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OPERAÇÃO LIMPEZA

Parceria entre Estado e Prefeitura de Belém promove limpeza de cemitérios com mão de obra de internos

Ação garante realização de trabalho de zeladoria e manutenção de espaços públicos da capital paraense utilizando a mão de obra de internos do sistema penitenciário do Estado

Por Caroline Rocha (SEAP)
07/01/2025 16h55

O Governo do Estado, através da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), iniciou nesta terça-feira, 7, a parceria com a Prefeitura de Belém em que 100 custodiados do sistema penal participaram desta primeira etapa de trabalho do programa "Belém Limpa". A ação de limpeza envolve a higienização, pintura de canaletas e capinação das duas maiores necrópoles públicas de Belém. Os internos deram início as atividades manutenções da zeladoria do cemitério de Santa Izabel, no bairro do Guamá e no cemitério São Jorge, na Marambaia.

Localizado no bairro do Guamá, o Cemitério de Santa Izabel funciona desde 1870 e possui mais de 80 mil túmulos, ele recebeu a mão de obra de 75 dos 100 internos. Já o São Jorge, que está em funcionamento desde 1959 contou o trabalho dos demais 25 custodiados. 

Secretário Marco Antonio Sirotheau Corrêa RodriguesConforme o titular da Seap, Coronel QOPM Marco Antonio Sirotheau Corrêa Rodrigues, a parceria entre a Prefeitura de Belém e do Governo do Estado, vai permitir não apenas que se possa atender mais logradouros públicos, mas principalmente reforçar e fortalecer o processo de ressocialização social de pessoas privadas de liberdade. 

"Hoje, a gente está observando todo um serviço, toda a questão da segurança, o número de internos que estão nessa ação. Aqui no cemitério de Santa Isabel, nós estamos com 75 pessoas privadas de liberdade, e na Marambaia, no Cemitério São Jorge, nós estamos com 25, porém, já estamos com a previsão de aumentar esse número para 300", afirmou Sirotheau.

Marco Antonio Sirotheau explicou ainda que os custodiados recebem um salário-mínimo pelas atividades desenvolvidas neste período da parceria. "Parte do salário, 50% do valor recebido, é revertido para a família, pessoas que necessitam realmente. Outros 25% são colocados numa conta da própria pessoa privada de liberdade, para que quando ela sair já vai ter um recurso para poder investir, aplicar em alguma outra situação. E os outros 25% retornam para a Seap para a reaplicação do recurso para investimento em veículos, galpões de trabalho, tudo direcionado para a questão do trabalho prisional".

O prefeito Igor Normando destacou que a parceria com o Governo do Estado, por meio da Seap, além de garantir o reforço de pessoal com os 100 internos do sistema penitenciário, "promove o trabalho de ressocialização do apenado, contribuindo para a limpeza e revitalização de vias, cemitérios e logradouros públicos". 

"Tudo isso vai levar mais dignidade para toda a nossa população. Esse projeto que, sem dúvida alguma, vai restabelecer a manutenção urbana de Belém. É fundamental porque nós temos para eles uma nova oportunidade de reinserção. Então esse é um momento importante onde a gente não só tem a zeladoria da cidade em dia, como também dá uma oportunidade para aqueles que vão voltar à vida comum e uma oportunidade para que eles possam recomeçar", garante o prefeito Normando.

Parcerias fundamentais – Marco Antonio Sirotheau comentou que o trabalho prisional é um elemento estratégico dentro da execução penal, pois a atividade laboral trabalha exatamente o processo de reinserção social do indivíduo. E para desenvolver estas atividades, as parcerias com prefeituras e municípios se tornam fundamentais. 

"As parcerias são fundamentais para que a gente possa garantir a contratação das pessoas, mas, sobretudo, garantir o valor do trabalho, das condições necessárias para que esse indivíduo entenda a importância do trabalho na vida dele e para a sua família. Então, o trabalho prisional dentro dessa missão estratégica que nós temos, ele é primordial e a gente quer estreitar cada vez mais a parceria com a prefeitura para aumentar o número de pessoas contratadas aqui no município de Belém", defendeu o titular da Seap.

Raimunda Magno, zeladoraHá 43 anos trabalhando como zeladora de sepulturas no Cemitério Santa Izabel, Raimunda Magna aprovou o início do trabalho dos custodiados da Seap no maior cemitério da capital. Sobre a ação de limpeza, dona Raimunda destacou que essa foi a primeira vez que presenciou o trabalho de custodiados no local. 

"Eu estou achando uma coisa muito melhor, (antes) não vinham os internos para cá para ajudar o cemitério, para fazer a limpeza do cemitério. Eu creio que agora está sendo cuidado e vai ser muito bem cuidado. É uma ação que estão dando um futuro para as pessoas que estão presas e agora eles estão trabalhando, estão ocupando a mente deles no trabalho", conta a zeladora. 

Gratidão - A oportunidade de trabalhar nesta ação de limpeza, e garantir uma renda para ajudar a família, foi uma chance muito bem-vinda para o interno Paulo César, de 33 anos. Ele relatou que além da chance de trabalhar fora da unidade prisional, sabe também que irá ajudar a população de Belém através de seus trabalhos.

"Eu acredito, e esse sentimento, não é somente meu, mas também todos os internos envolvidos é de gratidão. Gratidão pela oportunidade de estar mostrando a sociedade que estamos dispostos à mudança. A gente tem que entender que nós estamos pagando por um erro, um erro que cometemos, sim, mas mostrando também à sociedade que nós somos capazes de mudar esse erro e também com atitudes como essa nós estamos agarrando, porque sabemos que isso vai ocasionar outras oportunidades futuras", concluiu Paulo César.

A parceria do Governo do Estado com a Prefeitura de Belém permite ao custodiado demonstrar a sua capacidade de recomeço e o retorno à sociedade, com a família podendo acompanhar e ver a disposição de mudança e poder voltar para o convívio social ressocializado.

Texto: Márcio Sousa / NCS Seap Pará