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Empresa argelina busca apoio para se instalar e promover o desenvolvimento no Pará

Por Redação - Agência PA (SECOM)
14/10/2015 11h53

Segunda maior empresa da Argélia, responsável por um faturamento de US$ 4 bilhões no ano passado e pela geração de 15 mil empregos diretos, a Cevital é considerada uma gigante mundial do ramo da metalurgia, atualmente voltada também para o agronegócio. E o Pará foi o estado brasileiro escolhido pelo grupo para iniciar as atividades no Brasil.

O presidente da Cevital, Issad Rebrab, e o secretário Adnan Demachki, de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia do Pará, participaram de audiências nesta terça-feira, 13, em Brasília, com alguns dos principais ministros do governo federal, buscando apoio para a instalação definitiva da Cevital em território paraense. Entre os ministérios visitados estão o dos Transportes, de Planejamento, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e o da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O titular da Sedeme e o presidente da Cevital foram companhados pelo senador Flexa Ribeiro (PSDB/PA) e pelo chefe da Representação do Pará no Distrito Federal, Ophir Cavalcante Jr.

A aproximação da Cevital com o governo paraense começou há dois anos, num contato entre Issad Rebrab e o governador Simão Jatene. Issad visitou alguns estados brasileiros, mas viu no Pará um grande potencial para receber os investimentos do grupo argelino, principalmente no setor da agroindústria. Um Protocolo de Intenções de Investimentos com o Governo do Estado foi assinado na última quinta-feira, 8, em Belém, com ações em diferentes áreas, como agroindústria, siderurgia e logística. Os investimentos da Cevital no estado devem acontecer nos municípios de Barcarena, Itaituba, Marabá, Santana do Araguaia, Santarém e Paragominas. Durante a assinatura do documento, o presidente da companhia anunciou a desmobilização de uma unidade siderúrgica da Cevital em Piombino, na Itália, que será transferida ao Pará, para ficar mais próximo da matéria-prima e verticalizar a produção.

Tradicional importadora de commodities agrícolas, a empresa está estruturando um plano de negócios que prevê investimentos no processamento de grãos e na logística para o escoamento pelo Norte brasileiro. A companhia já começou a adquirir terrenos e a expectativa é iniciar as operações em 2020. As atenções do grupo se voltam principalmente para o transporte fluvial e, naturalmente, à saída pelo Norte do país, que tem sido alvo das maiores apostas para destravar o escoamento da produção nacional de grãos do Centro-Oeste, ainda concentrado no eixo Sul-Sudeste. A companhia argelina já adquiriu dois terrenos para os terminais fluviais, um em Miritituba e outro em Santarém, por meio dos quais pretende movimentar de três a quatro milhões de toneladas por ano. Em Miritituba, estão previstos investimentos em um terminal para transbordo, de caminhões para barcaças. Em Santarém, devem ser construídos uma agroindústria e um terminal fluvial-marítimo, para transporte transoceânico.

Nas visitas aos ministérios, o secretário e o presidente da Cevital pediram apoio para pôr em prática suas operações. No Ministério dos Transportes, por exemplo, pediram participação no projeto de conclusão da Ferrovia Norte-Sul e na construção da Fepasa (Ferrovia Paraense), projeto do Governo do Estado que vai ligar o município de Santana do Araguaia, no sul do Pará, ao Porto de Vila do Conde, em Barcarena. O interesse da companhia argelina em participar do consórcio visa não apenas melhorar a logística para escoar a produção que se pretende instalar no Estado, mas também produzir os trilhos que serão utilizados na construção da ferrovia em uma das siderúrgicas da Cevital, localizada na Itália.

Eles pediram também que seja asfaltada uma estrada, às proximidades de Santarém, unindo a BR-163 à área já comprada pela empresa, evitando o tráfego de caminhões e carretas por dentro da cidade. Rebrab e Demachki solicitaram ainda mais agilidade na concessão de futuras licenças para a construção de portos no Estado. No Ministério do Planejamento, requisitaram isenções fiscais e tributárias de importação para que a empresa possa realizar a desinstalação da siderúrgica na Itália e se instalar em território paraense.

Para o secretário Adnan Demachki, o interesse de uma empresa do porte da Cevital mostra que o Pará é hoje um estado que transmite credibilidade, não só em nível nacional, mas também mundial. "Uma administração séria, competente, com um governo comprometido com o desenvolvimento econômico e preocupado com o bem-estar da população, atrai investidores", disse o secretário. Essa série de empreendimentos é importante para o estado do Pará, pois agrega valor aos nossos produtos, concluiu o secretário. 

Negócios com o Brasil

A parceria econômica da Cevital com o Brasil já existe há cerca de três anos. A empresa compra do país cerca de US$ 1,5 bilhão por ano em soja, milho e açúcar – montante que corresponde a 75% do comércio Brasil-Argélia, que é de US$ 2 bilhões. Criada nos anos 1970, a Cevital é hoje a maior empresa privada e a segunda maior empresa  argelina , ficando atrás apenas da estatal produtora de petróleo do país. Originalmente dedicada à metalurgia e à indústria de vidros, a empresa entrou no ramo do agronegócio apenas no fim da década de 1990, mas o setor já responde por cerca de 50% do faturamento total da empresa. Na Argélia, a Cevital está voltada principalmente à produção de hortaliças e frutas, mas em pequenas áreas, devido às limitações geográficas. Hoje, o grupo gera cerca de 15 mil empregos.

"Nossa parceria com o Brasil e o estado do Pará tem tudo para dar certo", disse Issad Rebrab. Os agricultores brasileiros, notadamente do Pará, são sérios e competentes e nós temos insumos que podem aumentar, dobrar e até triplicar essa produtividade, completou. E essa aproximação geográfica do Pará com a Argélia, através dos portos das regiões de Santarém e Belém, diminuem em muito os nossos custos com logística, possibilitando uma imensa geração de postos de trabalho, afirmou.