Uepa e Instituto Confúcio abrem inscrições para atividades do 'Ano Novo Chinês'

O Instituto Confúcio da Universidade do Estado do Pará (Uepa) abriu, nesta sexta-feira, 20, as inscrições para as atividades da maior celebração da cultura chinesa, o Festival de Primavera, que ocorrerá entre os dias 6 e 17 de janeiro, em Belém. Com vagas limitadas a 25 participantes por atividade, os interessados poderão se inscrever em até duas oficinas por meio do site oficial do instituto. Aberto ao público e completamente gratuito, o evento objetiva oferecer uma experiência imersiva nas tradições milenares do Ano Novo Chinês, celebrando a união, a renovação e a prosperidade.

A lenda da fera Nian
O Festival de Primavera, conhecido na China como Chūnjié, é a festividade mais importante do calendário lunar chinês, sendo celebrado há mais de quatro mil anos. Segundo contos populares chineses, o evento tem suas raízes na história do monstro Nian (Ano), que hibernava durante o ano todo, e saía das águas na véspera do último dia do ano lunar, com garras e dentes afiados, para causar destruição nas aldeias.

Diz a lenda, que a população percebeu que Nian temia a cor vermelha, a luz das chamas e os ruídos estrondosos. Então, as famílias começaram a pintar as entradas das casas de vermelho, decorar suas casas com recortes de papel vermelho, acender lanternas e soltar fogos de artifício, práticas que não só afastaram o monstro, como também se tornaram símbolos tradicionais do Ano Novo Chinês.

Na antiga sociedade agrícola chinesa, o momento era dedicado a cerimônias de gratidão pelas colheitas do ano anterior e preces por uma próxima temporada primaveril com abundância. Ao longo dos séculos, essas cerimônias evoluíram, dando origem ao atual festival, juntando tradições ancestrais com novas expressões culturais.

Programação do Festival em Belém
Refletindo a rica herança asiática, a programação do evento mistura tradição e modernidade, promovendo aprendizado e troca cultural. Entre as oficinas oferecidas, os participantes poderão aprender a arte do corte de papel, técnica tradicional que transforma figuras delicadas em símbolos de prosperidade, além de criar jiǎozi, bolinhos típicos feitos de massa, em uma aula especial que aborda o simbolismo da culinária chinesa. Também haverá confecção de lanternas de bênção, onde desejos de Ano Novo são inscritos e enviados aos céus, tecelagem de nós chineses, uma arte manual repleta de significados, e a prática do Ba Duan Jin, uma sequência de movimentos suaves para saúde e espiritualidade.

O festival não se limita apenas às atividades manuais. Palestras discutirão o simbolismo do Festival de Primavera e suas transformações ao longo do tempo, abordando como as tradições milenares se conectam ao lazer moderno. Outras experiências incluem a criação de mini hanfus, trajes tradicionais e caracteres chineses em uma oficina de vocabulário para os amantes da língua e da cultura.

A programação será realizada em diferentes dias e horários, permitindo que os participantes explorem o melhor da celebração. No sábado, 6 de janeiro, o evento abre com uma palestra sobre o festival, seguida pela oficina de corte de papel. No domingo, 7, as atividades incluem a prática do Ba Duan Jin e uma oficina de vocabulário. As celebrações seguem durante a semana com aulas de artesanato, confecção de lanternas e tecelagem de nós, encerrando-se no dia 17 de janeiro com a aula prática de bolinhos jiǎozi e uma palestra sobre o simbolismo do festival.

Se o ano de 2024 foi o Ano do Dragão, para o ano de 2025, o Ano Novo Chinês trará a energia da Serpente, um signo associado à renovação, sabedoria e planejamento estratégico. Iniciando em 29 de janeiro, o Ano da Serpente é um período propício para reavaliar objetivos e traçar metas para o futuro. A Serpente, símbolo de resiliência e intuição, inspira decisões rápidas e eficazes, bom momento para refletir sobre caminhos a seguir e promover transformações significativas, tanto no âmbito pessoal quanto profissional.

Foto: Marcelo Lelis / Ag. Pará