Adepará e parceiros conhecem experiência de cultivos alimentares no Marajó
A Caravana Institucional Marajó promoveu visita técnica e diálogos estratégicos para incentivar a inclusão socioprodutiva e tecnológica no arquipélago do Marajó.
O campo experimental da Embrapa, localizado no município de Salvaterra, recebeu, nesta semana, a comitiva composta por representantes da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater-PA), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Prefeitura Municipal de Salvaterra, Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), por meio da Promotoria do Consumidor, além de Sespa, Sebrae e Uepa Campus Salvaterra.
O grupo visitou os cultivos implantados na fazenda modelo da Embrapa na Ilha, onde, às margens do Rio Paracauari, quinze produtores cultivaram milho, feijão e batata de cultivares biofortificadas. Esses alimentos básicos passaram por melhorias genéticas desenvolvidas pela Embrapa, resultando em maior valor nutricional e contribuindo para a segurança alimentar da população local.
A partir da vivência no campo experimental, os agricultores aprenderam novas técnicas de manejo e poderão replicá-las em suas propriedades, ampliando a produção de alimentos enriquecidos com vitaminas e fortalecendo a agricultura familiar.
A segurança alimentar das comunidades marajoaras tem sido uma preocupação constante das instituições envolvidas, que vêm firmando parcerias para impulsionar práticas agrícolas sustentáveis e diversificar o cultivo além da mandioca, base alimentar tradicional da região.
Durante o encontro, os produtores relataram suas experiências na área cultivada, enquanto os representantes institucionais discutiram novas oportunidades de cooperação para fortalecer a conservação ambiental e a sustentabilidade agrícola.
Para a gerente de inspeção de produtos vegetais da Adepará, Joselena Tavares, a estrutura existente no campo experimental representa um grande potencial para o desenvolvimento de atividades agropecuárias que promovam a inclusão produtiva dos agricultores do arquipélago e o acesso a mercados formais.
“É uma satisfação estarmos aqui, unindo esforços em prol do fortalecimento da produção agrícola sustentável no Marajó. A experiência apresentada demonstra o imenso potencial dessa região para impulsionar novas práticas agrícolas e promover a inclusão socioprodutiva dos agricultores locais, ampliando a oferta de alimentos e contribuindo para a segurança e soberania alimentar das comunidades. A Adepará tem um compromisso com a segurança e a qualidade dos produtos agroalimentares. Esse trabalho conjunto com a Embrapa, Emater e demais instituições parceiras permite fomentar novas oportunidades para os produtores, garantindo que os alimentos cheguem ao mercado dentro dos padrões higiênico-sanitários e de identidade e qualidade, agregando valor aos produtos regionais”, destacou a gerente.
Projeto Bem Diverso Sustenta e Inova - O Projeto Bem Diverso Sustenta e Inova tem promovido a capacitação de agentes multiplicadores de tecnologias e práticas sustentáveis, fortalecendo cooperativas, associações e negócios comunitários. Esse conjunto de ações, com a participação de diversas instituições, tem permitido o acesso a novas tecnologias agrícolas, crédito rural e estruturação da organização socioprodutiva, possibilitando a oferta de produtos in natura e processados com valor agregado, competitividade e sustentabilidade, além de contribuir para a conservação da biodiversidade.
De acordo com o técnico da Emater do Escritório Local de Salvaterra, Orlando Lameira, já foram aplicadas técnicas de manejo para culturas amplamente difundidas na Ilha, como o açaí. No entanto, identificou-se a necessidade de diversificar essas práticas e capacitar os produtores. “Além do açaí, trabalhamos com o manejo de bacurizeiros nativos e a criação de abelhas sem ferrão. Também surgiu o interesse em implantar os quintais agroflorestais neste espaço da Embrapa. As cultivares biofortificadas foram inseridas inicialmente para recuperar áreas degradadas, além de proporcionar alimentos com altos teores de vitamina A e beta-caroteno. A intenção é, ainda, fornecer insumos para a alimentação escolar. Para isso, é fundamental multiplicar esse material genético – sementes e ramas de batata –, garantindo sua disseminação nas comunidades para que os agricultores possam estabelecer seus próprios cultivos agroflorestais”, explicou o extensionista.