Semas promove workshop sobre transição socioeconômica em Belém
O encontro contou com a participação de representantes de diversos estados da Amazônia Legal e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima
Os caminhos para uma transição socioeconômica de baixo carbono foram debatidos durante o "I Workshop para Construção Conjunta do Conhecimento em Transição Econômica", realizado entre os dias 2 e 4 de dezembro, no Centro de Treinamento da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas). O encontro contou com a participação de representantes de diversos estados da Amazônia Legal e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).
Nos três dias de eventos, foram abordados assuntos como: as principais contribuições da agenda ambiental para a implementação dos componentes econômicos dos planos de transição; quais seriam os atores-chave que devem ser envolvidos nas políticas; os impactos da implementação da Regularização Ambiental e do Licenciamento; a possibilidade de construir pontes com a agenda de mudança do clima; e os próximos passos da agenda ambiental para a transição socioeconômica pautado numa economia verde.
"O workshop tem o objetivo principal de criar bases de conhecimento para que gestores públicos e técnicos possam ter um embasamento maior na discussão e na construção de políticas públicas, rumo ao desenvolvimento de um novo modelo econômico, que seja sustentável e justo. A ideia também é aproximar a academia com o setor público, trazendo conhecimento e base para a construção de políticas públicas num momento baseado em informações mais sólidas, trazidas pela academia, mas que vão ser transformadas e adequadas à realidade dos estados da Amazônia Legal", destacou a subsecretária de bioeconomia da Semas, Camille Bemerguy.
O secretário executivo do Consórcio Amazônia Legal, Marcello Brito, em sua apresentação no evento, destacou a oportunidade que a Amazônia terá em 2025, quando Belém recebe a próxima Conferência das Partes (COP 30) da Organização das Nações Unidas (ONU), para apresentar soluções concretas para essa transição socioeconômica. Algo que, na visão dele, não aconteceu nas edições anteriores da conferência.
"Estamos trazendo para o Brasil, para a Amazônia a COP 30. Ela trará uma reflexão acerca da transição socioeconômica, mais precisamente também, uma transição alimentar. Somos poderosos em energia, mineração e alimentação, e nessa COP, podemos apresentar um sistema sólido de transição alimentar visando a próxima década, baseada nas baixas emissões e na valorização do território. Eu fico muito feliz de participar desse grupo de debate amplo, em diversos setores energéticos e políticas ambientais concretas. O evento do próximo ano representa uma oportunidade única para o Brasil exercer liderança em uma nova economia verde, sendo palco da definição de novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) de diversos países", aponta Marcello Brito.
Planbio - Uma das estratégias adotadas pelo Pará acerca de uma transição socioeconômica, com base na valorização da floresta e dos saberes tradicionais, está o Plano Estadual de Bioeconomia (Planbio). O plano serve de modelo para os demais estados da Amazônia Legal, conforme aponta o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Amazonas, Jeibi Medeiros.
"A nossa forma de trabalhar é unindo os esforços, trabalhando de forma colaborativa, pois não existe outro caminho para o desenvolvimento da região amazônica. Eu conversei com a equipe do Planbio do Pará, e me ajudaram bastante. Estamos querendo levar esse conhecimento para toda a região. O desenvolvimento passa pela união entre de inovação tecnológica e científica, com os conhecimentos ancestrais das comunidades que vivem na Amazônia", disse o secretário do Amazonas.
Texto: Lucas Quirino - Ascom Semas