Práticas sustentáveis mantêm compromisso com meio ambiente no Hospital Galileu
Hospital desenvolve conjunto de iniciativas, a exemplo da academia ao ar-livre, palestras, e a confecção de órteses com materiais recicláveis
Comprometido com uma assistência segura e sustentável, o Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), na Grande Belém, promoveu ao longo de 2024, diversas ações para estimular as práticas protetoras do meio ambiente. Referência em traumatologia do Governo do Pará, a unidade mantém diversos projetos para evitar a poluição do meio em que está inserido. Entre as ações praticadas nesse ano, estão a distribuição de mudas de plantas, criação de dispositivos para fisioterapia, fabricação de órteses e sandálias ortopédicas que ajudam a potencializar a recuperação dos usuários que sofreram algum tipo de trauma.
"Nossas atitudes refletem na contaminação dos nossos mananciais, interferindo na água que usamos. Ainda temos uma população que mantém poços artesianos e usa dessa água para consumo próprio sem qualquer tratamento. Por isso, é importante a segregação correta dos resíduos, o despejo correto dos produtos químicos e de limpeza que podem gerar impactos em nossos recursos hídricos. É importante que todas as instituições façam o uso de uma gestão sustentável e assegurar a qualidade da água ao uso humano", explica Heleno Leal, coordenador do Projeto Orientar Direito, um dos profissionais de sustentabilidade que tiveram na unidade em 2024.
Heleno Leal é especialista em Bacias Hidrográficas, e explica que é importante ações multiplicadoras para o desenvolvimento sustentável nas comunidades. "O Pará respira sustentabilidade. Ano que vem, teremos a COP 30 e seremos os olhos do mundo. Então é importante que os órgãos públicos, hospitais e escolas, invistam em palestras e capacitações para esse desenvolvimento e formação de seres humanos com uma mentalidade responsável com o meio ambiente", destacou Heleno.
As ações são promovidas pela Comissão de Sustentabilidade junto ao setor de Humanização. “A preservação dos recursos naturais está diretamente associada à saúde pública. As sobras de alimentos, por exemplo, que normalmente vão parar no lixo podem se tornar receitas nutritivas. Já a falta de saneamento pode gerar doenças como cólera, hepatite A e leptospirose. Por isso, é tão necessário que os hospitais sejam multiplicadores de boas práticas”, disse a enfermeira Anny Segóvia, coordenadora de Humanização do HPEG.
Projetos
Em um espaço ao ar-livre, a instituição montou uma academia ao ar livre para seus usuários com apenas R$ 150 e também com a utilização de matérias de sucatas e outros que seriam descartados no lixo. Se os aparelhos fossem comprados, no mínimo, o investimento seria de R$ 12 mil.
Estrategicamente pensada em reabilitar pessoas que tiveram algum tipo de trauma, tubo de PVC, panelas velhas, pedaços de cama, de maca, de bancos, chapas de ferro, cadeira de rodas quebradas e até bandejas, se transformam em aparelhos de ginástica e de esporte. Ao total, são sete equipamentos além de uma rede de basquete.
"Temos uma bicicleta tradicional e de mão, andador, mobilizador de braços, simulador de caminhadas, cesta de basquete, todos feitos com materiais de sucata", disse oficial de manutenção do HPEG, Gilvado Gonçalves, responsável pela confecção dos aparelhos. Para seu Gil, como é chamado carinhosamente por todos da unidade, é preciso de pouco para entregar muito ao seu próximo.
"Aqui nada vai para o lixo. Tudo pode ser reciclado, pode ser recuperado, pode ser reaproveitado. Sustentabilidade é isso. Trata-se da transformação das coisas do cotidiano para trazer benefício a quem precisa. Para fazer a academia, por exemplo, apenas as tintas foram compradas, no total de R$ 150. O restante do material é de objetos que estão fora de uso, principalmente de ferragem", lembrou seu Gil.
Reabilitação
Há três anos, uma queda de bicicleta mudou completamente a vida de Anderson Roberto Almeida. Em 2021, o carpinteiro trafegava na avenida Augusto Montenegro, em Belém, quando se desequilibrou e caiu. Ele foi submetido a três cirurgias e meses de hospitalização, até que hoje, vê com otimismo a recuperação. "Dói muito, e depois que eu saí do hospital, pensei que não teria mais jeito, até fazer as sessões de Terapia Ocupacional e usar a órtese feita por eles", comentou.
Anderson é um dos pacientes atendidos pela equipe de Terapia Ocupacional do Hospital Galileu. A unidade desenvolve órteses e próteses de adaptação que estão auxiliando de sobremaneira, na recuperação, na autoestima e na esperança dos pacientes, exclusivos do Galileu. Os dispositivos são feitos com materiais como PVC e tecido Neoprene que são de baixo custo no mercado.
O Laboratório de Tecnologia Assistida (LABTA) do Hospital Galileu é um espaço onde o terapeuta ocupacional confecciona órteses, próteses e adaptações de baixo custo. "Nosso objetivo é proporcionar a recuperação do usuário, prevenindo possíveis agravos osteomioarticulares e promovendo a independência funcional", explicou Lorena Cordeiro, terapeuta ocupacional.
Serviço:
A unidade, localizada na avenida Mário Covas, é operacionalizada pelo Instituto Social e Ambiental da Amazônia (ISSAA), em parceria com a Sespa. Em 2024, todos os serviços foram avaliados com satisfação de 99%.O Hospital tem 104 leitos de internação, mantém o serviço de reconstrução e alongamento ósseo, cirurgias de traqueia e urológica, como hiperplasia prostática benigna, exclusão renal e triagem com biópsia de próstata.
Texto de Roberta Paraense