Pará segue firme contra a crise econômica atraindo novos investidores
No momento em que o Brasil vive uma das crises mais sérias, com a perda de empregos diários, o Pará mostra condição de equilíbrio expressiva no cenário nacional. O Estado se destaca em qualquer índice que avalie sua liquidez. É o que apresenta a menor relação de dívida e receita corrente líquida, entre todos da federação. O Sistema Federação das Indústrias do Pará (Fiepa) tem mapeado há dez anos os investimentos no Estado por meio do estudo “Pará Investimentos”, da iniciativa Redes/ Fiepa, e o resultado do levantamento não poderia ser melhor.
‘’Em nossa recente edição, sinalizamos investimentos na ordem de R$ 180 bilhões, sendo 90% da iniciativa privada. Para nossa satisfação, os investimentos previstos não recuaram e demonstram que, apesar do cenário pouco favorável ao desenvolvimento do segmento produtivo brasileiro, o Pará está na contramão e mantém o equilíbrio na economia da região. O novo posicionamento do governo do Estado, que incentiva a verticalização no setor industrial, tem contribuído bastante neste processo, atraindo empreendimentos que priorizam o crescimento sustentável de nossos municípios”, analisa o presidente do Sistema Fiepa, José Conrado.
Incentivos – O secretário de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia, Adnan Demachki, recorda o Pacto pela Produção e Emprego, lançado a 25 de agosto pelo Governo do Estado com iniciativas fiscal e ambiental de interesse de todos os setores da economia, a fim de ajudá-los a enfrentar o cenário ruim e manter os níveis de produção num ambiente favorável.
O pacto trouxe um conjunto de medidas para melhorar a competitividade e gerar empregos. Foi uma das respostas do Estado com ações na indústria, comércio, agricultura, pesca, pecuária e mineração, entre outros segmentos. “O Governo do Pará, mesmo atravessando dificuldades, como todos os outros governos e empresas, reduziu a carga tributária de algumas atividades em que isso é possível, sinalizando para o setor produtivo paraense, que está ao seu lado, apoiando, dividindo os desafios, procurando diminuir dificuldades do dia a dia. Um exemplo disso foi a simplificação do processo de licenciamento de algumas atividades’’, observou o secretário.
Por meio do pacto, o setor rural obteve a desoneração de alguns tributos em diversas atividades. Para o setor industrial há a nova política de incentivos fiscais. A legislação oferece a chance de prorrogação dos incentivos fiscais – mediante novo projeto – o que permite competitividade, face à guerra fiscal entre os Estados.
A nova política de incentivos foca na verticalização, localização do empreendimento, inovação e sustentabilidade. Além disso, criou-se o Programa de Regularização Ambiental (PRA), implementado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas). O Pará foi o primeiro Estado do país a instituir o PRA, e o produtor que aderir ao programa pode extinguir processos e multas que o atormentam há anos.
Investimentos – Adnan Demacki frisa que o esforço coletivo para a efetivação do pacto não é a única causa para o fortalecimento do cenário econômico do Estado, mas ajudou e ajuda o Pará se manter unido e com autoestima elevada num momento de crise. Não à toa, o Estado, ao contrário de outras regiões que perdem empregos diariamente, continua atraindo investimentos.
A Cevital, grupo privado que mais impostos recolhe na Argélia, atrás apenas da indústria petrolífera, quer investir nas áreas de alimentos, logística, pecuária e de siderurgia no Pará, entre outros segmentos econômicos. O dono da empresa, Isaad Rebrab, assinou um protocolo de intenções com o governo do Estado, no dia 8 deste mês, comprometendo-se, em médio e longo prazos, a instalar portos e unidades de esmagadoras e refinaria de soja, fábrica de margarina, além de produzir aves e gado e instalar uma siderúrgica, entre os municípios paraenses de Santana do Araguaia, Paragominas, Barcarena, Marabá, Santarém e Parauapebas.
"O interesse de uma empresa do porte da Cevital mostra que o Pará é hoje um Estado que transmite credibilidade, nacional e mundialmente. "Uma administração séria, competente, com um governo comprometido com o desenvolvimento econômico e preocupado com o bem-estar da população atrai investidores. Essa série de empreendimentos é importante para o Estado, pois agrega valor aos nossos produtos", disse o secretário.