Estado acompanha situação de comunidade que sofre com a mortandade de peixes, em Santarém
Além da análise da água, a Defesa Civil Estadual também garantiu ajuda humanitária aos moradores
Uma comitiva da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) e da Defesa Civil Estadual visitou nesta quarta-feira, 27, a comunidade Igarapé do Costa, na região de várzea de Santarém, oeste do Pará.
Desde o dia 12 de novembro, os moradores têm enfrentado a mortandade de peixes no Canal do Aramanaí, no Rio Amazonas. Segundo a Secretaria de Meio Ambiente de Santarém, mais de uma tonelada de pescado, entre peixes de pequeno e grande porte, foi encontrada morta nos últimos dias. Um desastre sem precedentes que impactou a subsistência e a renda das 71 famílias moradoras da comunidade, que têm a pesca como principal atividade econômica. Hoje, os peixes pararam de morrer, mas seguem impróprios para o consumo.
"O peixe ficou com um cheiro muito forte, não dá pra consumir. Eu tenho 49 anos de idade e nunca tinha visto essa situação que nós passamos aqui. A gente esperava depois do período do defeso poder vender os peixes e com certeza isso vai impactar muito. O pescado saía daqui para todas as comunidades aqui perto. E as dificuldades vão além, estamos com uma caminhonete levando água para as casas, porque não podemos mais consumir a água do rio. Só temos agradecer ao governo do estado por olhar pela nossa região e pelos ribeirinhos", explicou o morador da comunidade Igarapé do Costa e presidente do Conselho da região do Uricurituba, Ednei Gama.
Diagnóstico - Durante a visita, técnicos da Semas realizaram a análise de qualidade da água do Canal do Aramanaí e se depararam com uma água de temperatura elevada e com o peixe que ficou com um cheiro muito forte, sem possibilidade de consumo. Além disso, foi identificada a forte seca que assola o Pará e toda a região amazônica.
"Nossa equipe de monitoramento da qualidade de água trouxe os equipamentos para cá e conseguimos identificar que a água está com a temperatura elevada e sem oxigênio. Nosso núcleo de monitoramento meteorológico prevê que a partir da segunda quinzena de dezembro a gente começa a ter a normalização das chuvas por aqui, o que vai aos poucos reconstruir o ambiente de vida desses peixes", destacou o Secretário de Estado de Meio Ambiente, Raul Protázio.
Ajuda humanitária - Além da análise da água, a Defesa Civil Estadual também garantiu ajuda humanitária aos moradores.
Os comunitários já receberam cestas de alimentos e água potável no mês de outubro, por conta dos impactos da forte seca, e a partir da próxima semana uma nova remessa deve chegar. São 142 cestas de alimentos confirmadas para Igarapé do Costa.
"Aqui na comunidade Igarapé do Costa, por conta desse desastre, o estado vai fornecer cestas de alimentos e água enquanto perdurar essa situação. Inicialmente, faremos por 60 dias, mas se o problema seguir, a Defesa Civil vai continuar atendendo. E o mesmo atendimento que faremos aqui, vamos estender para as demais comunidades da região", ressaltou o Comandante-geral do Corpo de Bombeiros e Coordenador Estadual de Defesa Civil, Coronel Jayme Benjó.
O Governo do Pará, através da Defesa Civil, já realizou a entrega de mais de 7 mil cestas de alimentos para moradores de comunidades ribeirinhas impactados pela estiagem e as queimadas nos municípios de Santarém, Monte Alegre e Óbidos, na Região de Integração do Baixo Amazonas. E segue trabalhando para minimizar os efeitos da seca rigorosa que assola toda a Amazônia.
"O Governo tem que estar presente, onde as pessoas precisam. Assim que as notícias chegaram, a gente se deslocou para tentar explicar as causas e tentar dar as soluções para que a vida dessas pessoas possa voltar ao normal assim que possível", concluiu o secretário de meio ambiente.