Pesquisas com seres humanos são tema de minicurso na Uepa
Entre 1932 e 1972, 399 homens negros com sífilis em Tuskegee, Alabama, nos Estados Unidos, foram usados como cobaias humanas em prol de experimentos científicos. Os pesquisadores sabiam qual era a doença e tinham a cura, porém negaram o tratamento para conseguir registrar os malefícios que a enfermidade causava. O resultado foi mais de 100 óbitos devidamente registrados.
Para falar sobre esses e outros casos de seres humanos manipulados em experimentos científicos e orientar pesquisadores e estudantes a desenvolverem projetos que tragam conhecimentos, benefícios e o bem estar às populações, os doutores da Universidade do Estado do Pará (Uepa) Aluísio Celestino e Carmem Lúcia Miranda ministrarão o minicurso “Pesquisa envolvendo seres humanos: fundamentos e operacionalização da Plataforma Brasil”, na próxima quinta-feira, 8, de 9h as 12h, no auditório do campus de Enfermagem da Uepa, localizado na avenida José Bonifácio, nº 1289.
A Uepa possui três Comitês de Ética e Pesquisa (CEP), criados pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) do Conselho Nacional de Saúde (CNS), com a função de implementar normas e diretrizes de pesquisas com os humanos. O CEP é composto por pesquisadores, estudiosos de bioética, profissionais de saúde e representantes dos usuários de serviço de saúde. Os profissionais revisam todos os protocolos de pesquisa, de modo a garantir e resguardar a integridade e os direitos dos voluntários participantes nas pesquisas.
Aluísio Celestino é doutor em agentes infecciosos e parasitários. Ele comenta que é pelo Sistema Plataforma Brasil, gerenciado pela CONEP, que os interessados submetem as pesquisas. O CEP avalia os procedimentos adotados e autoriza ou não a continuidade dos projetos. “Toda pesquisa desenvolvida com seres humanos no Brasil e no mundo são baseadas em normativas para proteção e respeito aos voluntários. O Brasil tem normas. Ao avaliar o projeto, o CEP pode autorizar ou não, fazer considerações, recomendações”, explica ele.
O especialista destaca que há casos que somente o humano consegue dar as respostas que a ciência procura. “Nós podemos fazer pesquisas sem seres humanos, mas há situações em que é preciso ser fiel com as respostas e isso só é feito com um único modelo que existe, que é ser humano”, enfatiza.
Os interessados em fomentar pesquisas na área serão orientados a trabalharem com ética, respeito ao próximo e a utilizarem e navegarem pela ferramenta Plataforma Brasil (clique
aqui). Há 70 vagas disponíveis para o minicurso. A inscrição custa R$ 15,00.