Hemopa promove capacitação em Cametá para aprimorar o atendimento a pacientes com hemofilia e doença de Gaucher
O treinamento prepara os profissionais para atender casos complexos como o de hemofilia, promovendo mais conforto e eficiência no tratamento
Nesta quinta-feira, 21, a Fundação Hemopa realizou, em Cametá, nordeste paraense, uma capacitação voltada para profissionais de saúde que buscam descentralizar o atendimento a pacientes com hemofilia e doença de Gaucher. Realizado no auditório da Universidade Federal do Pará (UFPA), o evento contou com a participação de médicos, enfermeiros, assistentes sociais, farmacêuticos, técnicos de enfermagem e agentes comunitários da região.
Coordenada pela médica hematologista Saide Sarmento Trindade, a ação destacou a importância de fortalecer a rede de atendimento local, reduzindo a necessidade de deslocamentos para a capital paraense, Belém, além de garantir mais qualidade de vida aos pacientes. Entre os participantes, estavam pais de pacientes que enfrentam as dificuldades de tratar doenças raras em áreas mais afastadas da capital.
Lucicleia Dias Cavalcante e Roberto de SousaLucicleia Dias Cavalcante, 28 anos, pescadora e mãe de uma criança de 3 anos diagnosticada com hemofilia, compartilhou a experiência de sua família e como a capacitação traz esperança para o futuro. "Descobrimos que ele tinha a doença quando tinha um ano. Antes disso, fizemos vários exames porque percebemos algo errado desde que ele era bebê. Com seis meses, ele fez uma coleta de sangue, e quando voltamos para casa, a área da punção ficou muito roxa. Ficamos preocupados, mas aqui em Cametá não conseguiram diagnosticar nada. Foi apenas em Belém que conseguimos a resposta".
Lucicleia também relatou as dificuldades de levar o filho para tratamento na capital. “É muito complicado. Não temos condições de fazer essas viagens frequentes. Só o deslocamento já é caro, e ainda tem os custos com estadia e alimentação. Levamos ele a cada três meses e, muitas vezes, precisamos pedir dinheiro emprestado. Saímos de Cametá às 7h45 e só chegamos a Belém por volta de 13h. Isso desgasta não só a gente, mas ele também.”
Sobre a capacitação, Lucicleia se mostrou animada com as possibilidades que ela oferece. "Achei muito legal, porque muitos técnicos estavam lá e receberam orientações importantes. Caso a gente precise de atendimento aqui, já sabemos quem procurar. Isso vai evitar muitas viagens para Belém, e a gente pode confiar que ele será bem atendido aqui".
Mailson Sa Serrão participante da capacitacaoEntre os participantes da capacitação, Mailson Sá Serrão, enfermeiro de 26 anos que atua em homecare. Ele destacou como o evento proporcionou conhecimentos relevantes para o trabalho com pacientes e suas famílias. "Essa capacitação trouxe pontos muito positivos para nós, enfermeiros, sobre como devemos colaborar no atendimento ao paciente ou cliente, fornecendo informações pertinentes à saúde dele e orientando a família sobre como lidar com a situação. Isso é fundamental porque não é fácil, tanto para o profissional quanto para a família", relatou.
Nilza Viana, Leandra e Dra. SaideO impacto da capacitação - Além de qualificar os profissionais de saúde da região, a capacitação reforça o compromisso da Fundação Hemopa em oferecer assistência próxima e de qualidade aos pacientes. Segundo a médica Saide Sarmento Trindade, o treinamento prepara os profissionais para atender casos complexos como o de hemofilia, promovendo mais conforto e eficiência no tratamento.
Com informações de Josué Amaral - Ascom/Hemopa