Semas apresenta políticas sustentáveis do Estado em simpósio na UFPA
Foram destacados o apoio à elaboração de acordos de pesca e o incentivo à inclusão por empresas de práticas ambientais, sociais e de governança em processos de licenciamento ambiental
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) participou da programação de palestras do IV Simpósio de Pesquisas em Meio Ambiente e Conservação (IV SPMAC), nesta sexta-feira (29), debatendo projetos relacionados à "Bioeconomia e Desenvolvimento Sustentável na Amazônia", na Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém. O evento buscou a integração entre pesquisadores, profissionais e estudantes sobre o uso de tecnologias e metodologias avançadas para criar produtos e serviços sustentáveis.
Em palestra, o secretário-adjunto de Gestão e Regularidade Ambiental da Semas, Rodolpho Zahluth Bastos, apresentou as políticas sustentáveis desenvolvidas pelo governo do Estado, como o apoio à elaboração de acordos de pesca e o incentivo à inclusão por empresas de práticas ESG (Ambiental, Social e Governança) em processos de licenciamento ambiental.Rodolpho Zahluth Bastos ressaltou a sustentabilidade dos ecossistemas e a sobrevivência de comunidades que vivem em regiões de floresta
O secretário-adjunto destacou a importância ambiental dos acordos de pesca. “A gente tem que mostrar para a sociedade a importância que o pescador artesanal tem para a conservação da floresta. As áreas abrangidas pelas comunidades pesqueiras são conservadas, e isso não é por acaso. Os pescadores, devido à natureza de sua atividade, utilizam a floresta muito mais para coleta. Por isso que essas áreas, em geral, apresentam maior preservação ambiental, graças à atuação dos pescadores e à coleta responsável de recursos”, informou.
Equilíbrio climático - Rodolpho Bastos disse que “a pesca vai além de uma atividade econômica. Ela está profundamente conectada à sustentabilidade dos ecossistemas e à sobrevivência de comunidades que vivem em regiões de floresta. Os pescadores desempenham um papel fundamental na conservação das florestas e no equilíbrio climático. É crucial envolver a sociedade nesse entendimento e reconhecer que, nas comunidades onde a pesca sustentável é praticada, a floresta permanece mais preservada. Essa relação evidencia a necessidade de apoiar iniciativas que integram o manejo responsável dos recursos naturais à geração de renda”.
O secretário-adjunto também destacou a necessidade de “convergir as políticas ESG das empresas com os programas sociais apresentados no bojo do licenciamento ambiental. Isso fortalecerá as ações de sustentabilidade e dará maior robustez aos próprios processos de licenciamento”.
Integração - Segundo Rodolpho Bastos, há necessidade de integrar o ESG das empresas às políticas públicas para fortalecer o licenciamento ambiental e atender às comunidades. “Ainda é incipiente a participação das diretorias de sustentabilidade das empresas nos processos de licenciamento ambiental. Isso se dá porque o ESG é um fluxo impulsionado por demandas de acionistas e exigências de financiamento, onde os programas de impacto social são frequentemente impostos e vinculados às estratégias empresariais. No entanto, ainda se observa uma desconexão entre essas práticas e as necessidades reais das comunidades afetadas. O ESG precisa ser melhor integrado ao diálogo com o poder público, para garantir maior aderência às políticas públicas ambientais e, eventualmente, fortalecer os processos de licenciamento. O diálogo público-privado é fundamental na busca de convergência e maior sinergia entre as políticas empresariais e as políticas estaduais de ordenamento territorial e de mudanças climáticas", enfatizou.
O evento contou com a participação de pesquisadores, professores, estudantes e profissionais da área ambiental. A cada edição, o Simpósio expande a temática e aumenta a participação, incluindo colaborações de outras regiões do Brasil e internacionais. O IV SPMAC foi uma via de fortalecimento da cooperação científica e fomento ao desenvolvimento sustentável na região amazônica, debatendo práticas sustentáveis que fortalecem a bioeconomia na Amazônia e o desenvolvimento de produtos inovadores a partir de matérias-primas regionais.
Texto: Antônio Darwich - Ascom/Semas