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Círio 2015 termina cedo e é marcado pela emoção e solidariedade de fiéis

Por Redação - Agência PA (SECOM)
11/10/2015 15h29

Era uma hora da manhã e a doméstica Márcia Maria, 50 anos, já guardava seu lugar em frente à Catedral da Sé. Durante a missa celebrada pelo Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira, que marcou o início do Círio 2015, ela agarrava seu terço e agradecia todas as graças alcançadas em sua vida. “Graças à Nossa Senhora superei o desemprego. Hoje, enquanto eu estiver viva, eu não só vou acompanhar a procissão, como assistirei a missa, em agradecimento. Para compensar o tempo de espera em frente à Catedral, Márcia viu a missa começar com 20 minutos antes da hora marcada.

Durante o rito da comunhão, Maick Chaves, um dos guardas da imagem de Nossa Senhora de Nazaré, se ajoelhava, também em gratidão à Padroeira dos paraenses. “Passei por um período de muitas dificuldades e Nossa Senhora me acolheu. Este é o segundo ano em que sou guarda da imagem e pretendo fazer isso pra sempre, enquanto estiver com saúde”, prometeu.

O Círio de número 223 foi um dos mais rápidos da história. A berlinda com a imagem de Nossa Senhora de Nazaré saiu da Catedral da Sé às 6h10, e percorreu os 3,7 quilômetros em cinco horas e meia. Às 11:35 ela entrava na Praça Santuário, saudada por uma multidão em ebulição de amor. Segundo a diretoria da festa de Nazaré, mais de 2 milhões de fiéis acompanharam a procissão.

O prazer de trabalhar, ou simplesmente ajudar na procissão do Círio de Nazaré também foi compartilhado por outros servidores. O assessor técnico da Casa Civil, Silva Cruz, participa da equipe que distribui, voluntariamente, mais de 150 mil copos de água para os romeiros. “Faço isso desde que eu entrei para a Casa Civil e a emoção de ajudar os romeiros se renova a cada ano. Nunca é a mesma coisa”, disse o incansável servidor.

Saúde - José Guataçara, coordenador do Pronto Atendimento do Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência, é também o coordenador da Cruz Vermelha há 34 anos. Ele assumiu a função como pagamento de uma promessa pela saúde de um familiar. “Eu, como homem do interior, me emociono muito vendo esses romeiros que vêm de longe e sofrem sacrifícios físicos, desmaios... Esse atendimento é o mínimo que posso fazer por Nossa Senhora”, disse Guataçara.

O serviço da Cruz Vermelha trouxe no Círio deste ano cerca de seis mil voluntários. Entre eles, Diego Chaves, 30 anos, que começou a colaborar no serviço de atendimento como pagamento de uma promessa pela aprovação no vestibular de medicina.

Segundo levantamento da Cruz Vermelha, na procissão deste domingo foram registrados 1018 atendimentos a romeiros, um número menor de ocorrências com relação ao ano passado (1.261 atendimentos). Os casos mais comuns foram desmaios, hipoglicemia, hipertensão e ferimentos leves.

Segurança - Além da rapidez, o Círio 2015 também foi marcado pela tranquilidade. A segurança dos romeiros durante o percurso foi garantida por um efetivo comandado pela Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Polícia Civil.

850 homens estiveram em ação pela Polícia Militar, que informou que apreendeu três facas e uma serra, que foram usadas para cortar pedaços da corda atrelada à berlinda. O tumulto só foi acontecer na quinta estação, na Avenida Nazaré e foi rapidamente contornado pela PM.

O sentido humanitário foi destacado em meio à obrigação. “O policial militar, como integrante dessa sociedade, torna-se mais humanizado e trabalha com extremo zelo. Por isso, o serviço torna-se mais que uma obrigação, um compromisso com Nossa Senhora”, disse Arthur Moraes, comandante do policiamento especializado.

A programação do Círio de Nazaré continua na noite deste domingo, com o início do Círio Musical. A concha acústica da Praça Santuário receberá atrações até o dia 26 de outubro.