Reunião debate políticas públicas culturais como estratégias na preservação do meio ambiente
O encontro contou com representantes de vários segmentos culturais, que debateram como o setor pode servir de suporte para uma geração criativa e engajada em soluções climáticas
Nesta quinta-feira (14), artistas e produtores culturais se reuniram no Auditório Eneida de Moraes, no Palacete Faciola, em Belém, para discutir “Cultura, Sustentabilidade e Ação Climática”. O diálogo, promovido pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult), teve como foco a troca de ideias sobre políticas públicas que incentivem práticas sustentáveis e reduzam o impacto ambiental no setor cultural.
Gláfira Lôbo, que conduziu o encontro junto com Daniel Araújo, ambos assessores de Gestão Cultural da Secult, destacou a importância da participação dos fazedores de cultura no processo de construção de políticas. “Ouvir a sociedade civil é essencial para que as demandas reais sejam consideradas e as políticas se tornem mais eficazes. São essas pessoas que vivenciam a realidade e especificidades de cada território”, frisou.
O encontro contou com representantes de vários segmentos culturais, que debateram como o setor pode servir de suporte para uma geração criativa e engajada em soluções climáticas. O objetivo é, junto com a sociedade civil e a partir das escutas, construir um plano de recuperação eficaz que integre sustentabilidade e cultura, respondendo à crise climática de forma prática e comunitária.
Durante o encontro, foi destacado que o setor cultural, que também sofre com os efeitos da degradação ambiental, precisa de uma atuação responsável para reduzir seu impacto. “Acreditamos que a cultura tem um papel transformador, capaz de sensibilizar e mobilizar a sociedade, contribuindo para uma transição rápida e eficaz para um modelo mais sustentável”, completou Gláfira.
Joelma Kláudia, cantora e produtora cultural, chamou atenção para as queimadas na região do Xingu. “É muito triste a gente ver a natureza morta, e a sensação de impotência é grande quando vemos que as autoridades não respondem à altura do problema", desabafou. Ela observou que o impacto direto é na vida das comunidades mais vulneráveis, mencionando a seca e as temperaturas elevadas, agravadas pela devastação ambiental.
As discussões foram guiadas por perguntas para reflexão, abordando temas como os desafios ambientais enfrentados no setor cultural e as práticas que podem inspirar outras áreas. Entre os exemplos de práticas possíveis, foram mencionadas a neutralização de emissões de carbono em eventos, a gestão de resíduos, programas educativos para públicos e artistas e uso de materiais reciclados.
Texto: Painah Silva / Ascom Secult