'Marajó Sustentável' quer beneficiar 10 mil famílias de produtores de seringa no Marajó
A iniciativa visa incluir a produção dos seringais marajoaras na confecção de calçados e artesanato, e ainda concretizar a Rota da Borracha como atrativo turístico
Para alinhar ações elaboradas para 2025, dentro do Projeto Marajó Sustentável de Reativação dos Seringais Nativos” (Marajó Sustentável), representantes da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) e do Polo de Proteção da Biodiversidade e Uso Sustentável dos Recursos Naturais (Poloprobio), se reuniram nesta quarta-feira (22), na sede da Secretaria, em Belém. A iniciativa resulta de parceria público-privada, e visa beneficiar 10 mil famílias até 2026.
Participaram do encontro o titular da Sedap, Giovanni Queiroz, e o secretário-adjunto Wandenkolk Gonçalves, acompanhado da equipe técnica. Pelo Poloprobio estiveram o coordenador da marca Seringô, Francisco Samonek, e a artesã e multiplicadora extensionista Maria Zélia Machado. O Poloprobio é responsável pela marca Seringô, que fabrica calçados com borracha natural oriunda dos seringais do Marajó.
A empresa prioriza peças feitas com borracha natural, como a bota entregue ao DJ Alok em novembro do ano passado, quando ele esteve em Belém, e também confecciona artesanato com a matéria-prima extraída dos seringais marajoaras.
O secretário Giovanni Queiroz disse que o projeto financiado pela Sedap almeja proporcionar a geração de uma renda mínima, de três salários mínimos, aos seringueiros contemplados pelo projeto. Sobre a parceria com a Seringô, ele destacou após a reunião que o trabalho tem resultado em ações e muitos benefícios aos seringueiros.
Giovanni Queiroz e Wandenkolk Gonçalves já estiveram na área técnica de produção do Poloprobio. A empresa, informou o titular da Sedap, se dispôs a instalar uma indústria de calçados feitos com borracha em Castanhal, município da Região Metropolitana de Belém, gerando emprego e ampliando o valor do trabalho do seringueiro.
“Estamos vivendo um momento muito oportuno para o desenvolvimento do Marajó, extraindo a borracha nativa, e o nosso intuito é de colocarmos 10 mil famílias para produzir no Marajó; Já foram atendidos com a iniciativa cerca de 1.160 agricultores, que atuam como multiplicadores. A gente quer que cada um trabalhe com mais nove para atingirmos a meta”, acrescentou o secretário.
Novo projeto - Francisco Samonek disse que na visita à Sedap alinhavou as tratativas relacionadas ao Programa Marajó Sustentável. “Temos ainda dois anos do Programa pela frente, e a gente quer reestruturá-lo para poder apresentar resultados com maiores impactos nas comunidades do Marajó”, informou.
Sobrea visita da equipe da Sedap à empresa em Castanhal, no último dia 16, Francisco Samonek acrescentou que há um novo projeto, financiado pelo Fundo Socioambiental da Caixa Econômica Federal, que prevê a criação de uma rota turística da borracha. “Nós envolvemos a nossa atividade do Marajó Sustentável e fizemos uma programação com a visita do secretário-adjunto da Sedap e do secretário de turismo do Estado”, acrescentou.
Integração - Wandenkolk Gonçalves disse que o “Marajó Sustentável” é fundamental ao Pará, pois tem como fio condutor a coleta do látex de maneira sustentável, unindo preservação ambiental à geração de renda para as famílias envolvidas.
Segundo ele, a futura "Rota da Borracha" envolverá municípios como Marituba, Breves, Belterra (onde está localizada Fordlândia, a cidade idealizada por Henry Ford) e São Francisco do Pará, que fazem parte da história da borracha no Pará. "Essa rota a gente quer incluir no Plano Turístico do Pará”, disse o secretário-adjunto.