'Como sede da COP 30, Pará tem soluções baseadas na natureza', diz governador do Pará
Helder Barbalho apresentou, no Fórum Lide em Brasília (DF), estratégias que contribuem para redução da emissão de gases do efeito estufa
Com participação remota no Fórum Brasil Transição Energética, realizado nesta quarta-feira (4), em Brasília (DF), o governador do Pará, Helder Barbalho, iniciou, de Belém, o painel “A Plataforma Brasileira para Atração de Investimentos Verdes”.
Ele detalhou as ações do governo estadual, como mercado de carbono, bioeconomia, pagamento por serviços ambientais e concessões de florestas, dentro do debate sobre a transição energética e atração de investimentos verdes. O Fórum foi promovido pelo LIDE, evento que reúne lideranças políticas, empresariais, entre outras autoridades dos setores público e privado para discussão sobre desenvolvimento econômico.
“O Estado do Pará tem buscado aplicar as nossas vocações para apresentá-las no cardápio de soluções, que sejam sustentáveis e que possam contribuir nas estratégias de neutralização dessas emissões”, destacou o governador do Pará, no início da exposição.
Rastreabilidade bovina – “Hoje, está em curso no Pará, com meta para até o final de 2026, termos 100% do rebanho bovino com rastreabilidade individual, garantindo que se saiba, desde o nascimento até o abate, a história desse animal e apontando para o consumidor e para a indústria da carne, a integridade de que esta carne é oriunda de práticas sustentáveis de propriedades que estejam legalmente estabelecidas”, explicou.
A bioeconomia foi outro assunto destacado no painel, que reuniu o senador Weverton Rocha (PDT - MA); Hélio Costa, presidente do conselho da LIGHT; Roberto Gianetti, head do LIDE Infraestutura; Edison Garcia, CEO da CEB - Companhia de Energia de Brasília, Jean Paul Prates, head do Lide Energia, Patrícia Iglecias, professora e superintendente de gestão ambiental da USP e membro do Comitê de Sustentabilidade da Ambipar; e Pedro Teixeira, vice-Presidente da Ternium.
“Pensando na construção de uma Amazônia forte e de uma floresta viva, que possa valer mais do que a floresta morta, temos trabalhado com bioeconomia e temos inaugurado uma nova escala a partir do mercado de carbono, que apresenta ao mundo uma nova commodity. A indústria tem emitido carbono e a fotossíntese da floresta captura carbono. Por se detentor da maior floresta tropical do mundo, o Brasil deve cada vez mais apostar em ser protagonista nesta agenda”, enfatizou Helder Barbalho.
Comercialização de carbono – ainda durante sua fala, o governador, Helder Barbalho relembrou, o anúncio da venda bilionária de crédito de carbono do Pará, realizada na Semana do Clima de Nova Iorque, em setembro deste ano. Foram doze milhões de toneladas de crédito de carbono, a 15 dólares cada, equivalente a R$ 1 bilhão.
“Com a redução do desmatamento nós conseguimos gerar um crédito que está certificado e já aponta, até 2027, na ordem de 300 milhões de toneladas. Fizemos a primeira comercialização de 12 milhões de toneladas, na ordem de 1 bilhão de reais. Portando, uma nova economia para o Pará. Estes recursos serão obrigatoriamente revestidos para comunidades tradicionais, quilombolas, ribeirinhas, extrativistas, agricultura familiar. É a socialização dos recursos oriundos do mercado de carbono, que se apresentam como soluções para que possamos garantir agregação de valor a partir deste mercado, contribuindo com uma oferta de carbono para neutralizar as emissões e fazer com que o Brasil cumpra suas metas”, ressaltou.
Concessões de floresta – Para encerrar a participação no painel, o governador paraense convidou empresários para a primeira concessão de restauro de floresta do Brasil, que será daqui a 100 dias, em São Paulo (SP), e explicou a contribuição paraense na agenda.
“O Estado do Pará conseguiu restituir uma área que antes era floresta, a APA (área de proteção ambiental) Triunfo do Xingu, mas esta área foi desmatada e grilada. Foi feito um amplo estudo do bioma ali existente, estruturou o projeto para que uma concessão de 40 anos possa permitir com que haja o replantio desta área e a partir disto, se possa utilizar para replantar, fazer manejo florestal, fazer carbono e fazer disto um amplo negócio. Nós estamos falando de um processo de 40 anos de concessão de 250 milhões de reais de investimento e com previsão de receita de 1,5 bilhão. É algo ousado, inédito. O Brasil não atingirá suas metas só com desmatamento zero, precisará restaurar o seu bioma e é isso que o Pará tem trabalhado, como sede da COP 30, para apresentar soluções baseadas na natureza, que fortaleçam a nossa economia, que gerem empregos verdes, empregos sustentáveis e façam a nossa floresta ter valor”, finalizou.
Sobre o Fórum – o LIDE - Grupo de Líderes Empresariais foi fundado, no ano de 2003, como uma organização que reúne executivos dos mais variados setores de atuação em busca de fortalecer a livre iniciativa e o desenvolvimento econômico e social, assim como a defesa dos princípios éticos de governança nas esferas pública e privada.
O Fórum LIDE reúne, periodicamente, autoridades e líderes empresariais do país para uma agenda nacional de debates sobre desenvolvimento socioeconômico.