Uepa vai sediar I Simpósio de Governança Ambiental Global e Políticas Públicas na Amazônia Legal
O avento abordará o papel central da floresta no equilíbrio do planeta e no enfrentamento às mudanças climáticas
Nos próximos dias 28 e 29 de novembro (quinta e sexta-feira), o Centro de Ciências Naturais e Tecnologia - Campus V, da Universidade do Estado do Pará (Uepa), sediará o I Simpósio de Governança Ambiental Global e Políticas Públicas na Amazônia Legal. O evento reunirá pesquisadores, representantes de organizações não governamentais (ONGs) e gestores para debater o futuro da Amazônia, abordando o papel central da floresta no equilíbrio ambiental global e no enfrentamento das mudanças climáticas.
Organizado pelo curso de Bacharelado em Relações Internacionais da Uepa, com apoio da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) e de pesquisadores de outras instituições, como Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal da Paraíba (UFP), Instituto Federal do Amapá (Ifap) e Universidade Federal do Tocantins (UFT), a iniciativa visa discutir os desafios da governança ambiental e da promoção de políticas públicas sustentáveis para a região amazônica. As inscrições para o simpósio são gratuitas e podem ser realizadas pela internet.
Temática - A programação para os dois dias de evento é organizada em eixos temáticos: o primeiro dia será dedicado à Governança Ambiental Global e Participação da Sociedade Civil, com foco em soluções locais para desafios climáticos, sociais e ambientais específicos da Amazônia.
No segundo dia será abordada a Governança Ambiental e Estratégias de Desenvolvimento Sustentável, para discutir o uso responsável dos recursos naturais da região. A proposta é conectar questões globais aos desafios enfrentados pelas comunidades amazônicas, trazendo palestras, oficinas, painéis e mesas-redondas para promover a troca de saberes entre pesquisadores, representantes de movimentos sociais e representantes locais, como as populações indígenas e ribeirinhas, fundamentais na preservação ambiental.
Divulgação e integração - A coordenadora do Simpósio e do Projeto Observatório da COP da Amazônia, professora Mayane Bento, destaca o compromisso da Uepa com a divulgação científica e a integração do conhecimento acadêmico com a sociedade.
Ela explica que, no momento em que a Amazônia ganha protagonismo nas discussões climáticas globais, especialmente com a aproximação da COP 30 (conferência mundial sobre mudanças climáticas), o Simpósio busca promover uma discussão crítica sobre o papel da floresta nas políticas globais e explorar alternativas para proteger o bioma amazônico.
Segundo a coordenadora, “há também a expectativa de explorar como atores locais e internacionais podem colaborar efetivamente para abordar problemas específicos da região. E, acima de tudo, visamos construir o conhecimento de forma coletiva, dialogando com a sociedade civil organizada, gestores públicos e agentes privados, pois acreditamos que pensar o desenvolvimento sustentável na Amazônia, e para a Amazônia, requer o respeito à alteridade e à pluralidade de visões”.
Outro ponto central das discussões será o uso sustentável dos recursos naturais da Amazônia, e como essas discussões podem influenciar políticas públicas na região. A coordenadora aponta os avanços recentes do Estado do Pará, como o Plano Amazônia Agora e o desenvolvimento do mercado de carbono, que indicam um caminho promissor.
Ela ressalta a necessidade de continuar avançando com políticas mais inclusivas, que garantam justiça social e ambiental, e ofereçam maior protagonismo às comunidades locais. "Nosso papel é catalisar o conhecimento científico e a pesquisa aplicada para apoiar políticas públicas que não apenas enfoquem os recursos naturais, mas também fortaleçam os direitos e a autonomia das populações locais, contribuindo para uma Amazônia mais justa e sustentável”, acrescenta.
Abordagem interativa - Para sensibilizar os participantes sobre a importância da Amazônia no equilíbrio ambiental global, o Simpósio adotará uma abordagem interativa, com debates que incentivam o engajamento direto, promovendo o envolvimento ativo dos participantes nos diálogos ambientais.
A professora Mayane Bento informa também que o evento terá um espaço de recreação infantil, possibilitando que famílias incentivem a conscientização ambiental desde cedo. Outro diferencial é que o evento foi planejado para ocorrer em três edições: a primeira em 2024, com as outras programadas para 2025, antes da COP 30, e em 2026. “Esse planejamento visa estimular um debate aprofundado tanto no período pré-COP, identificando desafios e expectativas, quanto no período pós-COP, promovendo uma reflexão crítica sobre os impactos reais do evento na região amazônica”, esclarece a professora.
Um dos resultados esperados do Simpósio é a elaboração de uma Carta de Recomendação e Posicionamento, que consolidará as reflexões construídas nos debates, especialmente no que diz respeito ao papel da Universidade e da sociedade civil na agenda ambiental amazônica.
De acordo com a coordenadora, "espera-se que a Carta seja amplamente divulgada por meio de canais oficiais, incluindo o site do Simpósio e o Instagram. Esses espaços servirão para compartilhar o conteúdo da Carta, facilitando o acesso público e engajando uma audiência mais ampla”.
A Carta será apresentada a autoridades e órgãos de governo como um instrumento para pressionar por ações concretas em prol da sustentabilidade na região. “Assim, em 2026, além de analisarmos o resultado das negociações da COP 30, analisaremos o impacto das recomendações fruto dos nossos debates”, informa Mayane Bento.
Para mais informações e dúvidas, os interessados podem entrar em contato pelo e-mail observatoriocop30@gmail.com.
Texto: Alanny Alves, estagiária, sob supervisão de Marília Jardim - Ascom/Uepa