Investimentos em comunidades quilombolas fortalecem preservação ambiental e segurança alimentar no Pará
Comunidades quilombolas como Moju Miri, em Moju, e Menino Jesus, no Acará, têm ótimos resultados práticos que refletem esses investimentos
Nesta quarta-feira (20), Dia da Consciência Negra, o Governo do Pará celebra os avanços na implementação do Projeto Sistemas Agroflorestais (PROSAF), conduzido pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio). O programa tem promovido impactos significativos em comunidades quilombolas, unindo preservação ambiental e desenvolvimento socioeconômico. Entre os beneficiados estão os quilombos Moju Miri, em Moju, e Menino Jesus, no Acará, que já colhem os frutos desses investimentos.
Em Moju Miri, na região nordeste paraense, foi instalado um viveiro comunitário com estrutura de ferro galvanizado, medindo 12x18 metros, que atualmente produz mais de 6 mil mudas de espécies nativas e frutíferas. A produção inclui 3.398 mudas de açaí, 689 de açaí branco, 1.325 de cacau, além de espécies como cupuaçu, bacaba e paricá. Segundo o Ideflor-Bio, essas mudas serão destinadas a plantios que começarão em 2025, em nove áreas já georreferenciadas.
Já no quilombo Menino Jesus, no município do Acará, foi construído um viveiro semi-rústico, com capacidade para armazenar aproximadamente 4.940 mudas. A estrutura, erguida em parceria com a associação de moradores locais, abriga espécies como cupuaçu, muruci, graviola e cacau. O investimento incluiu cobertura, sistema de irrigação, insumos e uma caixa d’água para garantir a sustentabilidade da produção.
Incentivo - A gerente de Produção e Apoio aos Arranjos Produtivos Florestais, Laura Dias, destaca a importância do projeto para as comunidades quilombolas. “O PROSAF tem como objetivo não apenas promover o reflorestamento, mas também garantir a segurança alimentar e a geração de renda para essas comunidades, fortalecendo a preservação da cultura quilombola e do meio ambiente”, frisou.
Os plantios realizados com as mudas produzidas nos viveiros deverão trazer impactos a longo prazo, tanto para a biodiversidade local quanto para a economia das comunidades. O cacau, o açaí e outras espécies nativas são vistas como potenciais vetores de desenvolvimento, conciliando conservação ambiental e geração de riqueza.
O diretor de Desenvolvimento da Cadeia Florestal do Ideflor-Bio, Vicente Neto, ressalta o impacto social do projeto. “Essas ações mostram que é possível aliar a sustentabilidade ambiental ao desenvolvimento econômico, proporcionando autonomia e melhorias nas condições de vida das comunidades quilombolas”, enfatiza o dirigente.
Valorização - Além dos benefícios diretos, o projeto PROSAF contribui para a preservação do legado histórico e cultural dos quilombolas. Ao fortalecer as bases econômicas e ecológicas dessas comunidades, o Estado do Pará se coloca como referência em ações de desenvolvimento sustentável voltadas à inclusão social e à valorização de suas raízes.
Para o presidente em exercício do Ideflor-Bio, Ellivelton Carvalho, os resultados são motivo de orgulho, especialmente em uma data tão simbólica. “Neste Dia da Consciência Negra, reafirmamos nosso compromisso com a valorização das comunidades quilombolas e com a construção de um modelo de desenvolvimento inclusivo e sustentável”, enfatizou.