ambiental.
Além de estreitar as relações institucionais, a reunião teve caráter informativo, sendo preparatória a um novo encontro, programado para a primeira quinzena de fevereiro, quando pesquisadores da UFPA, especialmente da área de Genética do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), apresentarão descobertas recentes sobre estruturas moleculares de alto valor agregado e com elevado potencial científico, encontradas no solo do Parque Estadual do Utinga Camillo Vianna, em Belém.
A identificação dessas estruturas pode abrir caminho para novas frentes de pesquisa, e até para o patenteamento de descobertas, fortalecendo a inovação no setor de biotecnologia. “Os estudos demonstram o imenso potencial científico presente nas áreas protegidas do Estado. Parcerias como essa são fundamentais para que possamos transformar conhecimento em inovação, e em benefícios diretos para a sociedade”, afirmou Nilson Pinto.
A reunião também contou com a presença da diretora-presidente da Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, Heloísa Guimarães; do diretor de Gestão da Biodiversidade do Ideflor-Bio, Crisomar Lobato; dos assessores técnicos Juan Hoyos e Thiago Valente, e do gerente da Região Administrativa de Belém, Júlio Meyer.
Cooperação - Para o professor Artur Luiz da Costa da Silva, a parceria entre universidade e instituições gestoras do meio ambiente pode trazer avanços significativos para a Ciência e a valorização da biodiversidade amazônica. “A pesquisa acadêmica tem um papel essencial no desenvolvimento sustentável. A descoberta de novas moléculas e compostos biológicos pode resultar em aplicações diversas, desde o setor farmacêutico até novas soluções para a conservação ambiental. A colaboração com o Ideflor-Bio amplia esse horizonte”, destacou o pesquisador.
O Parque Estadual do Utinga, que serviu de base para essas descobertas, é uma das principais áreas de conservação do Pará, abrigando uma rica biodiversidade. As pesquisas conduzidas na área envolvem estudos sobre microbiologia, fungos, bactérias, óleos, resinas, frutos da flora e fauna local, todos considerados estratégicos para a biotecnologia e a geração de conhecimento sobre os recursos naturais da região.
Conhecimento - Na próxima reunião deve ser consolidada a parceria, permitindo que as equipes técnicas do Ideflor-Bio tenham um conhecimento mais aprofundado sobre as descobertas científicas e avaliem possíveis estratégias para sua aplicação. O encontro também reforça a importância da pesquisa dentro das unidades de conservação do Estado, destacando seu papel tanto na preservação quanto no desenvolvimento sustentável.
Nilson Pinto reforçou, ainda, “que com iniciativas como essa o Pará avança na integração entre conservação ambiental e inovação científica, demonstrando o potencial da Amazônia para impulsionar novas tecnologias e conhecimentos, que beneficiem tanto a região quanto a comunidade científica global”.