Belém recebe oficina de implementação da 1ª Fase do Plano ABC+ Pará
As oficinas contaram com a participação de cerca de 300 pessoas. Objetivo do plano é reduzir as emissões de gases de efeito estufa no setor agropecuário
As oficinas de implementação da 1ª Fase do Plano ABC+ Pará, que contaram com um público total de 300 pessoas, seguem para a etapa de finalização. A penúltima região a receber a oficina é Belém, neste dia 5, na sede da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), coordenadora do Plano Estadual. A última oficina será realizada em Santarém, em janeiro de 2025.
O objetivo do Plano ABC+, uma política nacional do Governo Federal, é reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) no setor agropecuário, por meio de práticas agrícolas sustentáveis. Para implantação, os Estados criam Planos que atendam as especificidades e metas regionais. Por isso, a Sedap vem realizando as oficinas nos polos regionais do Pará, para identificar as aptidões produtivas e criar estratégias específicas de implantação de práticas sustentáveis.
Participante da oficina em Belém, a assistente social da Secretaria de Agricultura de Santa Bárbara do Pará, Edna Barbosa, ressalta a possibilidade que o evento traz de ampliar esse debate. “O evento em si é de muita troca de conhecimento e está superando as expectativas, porque é uma aproximação com os municípios, trazendo a possibilidade de ampliar esse debate tão importante, para que a gente leve aos pequenos agricultores. Isso sim é a mudança, fazer a política pública chegar lá na ponta dos que mais precisam”, destaca.
Alternativas sustentáveis - A cada oficina, a programação é voltada para levantar as aptidões de cada região com relação aos sistemas produtivos, sensibilizar agentes sobre a importância de implementar o Plano ABC+, realizar palestras com especialistas, mediar debate público e promover dinâmica para identificar pontos mais importantes para análise.
Em Belém, a oficina contou com duas palestras: uma sobre Sistemas Irrigados, com a profa. dra. Rafaelly Santos (Ufra) e outra sobre contribuições ao Plano ABC+ Pará em Tecnologias e práticas agrícolas sustentáveis, com a dra. Débora Aragão e dr°. Jamil Chaar, pesquisadores da Embrapa Amazônia Oriental.
A dra. Débora explicou como a Embrapa, que integra o Programa ABC+, junto ao Governo do Estado, pode contribuir com o desenvolvimento de práticas sustentáveis. “Eu apresentei aqui algumas práticas, processos, produtos que a Embrapa pode contribuir, como os sistemas agroflorestais; integração lavoura-pecuária-floresta, recuperação de pastagens. A gente também trabalha com práticas que podem melhorar a resiliência dos sistemas, como a agricultura sem queima, alternativas ao fogo na agricultura, sistemas de corte-queima, boas práticas de plantio. Então, a Embrapa vem disponibilizar esses sistemas e práticas para contribuir com a meta de emitir menos gases de efeito estufa”, pontua.
Integração - Diante do público formado por representantes do setor público, sociedade civil organizada, agricultores e pesquisadores, o coordenador do Comitê Gestor Estadual (CGE) do Plano ABC+, Tiago Catuxo, destacou a importância de integrar todos os setores para propor soluções viáveis. “A gente precisa que vocês participem e nos auxiliem dentro dessa política pública. Semana retrasada, nós rodamos pelo Estado e vimos uma série de iniciativas, de ações interessantes que já estão sendo construídas. A gente precisa contabilizar essas ações. O ABC é esse ambiente para discutir ações reais e apresentar soluções que serão construídas junto com vocês”, destaca.
Próxima fase - O engenheiro agrônomo da Sedap, Italo Sampaio, adianta a próxima etapa de desenvolvimento do Plano ABC+ Pará. “Após essa primeira etapa, vamos sistematizar os dados das oficinas e, a partir disso, gerar um relatório para ser apreciado pelo Comitê Gestor Estadual, com vistas a desenvolver um Plano Estadual para implantação dos sistemas produtivos sustentáveis, com estratégias para cada região. A implantação deve iniciar no segundo semestre de 2025”, revela.