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EDUCAÇÃO INDÍGENA

Exposição utiliza o cinema como ferramenta de valorização das histórias e tradições Akrãtikatêjê

Iniciativa contou com a presença de visitantes de diversas regiões e se tornou um importante espaço de troca cultural, ao unir saberes tradicionais e expressões contemporâneas

Por Bianca Rodrigues (SEDUC)
12/12/2024 13h34

A Escola Estadual Indígena Rönöre Kapêre Temejakrêkête, em Bom Jesus do Tocantins, realizou o 3° Expoakratiratejê, evento que, neste ano, teve como tema o "Cinema". Utilizando essa linguagem para aprofundar e valorizar as histórias do povo Akrãtikatêjê, a iniciativa foi realizada na Aldeia Akrãtikatêjê, na última quarta-feira (11), onde contou com a presença de visitantes de diversas regiões e se tornou um importante espaço de troca cultural, ao unir saberes tradicionais e expressões contemporâneas, fortalecendo a identidade e as tradições indígenas.

A programação incluiu apresentações culturais, debates e exibições de curtas-metragens produzidos pelos próprios estudantes. Entre os momentos mais marcantes foi a narração do conto tradicional "A História do Sol e da Lua", que emocionou os presentes ao evidenciar a conexão espiritual do povo Akrãtikatêjê com a natureza.

Kátia Silene Tonkyre, cacique da aldeia, ressaltou a importância do tema escolhido para o evento. “Trabalhar com essa temática nos dá a possibilidade de contar, de escrever nossa própria história. Percebemos que somos capazes de falar por nós mesmos e usar essas ferramentas para exercer o protagonismo e mostrar, nós mesmos, nossa cultura para o mundo”, afirmou.

A iniciativa também foi destacada como um espaço de fortalecimento da identidade cultural, como destacou Veraneize dos Anjos Alves, coordenadora de Educação Escolar Indígena da Seduc. “Na escola, os alunos aprendem não só o saber dos não-indígenas, mas também têm a chance de estudar sobre a história de seu povo, vivenciar suas tradições culturais e carregar isso para toda a sua vida. A escola, ao integrar essas práticas no ensino básico, também possibilita que as novas gerações compartilhem os conhecimentos ancestrais com o ensino superior”, explicou.

Magno Barros, dirigente Regional de Ensino, destacou a relevância da educação indígena no fortalecimento da cultura local. “A escola na aldeia é uma grande aliada na preservação cultural. Com a flexibilidade do currículo, é possível trabalhar atividades como pintura corporal, artesanato, esportes tradicionais e a língua, elementos que, na convivência com os não-indígenas, acabam sendo enfraquecidos”, afirmou.

A 3° Expoakratiratejê reafirmou o papel fundamental da educação indígena como ferramenta para manter viva a cultura, ao mesmo tempo, em que oferece aos povos originários a oportunidade de escrever novas páginas em sua história.