Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
GOVERNO

Munduruku recebem capacitação de Brigadas de Incêndios em Jacareacanga  

Parceria do Corpo de Bombeiros e Secretaria dos Povos Indígenas qualificou cerca de 30 indígenas para atuação como brigadistas no Alto Tapajós

Por Fabricio Nunes (SEPI)
12/12/2024 09h26

Mais de 30 indígenas Munduruku foram capacitados no Curso de Brigada de Incêndios, no Alto Tapajós, município de Jacareacanga, no sudoeste do Pará, entre os dias 9 e 10 de dezembro. A realização foi do Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBMPA), em parceria com a Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Sepi), por meio do governo do Estado.

“Foi importante para gente participar desse curso", afirmou Valter Munduruku. "É a primeira vez que participamos. Sabemos que é difícil, mas nós mesmos fomos atrás dessa capacitação, porque recentemente tivemos queimadas grandes aqui. A gente não sabia bem como apagar, mas conseguimos. Agora, com esse curso, vamos saber como lidar em situações assim”, acrescentou ele.

O local de realização do curso foi a Aldeia Karapanatuba e foi solicitada pela Associação Indígena Pusuru, em decorrência da crescente necessidade de proteger os territórios indígenas diante dos incêndios florestais na região anualmente. A qualificação dos indígenas auxilia no trabalho de prevenção de queimadas ou, em casos específicos, a brigada antecipa o combate ao fogo até a chegada dos bombeiros.

“Foram dois dias satisfatórios e bastante produtivos durante o curso. O nosso objetivo era capacitá-los para em um momento de estiagem, quando necessário o combate ao fogo, já tivesse uma brigada formada nesse combate inicial. Com uma brigada formada no local, ajuda o trabalho dos bombeiros e na vida dos próprios indígenas, que evitam a perda de lavouras, de vidas e da floresta. É gratificante para nós. Saímos daqui com a sensação de ver cumprido”, afirmou o Sargento Dirceu, do Corpo de Bombeiros Militar.  

A Sepi articulou a ação junto ao Corpo de Bombeiros, que teve a missão de executar o curso. A iniciativa contou com o apoio da empresa Equatorial Energia, com fornecimento de recursos e da alimentação para os indígenas, nos dois dias da capacitação.

“O curso é fundamental porque leva aos indígenas os conhecimentos e técnicas de controle de incêndio e também de prevenção. Quando a gente fala de mudanças climáticas e crises hídricas a gente precisa pensar em ações que sejam de curto e médio prazo. e o trabalho do Corpo de Bombeiros é fundamental para que a gente possa fortalecer políticas importantes para que se possa ter uma gestão ambiental e territorial para a manutenção dos ecossistemas”, disse Bianca Hammerschmidt, coordenadora de Gestão Territorial, Ambiental e Justiça Climática da Sepi.

Preservação Ambiental - Esses fatores climáticos têm aumentado a vulnerabilidade da região a desastres ambientais, incluindo incêndios florestais, o que agrava ainda mais os desafios para a preservação ambiental e a proteção das comunidades indígenas que habitam essas áreas. O curso beneficia não apenas as comunidades envolvidas no processo de formação, mas também contribui para a preservação do bioma do estado, conhecido por sua rica biodiversidade.

"A seca severa deixa o ar mais quente e provoca a seca dos rios e intensifica os focos de incêndio e vem uma grande demanda dos territórios, para que a gente leve capacitações como essa, forma brigadas de incêndios, fortalecer os guardiões, que já fazem a gestão ambiental e territorial das terras indígenas. Nós, como secretaria de estado, que faz a articulação com outros órgãos, conseguimos garantir que dois cursos sejam realizados ainda este ano. A nossa proposta é que a gente consiga agir em todas as regiões de integração”, pontuou. 

Proteção - O governador Helder Barbalho decretou situação de emergência em todo o Estado, através do Decreto nº 4.151, de agosto de 2024, que proíbe a utilização de fogo, inclusive para limpeza e manejo de áreas. O decreto faz parte de um esforço coordenado entre o Governo Federal e os Estados da Amazônia Legal para mitigar os efeitos adversos das queimadas na região, com o objetivo de preservar o meio ambiente e proteger as populações locais.

Como proposta da Sepi, o curso em diversas regiões poderá servir como referência para a construção de um projeto mais amplo, tendo em vista que a formação de brigadistas é uma das ações estratégicas da secretaria.

“Percebemos também o interesse da participação de mulheres indígenas e também da juventude nessas capacitações. É importante a presença delas e dos jovens porque eles vão adquirir esse conhecimento, repassar para outras gerações e garantir a manutenção dos modos de vida dentro dos territórios”, finalizou.