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POLÍTICA FUNDIÁRIA

Trabalhadores rurais vão a Brasília pedir que governo libere terras protegidas

Por Redação - Agência PA (SECOM)
30/09/2015 15h17

Uma disputa silenciosa é travada há oito anos ao longo da rodovia BR-163, a Santarém-Cuiabá. Em jogo, mais de 600 mil hectares de reservas florestais, parte de uma área de proteção bem mais extensa, criada pelo governo federal, mas que há mais de trinta anos já foi ocupada e explorada pelos moradores da região. Os ocupantes querem a liberação e a legalização da área para plantar, criar e produzir. 

Nesta terça-feira, 29, o vice-governador Zequinha Marinho foi o intermediário da audiência entre o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, Francisco Gaetani, e lideranças da região, incluindo vereadores, prefeitos, dirigentes sindicais e empresários. Os deputados federais Júlia Marinho (PSC/PA), Zé Geraldo (PT/PA) e Lúcio Vale (PR/PA) e o deputado estadual Airton Faleiro (PT/PA) também estiveram presentes.

Ao secretário, os representantes pediram a liberação de 614 mil hectares distribuídos entre as Florestas Nacionais Itaituba 1 e 2, Jamanxim, Parque Nacional da Amazônia e Reserva Biológica da Serra do Cachimbo. Só da Reserva Biológica do Cachimbo, os trabalhadores querem 47 mil hectares de um total de 350 mil. Da Floresta Nacional do Jamanxim, foram pedidos 417 mil ha de um total de 1,3 milhão e das Florestas Nacionais de Itaituba 1 e 2, foram reivindicados 150 mil ha de um total de 800 mil.

Quando as reservas foram criadas, as áreas já estavam ocupadas e exploradas, por famílias que viviam do extrativismo e agricultura, disse Aldo Boaventura, vereador de Altamira. “As áreas já estão degradadas e o que nós queremos é fazer uma exploração de maneira sustentável, recuperando a terra, pois o que existe hoje lá são parques, florestas nacionais e reservas apenas no nome”, completou João Paulo Meister, vereador de Itaituba.

Francisco Gaetani pediu às lideranças um tempo para analisar caso a caso, estudando os pedidos separadamente, por reserva ambiental. A demora em chegar a uma solução angustia as lideranças. "Não foi fácil para cada uma dessas pessoas estar aqui hoje", ponderou o vice-governador Zequinha Marinho ao secretário do MMA. “É desgastante, caro e elas precisam de uma definição”, afirmou. 

Segundo o vice-governador, o governo do Pará trabalha para que a Floresta Amazônica seja preservada e vai continuar fazendo isso, colaborando com o meio ambiente, “mas não pode permitir que sua gente morra de fome”, tendo terra para trabalhar e estando impedida de produzir. “Vou assumir de vez a liderança dessa causa e cobrar do governo federal uma solução para o problema”, afirmou o vice-governador.