Comunidade quilombola em Mocajuba recebe R$ 144 mil em cheque moradia
A comunidade de remanescentes de quilombolas São José de Icatu, localizada a 23 quilômetros da sede do município de Mocajuba, no nordeste do Estado, foi atendida pelo Governo do Estado com o Programa Cheque Moradia, coordenado pela Companhia de Habitação do Pará (Cohab) e que visa o atendimento de famílias de baixa renda e em situação de vulnerabilidade social. Ao todo, o Estado investiu R$ 144 mil em recursos para 21 famílias.
A Cohab fez na terça-feira (20) a entrega do benefício habitacional, visando à construção, ampliação ou melhoria das residências. No mês de julho, a comunidade quilombola já havia recebido uma equipe da companhia para ter orientações sobre os procedimentos a fim de se habilitarem ao programa. Na ocasião foi feito um levantamento inicial, não só das condições da moradia como da situação socioeconômica de cada família, observando-se os critérios estabelecidos pelo programa.
Essa não é a primeira vez que a comunidade quilombola de Icatu é atendida pela Política de Habitação do Estado. Em 2012, a Cohab entregou o conjunto habitacional Climério da Rocha, considerado o primeiro residencial da região Norte destinado a descendentes de quilombolas, com 50 unidades habitacionais, construídas com recursos do Programação de Aceleração do Crescimento e Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS), do Ministério das Cidades), e contrapartida do Governo do Estado. Também se viabilizou a construção de uma padaria e sistema de abastecimento de água, e foram feitas atividades do trabalho técnico social, incluindo cursos, palestras, treinamentos e oficinas, visando à geração de renda e organização social da comunidade.
Para Maria José Brito, liderança local, o Cheque Moradia vai garantir que as famílias de Icatu possam melhorar a qualidade da habitação, se igualando aos que já foram contemplados com as unidades habitacionais entregues em 2012. Entre as contempladas com o Cheque Moradia está Domingas Lopes Gomes Farias, 83 anos, que mora na comunidade desde os 7. Dilma Farias Pereira também recebeu o benefício. Ela vai construir sua casa num terreno de que dispõe na área quilombola. "Receber esse cheque nos possibilita ter uma moradia melhor", declarou. "O próximo desafio é conseguir a pavimentação das vias de nossa comunidade", disse o presidente da Associação dos Moradores de São José de Icatu, Floriano Lopes Farias.
A comunidade São José de Icatu teve origem em 1770. É formada por remanescentes de escravos, que, buscando liberdade, fugiram das fazendas localizadas em Abaetetuba e Igarapé-Miri. Hoje moram no local cerca de 80 famílias, que sobrevivem basicamente da agricultura de subsistência (plantação de feijão, pimenta e mandioca). Icatu tem uma escola com ensino infantil e fundamental. A comunidade é servida por ônibus que fazem o transporte escolar até a sede de Mocajuba.
