Projetos sociais fortalecem vínculo entre Bombeiros e comunidade
Uma parceria entre o Governo do Estado e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem garantido a expansão e aparelhamento da estrutura de atendimento, além da capacitação do efetivo do Corpo de Bombeiros Militar do Pará. Só este ano, dois novos batalhões foram implantados, um em Moju e outro em Vigia. Até o final de 2015 está prevista a inauguração de mais quatro polos: em Canaã dos Carajás, Cametá, Salvaterra e Breves.
A atuação integrada ao sistema de segurança pública do Estado, convertida no investimento em viaturas e equipamentos, além do treinamento adequado às características e necessidades de cada região, é apenas ums das frentes de trabalho do CBM. Os novos batalhões também serão essenciais para a ampliação e fortalecimento das ações sociais da corporação, que além do atendimento às ocorrências próprias de sua competência, também colaboram com projetos de educação, cidadania e profissionalização em todas as regiões do Estado.
Um dos projetos socioeducativos mais conhecidos e que já completou 23 anos é o “Escola da Vida”, que atende jovens de 10 a 14 anos com atividades diversas no contraturno escolar. Atualmente, 2.800 crianças e adolescentes participam das aulas em 21 polos do Pará. Durante o período em que não estão na escola eles aprendem noções de cidadania, primeiros socorros, combate a incêndio e fundamentos básicos da vida do bombeiro militar, e também participam de aulas de música e atividades esportivas.
Só na Região Metropolitana de Belém são quase 800 alunos assistidos pelo projeto. Marcelo Erick, 10 anos, é morador do bairro da Marambaia, na capital, e tem duas aulas por semana na sede do Comando Geral do Corpo de Bombeiros. No intervalo do treino de judô orientado pelos instrutores da corporação, ele fala com empolgação do prazer em participar do "Escola da Vida".
“Um primo meu veio para cá e me falou que tinha gostado. Pedi pra minha mãe me inscrever e achei muito legal. Os instrutores são muito bons, a gente faz aulas de salvamento, combate e aprendemos técnicas de artes marciais”, relata o menino que, apesar da idade, já sonha com um futuro na carreira militar.
Para Ághata Silva, 14, os benefícios das aulas puderam ser percebidos em casa, na relação com a própria família. “Antes eu vivia na rua, não ligava muito pros estudos e brigava muito com a minha avó. Hoje eu mudei meu comportamento. Comecei a me interessar mais pelas aulas na escola, fico menos tempo na rua e passei a conviver melhor com meus pais”, conta a menina, que também pratica judô no projeto.
Curso profissionalizante - Outra atividade social desenvolvida pelo CBM é o curso de panificação realizado em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), aberto para jovens e adultos. Um ônibus-escola fica estacionado dentro da sede do Comando Geral onde recebe os alunos para as atividades profissionalizantes.
Santiago Ferreira, 35 anos, morador do bairro Guajará, em Ananindeua, diz que a oportunidade foi muito importante para ele. “Eu acho que estão faltando mais iniciativas dess e tipo, porque um curso profissionalizante é muito útil. Eu já tinha interesse de fazer um investimento na área e me dispus a participar. Eu preciso dessa qualificação para me inserir no mercado de trabalho e melhorar a minha renda. Escolhi a área da panificação e confeitaria, e sonho em futuramente ter o meu próprio negócio”, diz Santiago.
Ações nos bairros – Este ano o Corpo de Bombeiros também esteve presente com ações de cidadania dentro e fora dos quarteis. Em parceria com a Polícia Civil e outros órgãos estaduais que atuam na emissão de documentos, o CBM integrou programações de cidadania com a oferta de palestras sobre temas como saúde e prevenção de incêndios.
Já receberam as ações os municípios de Santa Izabel e Castanhal; o próximo será São Miguel do Guamá. Em Belém as ações de cidadania foram realizadas no Comando Geral, no bairro do Guamá e em breve serão levadas ao bairro do Jurunas.
Para o comandante geral do Corpo de Bombeiros, Nahum Fernandes da Silva, a dedicação à causa social deve ser encarada como uma contribuição e não como um serviço, de forma a aproximar cada vez mais a corporação das comunidades. “Eu acredito que podemos mudar o mundo com a educação e por isso estes projetos são tão importantes. Nós tentamos atender aos mais diversos públicos. Começamos com as mães na Santa Casa de Misericórdia, com o projeto Bombeiros da Vida, que ajudam na captação de material para o banco de leite materno do hospital. Temos o Escola da vida para crianças e jovens; os nossos cursos de capacitação e profissionalizantes, além de atividades específicas para os idosos no projeto Reviver, realizado em Marituba. Para nós, esta participação é antes de tudo um meio de contribuir para o desenvolvimento da sociedade”, explica o comandante.
De acordo com Nahum Fernandes, o resultado para o efetivo também tem sido positivo e a demanda por esses serviços tem crescido bastante, assim como a participação dos bombeiros nessas atividades. Os profissionais atuam de forma voluntária e dedicam algumas horas do seu dia a ajudar que precisa.
“Nós tivemos um impacto muito positivo com as nossas atividades, principalmente nas ações levadas aos bairros, e já estamos recebendo solicitações de vários lugares" relata o comandante.
Para saber mais e participar dos projetos sociais do Corpo de Bombeiros basta procurar o quartel mais próximo do seu bairro ou acessar o site da corporação.
Atualmente, quase três mil bombeiros compõem o efetivo paraense distribuídos pela capital e interior do Estado. Somente na Região Metropolitana, mais de 100 militares atuam no serviço de resgate e primeiros-socorros.