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'Marajó Sustentável' quer beneficiar 10 mil famílias de produtores de seringa no Marajó

A iniciativa visa incluir a produção dos seringais marajoaras na confecção de calçados e artesanato, e ainda concretizar a Rota da Borracha como atrativo turístico

Por Rose Barbosa (SEDAP)
22/01/2025 16h07

Para alinhar ações elaboradas para 2025, dentro do Projeto Marajó Sustentável de Reativação dos Seringais Nativos” (Marajó Sustentável), representantes da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) e do Polo de Proteção da Biodiversidade e Uso Sustentável dos Recursos Naturais (Poloprobio), se reuniram nesta quarta-feira (22), na sede da Secretaria, em Belém. A iniciativa resulta de parceria público-privada, e visa beneficiar  10 mil famílias até 2026.

Área de produção utiliza a borracha extraída dos seringais nativos do Marajó

Participaram do encontro o titular da Sedap, Giovanni Queiroz, e o secretário-adjunto Wandenkolk Gonçalves, acompanhado da equipe técnica. Pelo Poloprobio estiveram o coordenador da marca Seringô, Francisco Samonek, e a artesã e multiplicadora extensionista Maria Zélia Machado. O Poloprobio é responsável pela marca Seringô, que fabrica calçados com borracha natural oriunda dos seringais do Marajó.

A empresa prioriza peças feitas com borracha natural, como a bota entregue ao DJ Alok em novembro do ano passado, quando ele esteve em Belém, e também confecciona artesanato com a matéria-prima extraída dos seringais marajoaras.

O secretário Giovanni Queiroz disse que o projeto financiado pela Sedap almeja proporcionar a geração de uma renda mínima, de três salários mínimos, aos seringueiros contemplados pelo projeto. Sobre a parceria com a Seringô, ele destacou após a reunião que o trabalho tem resultado em ações e muitos benefícios aos seringueiros. 

Participantes da reunião na Sedap sobre o Projeto Marajó Sustentável

Giovanni Queiroz e Wandenkolk Gonçalves já estiveram na área técnica de produção do Poloprobio. A empresa, informou o titular da Sedap, se dispôs a instalar uma indústria de calçados feitos com borracha em Castanhal, município da Região Metropolitana de Belém, gerando emprego e ampliando o valor do trabalho do seringueiro.

“Estamos vivendo um momento muito oportuno para o desenvolvimento do Marajó, extraindo a borracha nativa, e o nosso intuito é de colocarmos 10 mil famílias para produzir no Marajó; Já foram atendidos com a iniciativa cerca de 1.160 agricultores, que atuam como multiplicadores. A gente quer que cada um trabalhe com mais nove para atingirmos a meta”, acrescentou o secretário.

Novo projeto - Francisco Samonek disse que na visita à Sedap alinhavou as tratativas relacionadas ao Programa Marajó Sustentável. “Temos ainda dois anos do Programa pela frente, e a gente quer reestruturá-lo para poder apresentar resultados com maiores impactos nas comunidades do Marajó”, informou.

Equipe da Sedap durante visita à fábrica do Poloprobio em Castanhal

Sobrea visita da equipe da Sedap à empresa em Castanhal, no último dia 16, Francisco Samonek acrescentou que há um novo projeto, financiado pelo Fundo Socioambiental da Caixa Econômica Federal, que prevê a criação de uma rota turística da borracha. “Nós envolvemos a nossa atividade do Marajó Sustentável e fizemos uma programação com a visita do secretário-adjunto da Sedap e do secretário de turismo do Estado”, acrescentou.

Tênis feito com borracha nativa

Integração - Wandenkolk Gonçalves disse que o “Marajó Sustentável” é fundamental ao Pará, pois tem como fio condutor a coleta do látex de maneira sustentável, unindo preservação ambiental à geração de renda para as famílias envolvidas.

Segundo ele, a futura "Rota da Borracha" envolverá municípios como Marituba, Breves, Belterra (onde está localizada Fordlândia, a cidade idealizada por Henry Ford) e São Francisco do Pará, que fazem parte da história da borracha no Pará. "Essa rota a gente quer incluir no Plano Turístico do Pará”, disse o secretário-adjunto.