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Indígenas Gavião fazem Curso de Brigada de Incêndio em Bom Jesus do Tocantins

Ação integrada com o Corpo de Bombeiros Militar, Defesa Civil Municipal e Secretaria dos Povos Indígenas qualificou indígenas para combater o fogo

Por Fabricio Nunes (SEPI)
23/12/2024 18h08

Indígenas do Povo Gavião foram qualificados em mais um Curso de Brigada de Incêndio, entre os dias 20 e 21 de dezembro, na Aldeia Gavião Kyikatêjê, na Terra Indígena Mãe Maria, em Bom Jesus do Tocantins, município do sudeste do Pará. A oficina foi realizada pelo Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBMPA), em parceria com a Defesa Civil Municipal e a Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Sepi).

“Foi muito importante essa formação, porque a gente adquiriu muitos conhecimentos sobre como combater o fogo. Só assim a gente aprendeu como agir quando chegar o verão, no momento em que aumentam as queimadas. Foram dois dias de curso, mas deu pra absorver muita coisa. A gente fica muito agradecido, e espera que venham mais vezes, para ensinar mais pessoas”, disse Andrei Kyikatêjê, morador da Terra Indígena e participante do curso.

O pedido da realização foi reforçado pelos demais moradores, por meio da Associação Indígena Gavião Kyikatêjê Amtáti, que há poucos meses enfrentaram uma severa estiagem, com parte da Terra Indígena Mãe Maria atingida por queimadas. 

Impacto social - Os incêndios, além de degradarem o meio ambiente, causam perdas socioeconômicas para o Povo Gavião, que depende de seus territórios para manter o modo de vida tradicional. Na época, o governo enviou maquinário, helicópteros, equipamentos de proteção individual (EPIs) e caminhões-pipa, para auxiliar no combate às chamas. 

O governo do Estado, por meio da Sepi, articulou com o Corpo de Bombeiros Militar a realização de mais uma etapa do curso, a fim de qualificar integrantes das comunidades para ações preventivas.

Aiteipare Airompokre, morador de uma das aldeias, brigadista, bombeiro e socorrista, participou da qualificação para aprimorar conhecimentos já adquiridos anteriormente, e agradeceu ao empenho da Sepi em viabilizar a ação dentro da Terra Indígena.

“Esse ano tivemos muitos incêndios no Território, e vimos a necessidade de ter uma brigada de incêndios aqui. Foi muito importante para o Povo Gavião, para a gente ter mais conhecimento sobre como combater as chamas. A gente vai trazer mais pessoas para fazer parte dessa brigada. Eu quero agradecer à Sepi pelo apoio, por ter articulado a realização desse curso para dentro do nosso Território”, disse Aiteipare Airompokre.

O tenente bombeiro militar Ávila, do CBMPA, ressaltou que é importante os indígenas saberem utilizar da maneira correta os equipamentos, para combater os riscos de incêndio. “Com a chegada do período de estiagem, é muito suscetível que essas regiões sejam atingidas por incêndios florestais. Em um caso de princípio de incêndio, a brigada devidamente orientada sobre o que usar e como usar os equipamentos, conseguirá impedir que as chamas se espalhem. Sem saber usar os equipamentos, as chamas podem até aumentar. A formação de brigada tem esse propósito”, afirmou.

Celeridade - Para a coordenadora de Gestão Territorial, Ambiental e Justiça Climática da Sepi, Bianca Hammerschmidt, há uma necessidade de qualificar os indígenas, para que possam atuar em situações de emergência. “Este ano, a estiagem foi intensa, e o nosso objetivo é fortalecê-los, para que os próprios indígenas saibam como agir no combate às chamas, antes da chegada dos bombeiros. Somente em dezembro conseguimos realizar dois cursos, em Jacareacanga e Bom Jesus do Tocantins. A nossa proposta é que a gente consiga formar mais guardiões da floresta em todas as regiões de Integração”, explicou a coordenadora.

A Defesa Civil de Bom Jesus do Tocantins se responsabilizou pela entrega de kits de EPIs para os brigadistas, em data ainda a ser definida.

Saúde - Ainda em dezembro, o Governo do Pará realizou uma grande ação de saúde na TI Mãe Maria, para atender principalmente indígenas que tiveram a saúde afetada pela inalação de fumaça.

A ação foi executada pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio do Programa Saúde Por todo o Pará, com apoio da Sepi, da Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, Universidade Federal do Pará (UFPA) e Distrito Sanitário Especial Indígena do Guamá Tocantins (Dsei-Guatoc), vinculado ao Ministério da Saúde.