Secretária fala na Alepa sobre os desafios da educação no Pará
A secretária de Estado de Educação, Ana Claudia Hage, participou da "Reunião Almoço" com 24 deputados estaduais nesta terça-feira (6) e falou dos desafios frente à cadeira da educação no Estado. Para ela, o grande desafio da sociedade hoje é a união em torno da melhoria da qualidade da educação e na elevação dos índices de avaliação dos alunos da rede estadual de ensino. A professora Ana Claudia Hage assumiu a gestão da Secretaria de Educação do Pará (Seduc) ainda neste mês para dar continuidade ao processo de reestruturação e organização da educação pública no Estado.
Para a secretária, o enfrentamento deste desafio deve ser feito em conjunto com todos os segmentos da sociedade. Para ela o que mais preocupa são os indicadores do sistema estadual de ensino, visto que o Pará está na penúltima colocação entre os Estados brasileiros. "Temos que unir Estados e municípios em torno deste objetivo, pois os índices refletem os resultados dos dois sistemas, tanto o estadual quanto os municipais", explicou.
Ela explicou também que, para elevar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), é preciso atacar os componentes que são avaliados para se chegar ao melhor resultado. A secretária comentou que os mecanismos do Ideb levam em conta dois pontos fundamentais em seus critérios: um é o domínio do aluno nas disciplinas português e matemática e o outro abrange os fatores que envolvem o fluxo da educação no Pará – que são reprovação, abandono, aprovação, distorção idade-série e dependência de estudo. "Então como atacar estes pontos em uma rede que enfrenta uma greve de 73 dias, dos quais 49 dias foram de dias letivos?", questionou a Secretária.
Intervenções – Ana Claudia Hage destacou que a Seduc está desenvolvendo estratégias para combater a reprovação, o abandono e aprovação dos alunos da rede. Entre estes projetos está o "Coordenação de Pais", desenvolvido com a parceria da Fundação Itaú Social, que consiste em destacar agentes responsáveis pelo desenvolvimento de atividades no âmbito da organização escolar – que devem estabelecer o elo “escola-família” a partir de ações que envolvam as famílias no cotidiano escolar e auxiliem os pais dos estudantes a apoiar e acompanhar o período de aprendizado dos filhos.
Outra ação estratégica e a "Ação Integrada de Cultura de Paz", visando o desenvolvimento da cultura de paz em toda a comunidade escolar. Estas ações são complementadas com o programa de estimulo à participação da família. "Hoje a escola recebe as mazelas sociais. Estamos tentando fazer com que esta cultura de paz nasça dentro das escolas para que isto atraia mais o aluno para as aulas", comentou a secretária.
Ana Claudia Hage destacou ainda que a evasão escolar acarreta uma distorção série/ idade no fluxo escolar. Quando o aluno retoma os estudos, já está em idade avançada para a série em que parou. Por isso a Seduc, em parceria com a Fundação Roberto Marinho, desenvolve nas escolas da rede o Projeto Mundiar, que usa o método de telessalas para aplicar aulas no contraturno e corrigir esta a distorção.
Infraestrutura – Para Ana Hage, a aprendizagem é um dos problemas centrais que inquietam esta gestão. "A grande preocupação que temos hoje na secretaria são os projetos para efetivar a aprendizagem", ressaltou. Dentro das ações que objetivam esta efetivação estão os programas de formação do professor, estruturação de material didático e formação de professores para redesenhar o currículo, além de ações estruturantes em busca da melhoria da qualidade de ensino que envolvem projetos de monitoramento e supervisão na rede, reformulação da gestão escolar, aplicação do censo escolar, investimento em recursos humanos e investimentos em infraestrutura.
Segundo Ana Claudia Hage, o governo do Estado, para buscar esta melhoria da qualidade de ensino, vem contratando mais professores e investindo na construção e reforma das escolas. A secretária demonstrou aos parlamentares que em 2015 foram assinados 66 novos contratos de obras, sendo que 16 já foram concluídas e 50 novas reformas estão em andamento (todos custeados com tesouro estadual) e que já existem mais 32 novas obras em fase de licitação e 50 novos levantamentos sendo concluídos para em seguida serem licitados.
Conteúdos – A secretária deu aos parlamentares esclarecimentos sobre a contratação de escolas para fazerem reforço escolar, para os alunos da quinta e nona série do ensino fundamental e terceiro ano do ensino médio, que se justifica pela necessidade de reforçar a aprendizagem dos alunos, com base nos descritores da Prova Brasil, no ensino fundamental e na matriz do Enem, no ensino médio nas avaliações nacionais. As primeiras turmas se iniciaram no dia 21 de setembro e se encerram no dia 30 de novembro. Técnicos da Seduc fazem o acompanhamento pedagógico e a adaptação dos conteúdos e a frequência dos alunos.
A finalidade da iniciativa é ministrar conteúdos selecionados visando o aumento de chance de sucesso dos alunos nos exames nacionais. As empresas contratadas foram escolhidas mediante licitação, processo público, objetivo, que garante a livre participação de qualquer interessado que preencha os requisitos técnicos exigidos no edital. "A reunião com a Assembleia Legislativa foi muito positiva. Junto com esta Casa podemos alcançar melhores resultados na educação no Estado do Pará", concluiu a secretária.
